Seja por pressões de mercado e regulatórias, sejam impulsionadas por compromissos com o ESG (Environmental, Social and Governance), empresas em todo o mundo têm se mobilizado para diminuir suas emissões de gases do efeito estufa, em resposta aos desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Nessa jornada, um passo essencial é a elaboração de inventários de emissões, documentos que quantificam e relatam, de forma transparente e com metodologia confiável, as emissões atmosféricas de cada empresa.
Por que as empresas devem fazer inventários de emissões?

Ao oferecer uma radiografia do impacto ambiental das organizações, a elaboração de inventários de emissões de gases de efeito estufa permite às empresas acessar uma série de vantagens. Entre elas, podemos destacar:
- Demonstrar à sociedade seu compromisso com a sustentabilidade;
- Compreender onde estão os maiores focos de emissão e, assim, traçar estratégias mais eficazes de redução com foco em metas de carbono zero;
- Identificar gargalos e oportunidades de eficiência, impulsionando a inovação;
- Acessar financiamento sustentável. Muitas instituições financeiras consideram esses relatórios ao conceder crédito ou investir em empresas, priorizando aquelas com baixo risco climático;
- Estar mais preparadas para atender às exigências atuais e futuras, como:
- Relatórios de riscos ESG exigidos pela CVM, aplicável a exercícios sociais a partir de 1º de janeiro de 2026;
- Parceria CVM & CDP para agilizar a conformidade climática com base nos padrões do International Sustainability Standards Board (ISSB), simplificando a entrega de dados de inventário ao regulador;
- Taxonomia Sustentável Brasileira, que define critérios de elegibilidade de atividades econômicas para direcionamento de capital a projetos sustentáveis.
Com essa preparação, as empresas não apenas cumprem obrigações regulatórias, mas também fortalecem sua reputação, atraem capital com menor custo e se posicionam à frente nas transformações do mercado de capitais.
O que é o Sistema GHG Protocol para publicação de inventários de emissões?
Em 2008, para incentivar a realização de inventários de GEE pelas empresas, foi criado o Programa Brasileiro GHG Protocol.
A iniciativa resulta de uma parceria entre o GVces, o World Resources Institute (WRI) e o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, da Embaixada Britânica no Brasil e do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, sigla em inglês).
O objetivo do Programa é estimular a cultura corporativa para a elaboração e publicação de inventários de emissões por meio da metodologia GHG Protocol, compatível com a ISO 14064 (padrão internacional relacionado à Gestão de Emissões de GEE) e com as ferramentas de quantificação utilizadas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC, sigla em inglês).
A principal ação realizada pelo Programa Brasileiro GHG Protocol é a gestão do Registro Público de Emissões. Essa plataforma online permite livre acesso aos dados de todos os inventários submetidos ao Programa desde 2009, conferindo mais transparência e maior alcance às informações registradas no Programa.
Como funciona o Registro Público de Emissões?
A partir do Registro Público de Emissões, o Programa qualifica publicamente os inventários submetidos em função de sua qualidade, abrangência e confiabilidade da informação relatada.
- Inventários completos e verificados por terceira parte recebem o Selo Ouro;
- Inventários completos, mas não verificados externamente, recebem o Selo Prata;
- Inventários incompletos recebem o Selo Bronze.
Além de reconhecer os esforços de organizações comprometidas com a gestão integral de suas emissões, esse sistema incentiva outras instituições a aprimorarem seus processos de elaboração e verificação de inventários.
A plataforma permite o download de inventários corporativos, exportação de gráficos e tabelas, e o acesso ao histórico de emissões de todas as organizações participantes. Trata-se da maior base de dados públicos de inventários organizacionais da América Latina, com mais de 4 mil registros.
Qualquer organização (empresas privadas ou públicas, ONG, terceiro setor, etc.) pode ser membro do Programa Brasileiro GHG Protocol e publicar anualmente os dados de suas emissões no Registro Público de Emissões.
O CTE é uma das empresas do setor de construção que utiliza a plataforma para divulgar seus inventários de gases de efeito estufa. Clique aqui para baixar o relatório de 2024 do CTE.
Como avançar em uma jornada de descarbonização?
O registro de emissões pelo GHG Protocol é uma ferramenta de gestão, reputação e inovação. Empresas que registram suas emissões podem se comparar com outras do setor, identificar tendências e se posicionar melhor em rankings como o Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 (ISE), o Global Real Estate Sustainability Benchmark (GRESB) e o Carbon Disclosure Project (CDP).
Ele também é essencial para as organizações que buscam certificações Net Zero.
A transparência proporcionada pelo registro de emissões também prepara as organizações para acessar o mercado regulado de carbono e se antecipar às exigências da nova versão do LEED v5, que trarão critérios mais rigorosos de desempenho energético e de ciclo de vida.
Há mais de 30 anos impulsionando transformações positivas no mercado, o CTE desenvolveu uma ampla gama de serviços integrados para apoiar seus clientes na jornada rumo à neutralidade de carbono. Essas soluções se aplicam às atividades empresariais, edificações, projetos urbanos e portfólios de ativos, sempre com foco na redução dos impactos ambientais, na diminuição dos custos operacionais e na valorização dos ativos.
Entre em contato para saber como o CTE pode te ajudar a estruturar sua estratégia de Net Zero, a alinhar seus indicadores aos benchmarks GRESB e a se antecipar aos requisitos do LEED v5 em seus planos de descarbonização.