O Parque é o primeiro empreendimento brasileiro a obter a certificação Sustainable SITES
Quando conceberam o empreendimento O Parque, na zona sul da capital paulista, os executivos da incorporadora Gamaro tinham muita clareza sobre a importância de desenvolver algo que promovesse impactos urbanísticos positivos, sobretudo do ponto de vista de ecossistema, biodiversidade e promoção de qualidade de vida.
Para isso, eles tinham à mão uma área severamente contaminada, com mais de 38 mil metros quadrados, em uma região densamente urbanizada e valorizada, na avenida Roque Petroni Júnior. O terreno, que abrigou por muitos anos uma fábrica de baterias, demandou um longo e custoso processo de remediação. Mas, concluído esse trabalho, surgiu a oportunidade de desenvolver um projeto regenerativo, que requalifica a área, resgatando parcela da Mata Atlântica original.
Assim surgiu o empreendimento composto por seis torres: duas residenciais com 149 m de altura, uma Long Stay, uma com lajes corporativas e duas educacionais, além de lojas e restaurantes. Em meio a todas essas construções, há um parque aberto ao público com mais de 7.500 m².
Além de dar nome ao empreendimento, a restauração desta área verde também contribuiu para a sinergia do projeto com a certificação Sustainable SITES. Trata-se do primeiro empreendimento brasileiro a obter tal reconhecimento.
Também por conta das estratégias inovadoras e de sustentabilidade incorporadas, o projeto foi o vencedor do Prêmio Master Imobiliário 2023, na categoria Projeto Residencial e Comercial.
O que é a certificação Sustainable Sites?
Administrado pela Green Business Certification Inc. (GBCI), a Sustainable SITES Initiative® consiste em um programa abrangente que visa conciliar o desenvolvimento de empreendimentos a um design ambientalmente sustentável e resiliente. Voltada para as áreas externas, essa certificação tem um forte foco em desempenho ambiental e na promoção de bem-estar dos usuários.
Trata-se de um processo de certificação rigoroso, que abarca não apenas a análise do projeto, como também de toda a etapa de obra. O controle sobre a execução no canteiro inclui medidas de cuidado durante a movimentação de solo, além de ações para gerenciar a poluição, a erosão e a sedimentação e o descarte de resíduos, entre outros.
“O Sustainable SITES foca na preservação ecossistêmica, biodiversidade e qualidade de vida, trazendo requisitos únicos que outras certificações não abordam de forma enfática, como o cálculo da ampliação de biomassa vegetal e a proibição do uso de qualquer madeira proveniente de espécies ameaçadas ou que não sejam de reflorestamento”, comenta Myriam Tschiptschin, Head de Smart Cities e Infraestrutura Sustentável no CTE. Ela explica que a certificação também estimula a promoção da segurança por meio da qualidade ambiental. A ideia é trabalhar com espaços abertos, mas com boa visibilidade, com iluminação eficiente, em combinação com tecnologias inteligentes de monitoramento e segurança, estratégia adotada pelo projeto O Parque.
Projeto biofílico e de restauração ecológica
Em O Parque, um dos grandes diferenciais é o paisagismo desenvolvido por Ricardo Cardim, que resgata a memória biológica da cidade. A seleção das espécies 100% nativas se deu em função dos diferentes papéis que elas podem cumprir na natureza, desde oferecer sombra e melhorar a qualidade do ar, a servir de abrigo para a fauna.
Junto à flora exuberante, o empreendimento da Gamaro oferece múltiplas áreas de contemplação, com destaque para o curso d’água ladeado de pedras naturais, que desemboca em um lago com peixes de espécies brasileiras.
“Com a restauração da vegetação natural, o empreendimento ajuda a resgatar parte do ecossistema local perdido com a urbanização. O sucesso dessa ação é constatado com a presença de pássaros, insetos e até pequenos mamíferos no local”, revela Fabrício Rocha da Costa, diretor de incorporação da Gamaro.
Paralelo à oferta de toda essa exuberância verde, o complexo obteve uma série de marcas positivas, que favoreceram a conquista do selo Sustainable SITES. Entre elas, podemos destacar:
- Reuso de água — O paisagismo utiliza 100% de águas cinzas e pluviais tratadas. Ou seja, há zero consumo de água potável para a irrigação das áreas vegetadas.
- Drenagem verde — A instalação de sistemas de drenagem sustentáveis (biovaletas) permitiu reduzir em 60% o escoamento de água de chuva.
- Eficiência energética — A implantação de equipamentos de iluminação eficientes permitiu reduzir o consumo de energia nas áreas externas em mais de 70%.
- Gestão de resíduos — Durante a obra, foi obtida uma taxa de desvio de aterro de resíduos de 93,6%.
- Comunicação visual — Além de facilitar a localização dos pedestres, a sinalização é utilizada como uma estratégia de promoção de educação ambiental. Todas as árvores têm uma placa de identificação, criando maior conexão entre as pessoas e o paisagismo.
- Descompressão e lazer — Além de espaços de contemplação, o projeto dispõe de uma série de equipamentos para a promoção de atividade física.
- Acessibilidade — 100% dos acessos foram pensados a partir da escala do pedestre com calçadas largas, caminhos e inclinações suaves.
Na avaliação do diretor de incorporação da Gamaro, a conquista da certificação Sustainable SITES valida as práticas que a empresa vem adotando em seus empreendimentos com vistas à inovação, à proteção de recursos naturais e à promoção de saúde e bem-estar para os usuários. “As certificações ambientais vêm de encontro com as nossas práticas ESG (ambiental, social e governança), com a nossa preocupação em contribuir para o desenvolvimento de uma cidade melhor, além de ser um elemento que diferencia os nossos produtos no mercado”, conclui Costa.