No final de 2024, o Brasil deu um passo importante para a mitigação das mudanças climáticas com a sanção da Lei n.º 15.042, que institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE). O texto estabelece as bases para um mercado de carbono regulado no país, permitindo que empresas com emissões acima de limites pré-estabelecidos adquiram créditos de outras organizações que consigam reduzir suas emissões abaixo das metas fixadas.
O objetivo é promover a descarbonização por meio de metas governamentais para diferentes setores da economia, que poderão ser atendidas pela redução de emissões pelas empresas ou pela compra de créditos de carbono.
Como as empresas devem atuar nesse novo contexto?
A construção civil será diretamente impactada pela criação do mercado regulado de carbono, seja na operação das edificações, seja na cadeia produtiva dos materiais de construção.
A regulamentação determina que empresas que emitam mais de 10 mil tCO2e (toneladas de dióxido de carbono equivalente) por ano deverão reportar suas emissões ao governo.
Já aquelas que ultrapassarem 25 mil tCO2e anuais receberão cotas de emissão, passando a operar dentro de limites obrigatórios.
Adriana Hansen, diretora técnica de sustentabilidade no CTE, explica que essa obrigatoriedade promoverá um movimento inédito no setor: a ampla contabilização das emissões corporativas e setoriais, algo que até então era pouco difundido.
“Como consequência, construtoras, incorporadoras, fabricantes de materiais e demais agentes da cadeia terão de desenvolver inventários de emissões, estabelecer metas de redução e adotar soluções de baixo carbono.
Espera-se, inclusive, que muitas empresas precisem adaptar suas estratégias operacionais para cumprir os limites estabelecidos”, comenta a diretora do CTE.

Inventário de carbono torna-se ferramenta ainda mais estratégica
Quando pensamos em uma jornada corporativa de descarbonização, um dos passos iniciais é a realização do inventário de carbono, um relatório que registra, de forma estruturada, as emissões de gases de efeito estufa de uma organização, evento ou obra.
Esse relatório fornece dados essenciais para avaliar o impacto ambiental das atividades realizadas e implementar estratégias de redução de emissões e de melhoria da sustentabilidade.
Para produzir um inventário de carbono, é necessário quantificar as emissões, o que envolve selecionar a metodologia de cálculo, identificar as fontes de emissões, coletar dados sobre o consumo de energia, água, resíduos, transporte, entre outros, e calcular o total de gases do efeito estufa.
A principal referência internacional para o cálculo de emissões organizacionais ou corporativas é o GHG Protocol, que fornece diretrizes para quantificar e reportar emissões em três escopos:
- Escopo 1: emissões diretas
- Escopo 2: emissões indiretas associadas ao consumo de energia elétrica
- Escopo 3: outras emissões indiretas ao longo da cadeia de valor.
No Brasil, o programa GHG Protocol Brasil, coordenado pelo FGVCes, disponibiliza ferramentas específicas, planilhas-padrão e guias técnicos atualizados para auxiliar as empresas na elaboração de inventários de emissões.
Quando o objetivo é avaliar a pegada de carbono de produtos, a recomendação é usar a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), conforme estabelecido pelas normas ABNT NBR ISO 14040 e 14044. A ACV considera todo o ciclo de vida do produto, desde a extração de matérias-primas até o fim da vida útil, seguindo quatro etapas fundamentais:
- Definição de objetivo e escopo;
- Elaboração do inventário (quantificação dos fluxos de entrada e saída de energia, matéria e emissões);
- Avaliação de impactos (incluindo o potencial de aquecimento global, que representa a pegada de carbono);
- Interpretação e análise de resultados.
“Ao permitir quantificar as emissões associadas a projetos, materiais e processos construtivos, a aplicação dessas metodologias na construção civil é um passo fundamental para a participação no mercado de carbono, bem como para a conquista de certificações ambientais”, afirma Adriana Hansen.

Impulsionando transformações positivas no mercado há mais de trinta anos, o CTE desenvolveu uma ampla gama de serviços integrados para apoiar seus clientes em suas jornadas visando a neutralidade das emissões de carbono.
As soluções se aplicam para as atividades empresariais, para os edifícios e para os projetos de escala urbana, com foco na redução de impactos ambientais adversos, na redução de custos operacionais e no aumento do valor dos ativos.
Entre em contato para saber como o CTE pode te ajudar em seus planos de descarbonização.