Como a construção civil pode ajudar a minimizar os efeitos das mudanças climáticas

As mudanças climáticas estão no centro das preocupações globais, especialmente quando a perspectiva é de longo prazo. A 20ª edição do Global Risks Report, publicado pelo Fórum Econômico Mundial, confirma isso. 

O estudo ouviu mais de 900 especialistas em riscos globais, tomadores de decisão e líderes da indústria para entender quais são os riscos considerados mais urgentes. Entre os mais citados estão: 

  • Eventos climáticos extremos;
  • Perda de biodiversidade e deterioração dos ecossistemas;
  • Mudanças críticas nos sistemas terrestres;
  • Escassez de recursos naturais.

Essa percepção é confirmada pelo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), segundo o qual, mais de 40% da população mundial já está em condição de vulnerabilidade ao estado do clima.

Diante desse cenário, como as empresas da construção e do mercado imobiliário devem atuar para minimizar riscos aos seus negócios e ao meio ambiente decorrentes das mudanças climáticas?

Os impactos das mudanças climáticas nos negócios

As mudanças climáticas referem-se a alterações significativas e persistentes nos padrões climáticos globais ou regionais ao longo do tempo.

Por trás desse fenômeno, estão atividades humanas como a queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e a agricultura intensiva, que aumentam a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, como dióxido de carbono (CO₂) e metano (CH₄). 

Esses gases retêm o calor do sol, resultando no aumento gradual da temperatura média da Terra.

As mudanças climáticas impõem desafios significativos para os negócios. Podemos destacar entre os mais relevantes:

  • Eventos climáticos extremos: secas prolongadas, inundações, tempestades e incêndios florestais podem prejudicar cadeias de suprimentos, interromper operações e aumentar os custos de seguros.
  • Instabilidade econômica: flutuações no preço de matérias-primas e energia podem impactar a rentabilidade.
  • Regulações mais rígidas: governos estão implementando normas ambientais mais rigorosas, o que pode resultar em multas, elevação de impostos ou exigência de mudanças nos processos produtivos.
  • Mudança no comportamento do consumidor: A demanda por produtos e serviços sustentáveis está em crescimento contínuo. Empresas que não se adaptarem perderão competitividade.
  • Danos à reputação: negócios associados a práticas insustentáveis podem enfrentar boicotes, críticas intensas e dificuldades para atrair investidores e clientes.

Inventário de carbono: o primeiro passo

A construção civil é um dos setores de maior impacto ambiental, seja pelo alto consumo de energia, seja pelas emissões de gases de efeito estufa. 

Por isso é tão importante que essa indústria assuma papel ativo na descarbonização e na transição energética.

Nessa jornada, o primeiro passo para as organizações é medir e avaliar os impactos de suas operações por meio de inventários de carbono

Após essa análise, que deve seguir padrões e metodologias internacionalmente reconhecidas, é possível estabelecer estratégias, planos e metas corporativas para a gestão consciente das emissões.

O inventário de carbono é uma ferramenta que, além de demonstrar o compromisso da empresa com a sustentabilidade, confere transparência e possibilita atrair novos investimentos e planejar processos para aumentar sua eficiência operacional.

No Brasil, a recente instituição do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa tornou a realização de inventários ainda mais relevantes. 

A regulamentação determina que empresas que emitam mais de 10 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente por ano reportem suas emissões ao governo.

Já aquelas que ultrapassarem 25 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente anuais receberão cotas de emissão, operando dentro de limites regulatórios pré-estabelecidos. 

Detalhamos todas essas mudanças neste artigo, preparado com o apoio de Adriana Hansen, diretora técnica de Sustentabilidade no CTE. Não deixe de ler!

Mapeamento de riscos e de oportunidades

O atual cenário exige negócios resilientes, capazes de se adaptar e de prosperar diante de desafios, crises e mudanças inesperadas. 

“Negócios resilientes não apenas sobrevivem em tempos difíceis, mas também encontram maneiras de inovar e crescer. Eles demandam um mapeamento estruturado de riscos e oportunidades”, explica Márcia Menezes, diretora de Inovação, Tecnologia e ESG no CTE.

Segundo ela, essa análise deve incluir a identificação de riscos de transição e riscos físicos, reconhecendo as principais vulnerabilidades do negócio.

  • Riscos climáticos físicos — São aqueles decorrentes de eventos extremos, como ondas de calor, enchentes e secas prolongadas. Eles podem ser classificados como agudos ou crônicos e afetar diretamente infraestruturas e cadeias de suprimentos, além de aumentar custos operacionais e de seguros.
  • Riscos de transição — Surgem da necessidade de adaptação a novas políticas e tecnologias voltadas para a redução das emissões de carbono. Eles incluem riscos regulatórios, tecnológicos, de mercado e reputacionais.

Em uma obra, por exemplo, esses riscos podem implicar em atrasos em cronogramas, em despesas extras, em desgastes com clientes e em perda de investidores. 

“Os impactos das mudanças climáticas devem estar cada vez mais presentes no planejamento das obras. Eles podem levar a prazos mais estendidos para execução de estruturas, devido à maior ocorrência de paralisações por chuvas intensas. 

Além disso, podem incentivar a adoção de sistemas construtivos mais industrializados, reduzindo a suscetibilidade da obra às intempéries”, exemplifica Márcia Menezes.

A diretora do CTE reforça que não há dúvidas sobre a ocorrência dos eventos climáticos extremos. “O que não sabemos é quando e em qual proporção esses problemas irão ocorrer. Daí a importância de buscarmos a resiliência e a adaptação para os nossos negócios”, conclui ela.

Como o CTE colabora com as empresas em um contexto de mudanças climáticas?

Impulsionando transformações positivas no mercado há mais de trinta anos, o CTE desenvolveu uma ampla gama de serviços integrados para apoiar seus clientes em suas jornadas visando a neutralidade das emissões de carbono. 

As soluções se aplicam tanto para as atividades empresariais, quanto para os edifícios e para os projetos de escala urbana. Entre elas, destacam-se: produção de inventário de emissões, a elaboração de plano de descarbonização de ativos imobiliários, e o desenvolvimento, aplicação e monitoramento de metas baseadas em ciência do SBTi (Science Based Targets). 

Quer saber como o CTE pode te ajudar a enfrentar os desafios da crise climática e avançar rumo à descarbonização? Clique aqui e fale conosco.

Receba nossa newsletter