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ABNT NBR 15.575 traz novidades para avaliação térmica. Entenda as mudanças!

29 de setembro de 2021

Por Melissa Cacciatori, consultora em Conforto Ambiental e Eficiência Energética de Edifícios do CTE

A avaliação de desempenho térmico da ABNT NBR 15.575-2013 – Edificações Habitacionais: Desempenho passou recentemente por uma importante revisão para aperfeiçoamento da metodologia. O objetivo é garantir uma análise mais efetiva do real desempenho térmico das edificações.

Para os projetos protocolados a partir de 30 de setembro de 2021, a avaliação de desempenho térmico deverá ser realizada conforme a metodologia prevista na emenda publicada em 30 de março de 2021.

O que muda?

A emenda define dois procedimentos para a avaliação de desempenho térmico:

  1. Simplificado — Apresentado na Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações internas e externas e na Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas.
  2. Por simulação computacional — Apresentado na Parte 1: Requisitos Gerais.

O procedimento simplificado permite o atendimento de desempenho térmico apenas no nível mínimo. As principais alterações da emenda para este procedimento são:

  • Elementos transparentes: é um novo critério que estabelece uma relação proporcional entre a área limite de elementos transparentes e a área de piso dos ambientes de permanência prolongada, como salas e dormitórios. A relação varia com o nível de sombreamento horizontal, o fator solar do vidro e classificação da esquadria (ABNT NBR 10.821);
  • Degradação da absortância à radiação solar: é uma recomendação da emenda que apresenta, em caráter informativo, procedimentos para obtenção de valores relativos à degradação dos materiais ao longo do tempo.

Já o procedimento de simulação computacional permite o atendimento de desempenho térmico no nível mínimo, intermediário e superior. Trata-se de um método que viabiliza uma avaliação mais ampla, representando melhor o nível de desempenho térmico da edificação.  

O novo texto contempla as seguintes alterações: 

  • Simulação anual, em substituição às avaliações limitadas aos dias típicos de verão e invernos; 
  • Cargas térmicas internas relativas à ocupação passam a ser modeladas, permitindo a avaliação em uso da edificação;
  • A ventilação natural deve ser avaliada com base na simulação de duas condições de uso: com e sem ventilação. Associa-se a quantificação de carga térmica para manutenção das condições de desempenho quando a ventilação natural não for suficiente;
  • Para a avaliação da ventilação natural, passam a ser modeladas janelas operáveis, que permitem simular o comportamento das trocas de ar com base nas características dos ventos do arquivo climático, em substituição à modelagem de janelas sem abertura para ventilação, com taxas fixas de renovação de ar;
  • Cálculo da carga térmica para avaliar o desempenho da edificação com uso do sistema de ar condicionado, nos momentos em que a ventilação natural não for uma estratégia suficiente;
  • Adoção de um modelo de referência, que se trata do edifício projetado com características referenciais definidas pela norma, com o qual o edifício em avaliação é comparado;
  • Novos indicadores de desempenho térmico baseados em temperatura operativa — o que aproxima a avaliação de aspectos relacionados ao conforto dos ocupantes —  e carga térmica, que aproxima a avaliação de aspectos de eficiência energética: 
    • PHFT — Percentual de horas de ocupação dentro de uma faixa de temperatura operativa
    • Tomáx e Tomín — Temperatura operativa anual máxima e mínima
    • CgTT — Carga térmica total. Este indicador só é avaliado para obtenção dos níveis intermediário e superior.
  • Modelagem do entorno da edificação, além da modelagem do entorno limitado ao empreendimento em avaliação;
  • Modelagem de todas as unidades habitacionais para três pavimentos representativos do térreo, intermediário e cobertura, nos casos de edifícios multifamiliares.

Figura 1 — Modelagem do Edifício Projetado, a ser avaliado

Fonte: Webinar LABEEE, adaptado por CTE

Figura 2 — Resumo principais mudanças da Emenda — Método de Simulação

Fonte: Webinar LABEEE, adaptado por CTE

Figura 3: Procedimento de Avaliação por Simulação Computacional

Fonte: Site LABEEE, adaptado por CTE

As mudanças definidas na Norma de Desempenho para o processo de simulação computacional são muito positivas e permitirão uma avaliação mais efetiva do desempenho térmico. 

No entanto, a complexidade da modelagem, das análises e dos critérios aumentou. Isso demanda adaptações importantes nas metodologias e no escopo de processos de consultoria, em relação ao processo antigo. 

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Referências:

Site LABEEE. NBR 15.575-2020 — Desempenho térmico. Disponível em: < https://labeee.ufsc.br/NBR15575-2020>. Acesso em 30.08.2021.

ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.575: Edificações habitacionais — Desempenho. Rio de Janeiro, 2013.

ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.575: Edificações habitacionais — Desempenho. Emenda 1. Rio de Janeiro, 2021.

Webinar LABEEE / IBPSA Brasil / ASHRAE Florianópolis Student Branch. NBR 15575: O novo procedimento de simulação para análise do desempenho térmico de residências. Disponível em:https://www.youtube.com/watch?v=BHxnhrIMbrA. Acesso em 30.08.2021

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