O crescimento da certificação LEED O+M (Operação e Manutenção) tem sido notável em todo o mundo, refletindo um compromisso crescente com a operação sustentável dos edifícios.
Essa certificação é voltada para o desempenho contínuo de edificações existentes, com ênfase em eficiência energética, conservação de água, qualidade do ar interno, gestão de resíduos e mobilidade.
Somente em 2024, 1049 edifícios foram certificados com a certificação LEED O+M no mundo, somando mais de 11,5 milhões de metros quadrados. Desses, 68% obtiveram a certificação Nível Gold, 25% Nível Platinum, 6% Nível Silver e apenas 1% nível Certified.
Neste mesmo ano, 36 projetos foram certificados no Brasil, dos quais 26 tiveram a consultoria do CTE.
O que explica a expansão da certificação LEED O+M de uso e operação?

A demanda pela certificação LEED O+M é crescente por diversas razões, entre as quais podemos citar as pressões regulatórias e os compromissos ambientais corporativos.
As organizações também estão reconhecendo, cada vez mais, os benefícios financeiros da sustentabilidade operacional, como reduções nos custos de energia e a valorização dos ativos. Tudo isso torna o LEED O+M um elemento estratégico no avanço das práticas de operação sustentável em diversos setores ao redor do mundo.
A certificação LEED envolve, ainda, a comparação de desempenho com edifícios similares, permitindo identificar padrões de excelência e oportunidades de melhoria. Ao estabelecer benchmarks claros, a certificação incentiva a adoção de tecnologias e estratégias mais sustentáveis, contribuindo para a mitigação dos impactos ambientais, a preservação dos recursos e o aumento da resiliência dos edifícios.
O que mostram os projetos certificados pelo CTE?
Os 26 projetos certificados pelo CTE ao longo de 2024 somaram 660 mil m² e impactaram mais de 30 mil pessoas.
Superando o padrão global, 50% desses projetos alcançaram o nível Platinum e 46% atingiram o nível Gold. Apenas um projeto atingiu o nível Silver.
Outro dado interessante: 62% dos empreendimentos que receberam o LEED O+M em 2024 com a consultoria do CTE foram prédios já certificados com o LEED O+M ou com o LEED BD+C, ou seja, recertificações.
23 das edificações certificadas foram de empreendimentos corporativos, mostrando a grande adesão desse segmento a essa certificação. Também fizeram parte dos projetos certificados, um escritório, um galpão logístico e um hospital.
Os 26 prédios reconhecidos como LEED O+M estão nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
O que faz um edifício eficiente?
Não há um padrão tecnológico “mágico” para garantir a conquista da certificação LEED O+M. Mas gestão e comprometimento são palavras de ordem para garantir eficiência operacional.
Nesse contexto, o sistema de ar-condicionado das edificações certificadas foi bastante diverso:
Tipo de HVAC | Número de edifícios |
CAG à água | 11 |
CAG a ar | 1 |
CAG a ar/VRF a ar | 1 |
Self à água | 3 |
VRF à água | 1 |
VRF a ar | 9 |
Nenhuma das edificações certificadas possui sistema de geração de energia fotovoltaica. Isso significa que elas trabalharam seu desempenho de consumo de energia a partir de estratégias de gestão operacional e da adoção de equipamentos de alta performance.
Nos empreendimentos corporativos, a média do consumo de energia anual por metro quadrado, conhecido como Intensidade do Consumo de Energia, foi de 136,58 kWh*ano/m², com quartil ficando entre 86,8 e 174,78 kWh*ano/m². Os projetos também se destacam na categoria de energia, apresentando desempenho, em média, 17% superior à média global.
Com relação à água, 38% das edificações certificadas com a consultoria do CTE possuem aproveitamento de água de chuva, 12% fazem reuso de águas cinzas e 8% fazem reuso de águas negras. Todos os empreendimentos com reuso de águas cinzas e negras também promovem o aproveitamento de água de chuva.
A existência de uma infraestrutura hidráulica flexível para maximização do uso de fontes alternativas de água, pode possibilitar a expansão das fontes não potáveis, reduzindo o consumo de água da concessionária e o custo operacional.
Quando o assunto é resíduo, a média de desvio de aterro foi da ordem de 54%, sendo que apenas um empreendimento não conseguiu direcionar seus resíduos para reciclagem. A taxa de reciclagem máxima obtida entre os edifícios foi de 91%, com quartil ficando entre 13% e 56%.
Dos projetos certificados, 15 realizaram teste de qualidade do ar para verificar a concentração total de compostos orgânicos voláteis, com resultados que ficaram entre 118 µg/m³ e 663 µg/m³.
Vale lembrar que os compostos orgânicos voláteis são substâncias tóxicas à saúde humana e o seu monitoramento é fundamental para a gestão da qualidade dos espaços internos, a fim de garantir ambientes mais salubres aos ocupantes. Em todos os casos que a concentração ficou acima do esperado (>500 µg/m³), foram aplicadas ações de investigação e medidas corretivas para reduzir a quantidade do contaminante.
Em relação à mobilidade, em média, 46% dos ocupantes das edificações certificadas fazem uso do transporte coletivo. A média geral de distância percorrida até a edificação ficou em 15,86 km, com distância mínima média de 7,76 km e máxima de 27,88 km.
Adriana Hansen, diretora técnica de sustentabilidade no CTE, explica que os dados de 2024 reforçam a relevância do LEED O+M como um instrumento para alavancar a sustentabilidade na operação de edifícios.
“A experiência brasileira, liderada por consultorias como o CTE, demonstra que é possível superar padrões globais por meio de uma gestão eficiente, infraestrutura inteligente e tecnologias que otimizam o desempenho ambiental”, ressalta Hansen.
Com mais de 500 projetos certificados em seu portfólio, o CTE é líder no mercado de green buildings no Brasil. Se quiser saber mais como podemos ajudá-lo a diferenciar seu empreendimento no mercado, entre em contato!