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Descarbonização: o que significa e como as empresas podem ajudar?

23 de abril de 2024

A diminuição das emissões de gases do efeito estufa está em ênfase em todo o mundo, diante da necessidade urgente de evitar os efeitos catastróficos do aquecimento global. 

Esse movimento de descarbonização, presente em vários setores da economia, também acontece na construção civil.

O que faz todo sentido, afinal os edifícios são responsáveis por 33,4% das emissões globais de carbono, segundo dados de 2022 da IEA (International Energy Agency).

Mas por onde as empresas podem iniciar uma jornada de descarbonização? De que forma elas devem agir para serem bem-sucedidas na transição para uma economia de baixo carbono? 

O artigo de hoje pretende responder essas questões. Você verá como as empresas da construção civil podem se posicionar nesse contexto no qual controlar as emissões de CO₂ tornou-se vital. Siga conosco!

O que é a descarbonização?

Descarbonização

A descarbonização refere-se ao processo de reduzir e eliminar a emissão de gases de efeito estufa (GEE), especialmente o dióxido de carbono (CO₂), provenientes de atividades humanas. 

Para atingir esse objetivo, é necessário tornar os setores econômicos menos dependentes de combustíveis não renováveis, como o petróleo e o carvão mineral. 

Além do uso de fontes de energia limpa, a descarbonização também exige que as indústrias e os negócios operem de modo mais eficiente.

Segundo relatório da Comissão Mundial sobre a Economia e o Clima publicado em 2018, garantir um modelo de crescimento mais resiliente para o planeta exige cinco ações principais: 

  • Descarbonização dos sistemas de energia;
  • Desenvolvimento urbano mais inteligente; 
  • Uso sustentável da terra;
  • Gestão racional da água;
  • Economia circular.

Quando o tema são as emissões de gases do efeito estufa, logo pensamos em indústrias poluidoras e em veículos movidos à combustão. 

Mas você sabia que, no Brasil, o uso da terra e a agropecuária foram responsáveis por 73% das emissões em 2020, segundo o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG)?

As etapas de execução e uso das edificações também têm impacto elevado no saldo de emissões de GEE. Em todo o mundo, apenas a operação dos edifícios responde por 28% das emissões globais de carbono. E não é só isso!

A expectativa é a de que esse percentual aumente com o crescimento das cidades e a expansão das áreas edificadas nas próximas décadas. 

É natural, portanto, que qualquer ação visando a descarbonização da economia, considere a eficiência e o consumo energético dos edifícios”, comenta Wagner Oliveira, diretor de Operação Sustentável no CTE.

Quais são os benefícios da descarbonização?

Além da responsabilidade ambiental, há uma série de outras razões para as empresas do mercado imobiliário reduzirem suas emissões. 

Acesso ao capital, valorização e venda rápida dos ativos, assim como reconhecimento em índices de bolsas de valores voltados à sustentabilidade são alguns deles.

Além disso, o fluxo do capital está se direcionando para quem está engajado na temática de carbono. O investidor quer alocar seus recursos em um local seguro. 

No atual contexto, isso significa empresas estruturadas para lidar com as mudanças climáticas e com outros assuntos abordados no ESG (responsabilidade ambiental, social e governança, em português).

Também há mudanças regulatórias que jogam luz sobre o controle de emissões. No Brasil, há o Decreto Federal 11.075, que estabelece procedimentos para a elaboração dos Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas e institui o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa.

O mundo caminha para a taxação das emissões. Isso vem induzindo as empresas a olharem com mais atenção para essa pauta, que também pode trazer oportunidades interessantes, como a redução do custo de operação dos edifícios.

As metas brasileiras de descarbonização

Em 2021, durante a COP 26 (Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas), o Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em 50% até 2030, usando como base as emissões de 2005. 

Outra meta divulgada pelo governo federal foi a de obter a neutralidade de carbono até 2050, quando as emissões são reduzidas ao máximo e as restantes são integralmente compensadas, por exemplo, com tecnologia de captura de carbono da atmosfera.

Desde então, alguns movimentos importantes foram notados. O Ministério de Minas e Energia (MME), por exemplo, anunciou recentemente trabalhar em um índice mínimo de eficiência energética para edificações em 2025. 

A ação pretende acelerar os investimentos em eficiência energética para atingir as metas do Acordo de Paris. Segundo o MME, as edificações brasileiras, incluindo residências, respondem por cerca de 50% do consumo de energia elétrica do país.

Como colocar a descarbonização em prática?

Descarbonização

Na construção civil, a jornada rumo à descarbonização começa com as empresas seguindo o seguinte roadmap:

  • Medir e rastrear as emissões para definir ações efetivas para atingir o balanço operacional zero;
  • Diminuir o consumo e agregar eficiência energética para eliminar o desperdício de energia;
  • Produzir energia por meio de fontes renováveis;
  • Melhorar continuamente e estabelecer planos de descarbonização profunda para remover quaisquer fontes remanescentes de emissões, incluindo o carbono incorporado, aquele associado aos processos de transformação dos materiais ao longo de seu ciclo de vida. 

De modo geral, o caminho para a redução passa por prevenir as emissões, eliminar desperdícios, questionar a origem dos materiais e buscar estratégias alternativas. 

Uma saída é considerar a incorporação de resíduos na produção dos materiais desde que eles sejam tecnicamente bons para a construção civil. 

Na sequência, parte-se para as ações relacionadas ao desenvolvimento de projetos mais eficientes, com o apoio de ferramentas como o BIM (Building Information Modeling) e a Análise de Ciclo de Vida (ACV). 

Também é fundamental incorporar materiais que declarem seus impactos de forma transparente. Além disso, o planejamento deve ser realizado considerando cenários futuros, com a priorização de soluções flexíveis que maximizem o reuso.

A última etapa do processo consiste em compensar o residual de carbono que não foi possível eliminar a partir da inteligência de projeto e da aquisição de materiais de baixo carbono.

Um objetivo constante deve ser almejar reduzir as emissões durante as etapas de uso e manutenção das construções.

Quais são os principais desafios para a descarbonização?

O mundo segue muito distante do índice de descarbonização que precisa ser alcançado. Segundo um estudo da PwC de 2021, a taxa anual de descarbonização global necessária para chegar ao objetivo do Acordo de Paris deveria ser cinco vezes maior que o ritmo atual. 

Vale lembrar que a meta do Acordo de Paris é restringir o aquecimento da Terra ao máximo de 2 °C em relação aos níveis pré-industriais, mas com a ambição de limitar a elevação da temperatura a até 1,5 °C.

No Brasil, embora a matriz energética seja majoritariamente renovável, os desafios também são grandes. Entre eles estão a necessidade de reduzir o desmatamento ilegal e de ampliar a restauração florestal.

Conclusão

Quanto mais gases de efeito estufa são lançados na atmosfera, maiores são os impactos das mudanças climáticas que tanto ameaçam o desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico das nações.

Para solucionar um desafio de tal magnitude, é necessário o engajamento dos governos, bem como do setor privado e da sociedade, inclusive, com práticas de descarbonização. 

As empresas do setor têm muito a contribuir, sejam construtoras e incorporadoras quando concebem e constroem visando a redução de impactos ambientais, sejam gestores de ativos e administradoras, atentos à necessidade de reduzir emissões atreladas ao uso e operação dos edifícios.

O CTE Operação Sustentável identifica e implementa soluções integradas para otimização de toda a área operacional das edificações, atendendo a aspectos como gestão de resíduos, água, energia, engajamento com os ocupantes e governança corporativa para a sustentabilidade. 

Entre em contato para falarmos mais a respeito!

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