Resiliência climática é um termo que tem se tornado cada vez mais comum no vocabulário de empresas e de gestores públicos, em função da alta vulnerabilidade da sociedade e da economia global perante os eventos climáticos extremos.
Estamos falando de fenômenos como tempestades, secas prolongadas, ondas de frio e de calor, além de incêndios florestais mais frequentes e severos.
De acordo com relatório publicado em 2022 pelo Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas (IPCC), mais de 40% da população mundial enfrenta alto grau de susceptibilidade ao estado do clima.
Especificamente no Brasil, ao longo dos últimos trinta anos, a frequência de eventos climáticos extremos mais que dobrou.
Nesse mesmo período, foi registrado um aumento alarmante de 300% em eventos hidrológicos, como alagamentos, enxurradas e inundações, conforme dados de um estudo da Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul, em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
O que é resiliência climática?

A resiliência climática refere-se à capacidade de prever, resistir e se recuperar, de forma ágil e eficiente, dos impactos dos eventos climáticos extremos.
Para que isso seja possível, torna-se imperativo implementar três grupos de ações principais:
- Planejamento adaptativo — Envolve a construção de infraestruturas que sejam projetadas para resistir às catástrofes climáticas de maneira eficaz.
- Proteção ambiental — Engloba a preservação de ecossistemas que desempenham um papel crucial no fornecimento de serviços climáticos, como, por exemplo, as florestas que regulam o ciclo da água.
- Educação e conscientização — Tem como foco a preparação e o engajamento das comunidades para estarem preparadas e responderem de forma assertiva às emergências climáticas.
Motivos para construir comunidades e negócios resilientes ao clima
A resiliência climática está diretamente associada à proteção de vidas humanas, bem como à preservação dos recursos naturais.
Ela, também, é essencial para garantir a estabilidade econômica. O IPCC revelou que, somente em 2024, os eventos climáticos extremos geraram custo superior a 300 bilhões de dólares para a economia mundial.
Em contrapartida, cálculos realizados pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) indicam que, para cada dólar investido em resiliência climática, é possível economizar até treze dólares em custos de recuperação.
Além disso, sistemas resilientes são capazes de garantir a continuidade de serviços essenciais para a sociedade, como produção de alimentos, abastecimento de água e fornecimento de energia, mesmo perante situações adversas.
Por fim, promover a resiliência climática é uma etapa indispensável para o cumprimento das Metas de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
Como os edifícios e as cidades podem contribuir para obter maior resiliência climática?

A arquiteta urbanista Myriam Tschiptschin, Head de Smart Cities e Infraestrutura Sustentável no CTE, explica que há múltiplas ações, com resultados comprovados, capazes de tornar as áreas urbanas mais preparadas para lidar com os desafios impostos e melhorar a vida de seus cidadãos.
Todas elas nascem de um bom projeto urbano, compacto e preocupado em preservar e restaurar ao máximo os ecossistemas naturais, que são essenciais para mitigar os danos climáticos.
No entanto, é preciso considerar que cada região tem suas características e fragilidades. Por isso, a importância da realização do Estudo de Vulnerabilidades Locais, do Plano de Resiliência (ou Plano de Ação Climática) e do Plano de resposta a Emergências. Isso se aplica a municípios, mas também a empreendimentos.
Neste caso, estes estudos devem ser desenvolvidos em etapas preliminares de projeto, de forma a garantir a implantação de medidas e infraestruturas adaptadas e resilientes.
Quando o foco é resiliência perante as mudanças no clima, outras ações com resultados importantes são:
- Plantio de vegetação nativa e densa, adaptada ao regime local de chuvas e com maiores contribuições para as condições de microclima e drenagem.
- Construção de sistemas de drenagem baseados na natureza, como jardins de chuva e biovaletas.
- Implantação de coberturas verdes e azuis, vegetadas e/ou capazes de coletar, armazenar e aproveitar a água da chuva para enfrentar secas e tempestades;
- Geração de energia renovável. Além de reduzir as emissões de CO₂, a produção de energia limpa diminui a dependência das concessionárias.
- Produção local de alimentos saudáveis para garantir segurança alimentar à população mesmo diante de falhas no abastecimento, além de minimizar diversos outros impactos ambientais.
- Garantia da estanqueidade e resistência de estruturas e vedações, frente a eventos extremos
- Implementar programas de educação ambiental, treinamentos de resposta a emergências, entre outras ações para conscientização das comunidades.
Antes de promover a resiliência climática, é essencial considerar, em primeiro lugar, a adaptação às mudanças do clima.
Antecipar-se às crises e se preparar previamente é uma abordagem muito mais inteligente e eficaz do que simplesmente reagir a eventos extremos quando eles já estão em curso.
Paralelamente às ações voltadas à adaptação e à resiliência, é indispensável implementar estratégias de descarbonização.
Afinal, a atmosfera do planeta é uma só e a redução das emissões de gases de efeito estufa deve ser um compromisso coletivo.
Somente com o engajamento de todos será possível mitigar os impactos das mudanças climáticas e construir um futuro mais sustentável.
De que forma o CTE pode ajudar?
Por meio da jornada ESG (Environmental, Social and Governance) e Sustentabilidade, o CTE oferece diferentes soluções de resiliência e adaptação climática para os projetos, desde a sua concepção, a partir do desenvolvimento da Avaliação de Vulnerabilidades e Riscos Climáticos e do Plano de Resiliência.
Essa atuação passa pelas fases de projeto e obra, se estendendo até a fase de operação dos empreendimentos, com a incorporação de tecnologias digitais e a consultoria para gestão inteligente de construções resilientes.
Nossas equipes estão preparadas para colaborar na construção de um futuro mais flexível e adaptável, criando valor sustentável para as gerações futuras.
Entre em contato para saber mais sobre como podemos auxiliar a jornada de adaptação climática de empreendimentos e corporações.