Inventário de carbono: principais motivos para fazê-lo

Você sabe o que é inventário de carbono? Diante do agravamento dos efeitos climáticos extremos, as empresas, em todo o mundo, têm sido pressionadas por ações que permitam reduzir suas emissões de carbono. 

Mas antes de definir como chegar à condição carbono neutro, há uma longa jornada a ser percorrida, que começa com a realização de um inventário de carbono. Não sabe o que é e como fazer? Confira tudo no nosso artigo!

O que é o inventário de carbono?

O inventário de carbono é um relatório que registra de forma estruturada as emissões de gases de efeito estufa (GEE) de uma organização, evento ou obra. 

Esse relatório ajuda a entender o impacto ambiental das atividades realizadas e fornece dados essenciais para a implementação de estratégias de redução de emissões e de melhoria da sustentabilidade.

“Ele é um estudo utilizado para saber as emissões de uma pessoa jurídica. Para a avaliação da pegada de carbono de produtos, o ideal é usar a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV)”, esclarece Adriana Hansen, diretora técnica de Sustentabilidade no CTE.

Para o desenvolvimento desse relatório, é necessário quantificar as emissões, o que passa por selecionar a metodologia de cálculo, identificar as fontes de emissões, coletar dados sobre o consumo de energia, água, resíduos, transporte, entre outros, e calcular o total de GEE. 

Com essas informações, é possível tomar medidas para minimizar o impacto ambiental e investir em práticas sustentáveis efetivas.

Qual a importância do inventário de carbono?

Realizar o inventário de carbono é um caminho sem volta para a construção civil. Além de demonstrar a responsabilidade da empresa com as mudanças climáticas, o trabalho confere transparência e possibilita atrair novos investimentos ou, até mesmo, planejar processos mais eficientes.

A construção civil é um dos setores de maior impacto ambiental relacionado ao consumo de energia e a emissões de gases de efeito estufa. 

Conforme relatório do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC), o setor responde por 36% da demanda energética global e por 39% das emissões de dióxido de carbono relacionados à energia globalmente.

Estima-se que esse efeito possa dobrar, ou até mesmo triplicar até 2050, alavancado por países em desenvolvimento, como o Brasil. 

Crescimento populacional, migração para as cidades, aumento de poder de compra e estilo de vida são fatores que tendem a elevar a demanda energética nas edificações.

Quais ferramentas permitem realizar o inventário de carbono?

A elaboração de um inventário de emissões de GEE deve seguir padrões e metodologias internacionalmente reconhecidas. 

A mais usual é a do Protocolo de Gases de Efeito Estufa (GHG Protocol), resultado de uma parceria entre o World Resources Institute (WRI) e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD).

O GHG Protocol categoriza as emissões em três escopos:

  • Escopo 1 — São emissões diretas de gases de efeito estufa provenientes de fontes de propriedade ou controladas pela empresa. Isso inclui, por exemplo, as emissões decorrentes de processos industriais realizados nos locais da empresa. Nesse grupo, também estão as emissões relacionadas à remoção vegetal, comum nas atividades da construção civil.
  • Escopo 2 — Referem-se a emissões indiretas de gases de efeito estufa provenientes da geração da eletricidade, calor ou vapor que a organização compra e consome. 
  • Escopo 3 — São todas as outras emissões indiretas que ocorrem na cadeia de valor da empresa, fora das suas próprias operações.

As emissões do Escopo 3 são usualmente as mais relevantes e significativas no setor da construção civil devido ao elevado consumo de materiais adquiridos para o desenvolvimento das obras. 

Daí a importância de se dar preferência para a seleção de produtos de baixo impacto, como materiais de origem biológica, com alto teor de reciclado incorporado e baixa energia incorporada.

O que compõe um inventário de emissões de GEE?

Um inventário de carbono baseado na metodologia do GHG Protocol precisa incluir diversas informações obrigatórias para garantir sua integridade, comparabilidade e transparência. Entre elas:

  • Período de abrangência relatório
  • Limites operacionais
  • Gases de efeito estufa incluídos
  • Métodos de cálculo das emissões, incluindo fórmulas e fatores de emissão
  • Informação sobre as origens dos dados utilizados nos cálculos de emissão
  • Emissões de GEE por escopo (1, 2 e 3). Para um inventário ser considerado completo, é obrigatório o relato dos escopos 1 e 2
  • Metas de redução de emissões
  • Estratégias e medidas adotadas para alcançar as metas de redução
  • Uso de créditos de carbono, quando aplicável
  • Detalhes de quaisquer suposições feitas ou fontes de emissões excluídas do inventário
  • Relatório de verificação por terceira parte, quando aplicável
  • Declaração de responsabilidade sobre a veracidade das informações reportadas assinada por um representante da organização.

Como o inventário ajuda a chegar ao Carbono Zero?

O cumprimento das metas de descarbonização firmadas por ocasião do Acordo de Paris exige que as economias globais atinjam a condição carbono neutro (Net Zero Carbon) até 2050.

Este também é um objetivo que se estende a todas as empresas, ainda mais aquelas que se posicionam com metas de ESG (Environmental, Social, and Corporate Governance).

Em especial quando falamos no setor de construção, há algumas medidas de grande impacto fundamentais para atingir a neutralidade:

  • Energia limpa e eficiente — Dar preferência a fontes renováveis, incluindo solar e eólica, e adotar medidas de eficiência para redução de consumo.
  • Descarbonização da produção de cimento e aço — Estima-se que 10% das emissões globais sejam decorrentes da alta intensidade de calor necessária para fabricação de cimento e aço.
  • Retrofit — A modernização de edificações prolonga sua vida útil e reduz significativamente o impacto relacionado à aquisição de materiais. 
  • Restauração do verde — Ações que promovam o reflorestamento e o aumento da capacidade do solo para captar carbono também devem ser adotadas, contribuindo para a captação de carbono.

Com a expertise de quem impulsiona transformações positivas no mercado há mais de trinta anos, o CTE desenvolveu uma ampla gama de serviços integrados para apoiar seus clientes em suas jornadas visando a neutralidade das emissões de carbono. 

As soluções se aplicam para as atividades empresariais, para os edifícios e para os projetos de escala urbana, com foco na redução de impactos ambientais adversos, na redução de custos operacionais e no aumento do valor dos ativos. 

Entre em contato para saber como o CTE pode te ajudar em seus planos de descarbonização.

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