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Estratégias verdes para aumentar a permeabilidade das cidades e evitar enchentes

1 de julho de 2021

A urbanização em crescimento nos países emergentes induz o aumento da impermeabilização das superfícies densamente ocupadas e, consequentemente, aumenta a vulnerabilidade dessas áreas a enchentes. Os materiais construtivos mais utilizados em infraestrutura urbana, como o concreto, o asfalto e mesmo o bloco intertravado, são marcadamente pouco permeáveis. Além disso, quando impermeabilizado, o solo deixa de desempenhar funções ecossistêmicas importantes, como a produção de alimentos, a regulagem de microclimas e a recarga dos lençóis freáticos.

Nas últimas décadas, urbanistas em várias partes do mundo têm se dedicado ao desenvolvimento de soluções para aumentar a porosidade das cidades, ampliando as oportunidades de infiltração da água no espaço urbano. Um dos casos mais notáveis de transformação com foco no incremento da permeabilidade aconteceu em Portland (EUA), onde foi realizado o programa Green Streets. Na cidade norte-americana, foram adotadas diferentes ações para aumentar a absorção da água das chuvas, transformando o local em referência internacional na chamada infraestrutura verde e azul, que amplia os espaços de vegetação na área urbana e os emprega no manejo da água.

Outro exemplo vem de Nova York, que está construindo mais de cinco mil jardins de chuva nos bairros do Brooklyn, Bronx e Queens. As obras se somam aos mais de quatro mil jardins de chuva existentes, que ajudam a reduzir as inundações e a diminuir os transbordamentos dos bueiros.

No Brasil, a cidade de São Paulo também participa deste movimento com 128 jardins de chuva já construídos especialmente na região central e em bairros como Pacaembu e Vila Nova Conceição.

A seguir você pode conhecer mais sobre algumas soluções técnicas simples que podem ajudar a aumentar a permeabilidade das cidades. Continue conosco:

Jardim de chuva — Os pontos de implantação devem ser escolhidos estrategicamente, considerando-se aqueles para os quais o pavimento circundante escoe a água pluvial. Em geral, o jardim de chuva tem um rebaixamento de pelo menos 20 cm em relação ao solo das redondezas. O substrato deve combinar terra fértil e diversas granulometrias de material pétreo, de modo a aumentar sua capacidade filtrante e a qualidade da água absorvida. 

As plantas selecionadas devem ser preferencialmente nativas, para estarem adaptadas ao regime de chuvas da região. Além de propiciarem a infiltração da chuva, esses jardins oferecem abrigo e alimento a pássaros e insetos, que atuam como polinizadores e ampliam as áreas verdes das cidades.

Telhados verdes — Também conhecidos como ecotelhados, consistem na implantação de um jardim na cobertura de edifícios e casas. Quando planejados ainda na fase de projeto de uma edificação nova, os telhados verdes podem comportar vegetação mais volumosa. No caso da instalação em edifícios existentes, os jardins precisam ser leves, com uma camada mais fina de substrato.

Uma camada impermeabilizante é aplicada sobre a cobertura e, no caso de utilização de plantas de maior porte, deve ser executada, também, uma faixa de membrana para contenção de raízes. Devem ser previstos pontos de drenagem, como pequenas calhas ou ralos para conduzir a água até bandejas ou canais de rocha que coletam a água absorvida.

Pavimentos permeáveis — Permitem a absorção das águas pluviais em superfícies construídas, como calçadas, ruas e estacionamentos. Podem ser compostos por blocos porosos ou agregados com resina que aumente sua resistência e permita o seu assentamento em elementos mais grossos, permitindo assim uma maior infiltração. Cada solução implicará em menor ou maior grau de permeabilidade da água.

Biovaletas — São canteiros lineares em vias e passeios públicos estrategicamente posicionados para aliviarem o sistema de drenagem urbano. Os canteiros funcionam como pequenos jardins de chuva, promovendo a absorção mais distribuída da água, evitando sua concentração em determinados pontos. Podem ser combinados com programas de plantio de árvores, através da criação de corredores verdes, que contribuem também para a conectividade ecológica e promoção da biodiversidade.

Por meio da Unidade Smart Cities, o CTE atua em projetos de escala urbana e de infraestrutura com consultoria técnica nas áreas de sustentabilidade, tecnologia, inteligência e inovação. Abordamos o desenvolvimento urbano considerando conectividade, pedestrianismo, conforto ambiental, biodiversidade, eficiência energética, conservação hídrica, gestão de resíduos, materiais sustentáveis, governança e desenvolvimento local da conceituação à construção e operação. Entre em contato para falarmos mais a respeito.

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