Em qualquer análise que se faça sobre o mercado de capitais, é possível notar uma movimentação dos gestores de fundos de investimentos para as questões ESG (Environmental, Social and Governance). Essa percepção é corroborada pela expansão do GRESB, referencial dedicado a comparar o desempenho de veículos de investimento do mercado de real estate e de infraestrutura com relação às suas práticas de responsabilidade ambiental, social e de governança.
Atualmente, mais de 150 investidores institucionais e financeiros, bem como 3 mil fundos, empresas e operadores de ativos tomam decisões com base em dados ESG do GRESB.
Em 2023, a avaliação do GRESB voltada ao real estate registrou 15% de crescimento global e presença em 75 países. Nas Américas, no mesmo ano, 555 participantes relataram informações pelo sistema.
O que é o GRESB, afinal?
Criado em 2009 por uma organização independente sem fins lucrativos sediada na Holanda, o GRESB consiste em um padrão de benchmarking para empresas imobiliárias listadas publicamente, fundos de propriedade privada, incorporadores e investidores.
Através do GRESB Real Estate Assessment, a entidade faz uma avaliação anual que valida, pontua e ranqueia as informações fornecidas pelas empresas.
Além de incentivar a redução de emissões de gases do efeito estufa relacionados às mudanças climáticas, um dos objetivos é fornecer dados padronizados e validados para o mercado de capitais.
Qual é a importância do GRESB?
De acordo com estudo da EY (Ernst & Young), 99% dos investidores utilizam relatórios ESG para tomar suas decisões de investimento.
No entanto, 76% deles avaliam que as empresas não apresentam informações detalhadas e insights baseados em dados para justificar sua avaliação sobre o crescimento e o perfil de risco.
As ferramentas GRESB ajudam justamente nesse ponto, ao permitirem avaliar o desempenho ESG de companhias e fundos de forma padronizada e reconhecida globalmente.
O GRESB é uma excelente ferramenta para medir o desempenho ESG das empresas e de seus ativos imobiliários, bem como para melhorar o engajamento investidor-gerente dos ativos. “Ele funciona como uma ferramenta de avaliação de maturidade ESG que permite comparar o desempenho com concorrentes locais e internacionais”, destaca Wagner Oliveira, diretor de Operação Sustentável no CTE.
Para ele, ao trabalhar com os três pilares do ESG, dando ênfase para a governança, a avaliação do GRESB tem sido de grande valor para a implantação dos programas ESG. “Por ser muito objetivo, o GRESB permite construir uma estratégia com metas claras visando indicadores ESG cada vez melhores, além de resultados operacionais efetivos”, afirma o diretor do CTE.
Além disso, cada vez mais se consolida a ideia de que as práticas sustentáveis podem trazer benefícios financeiros tangíveis.
Fatores ambientais, como a eficiência energética e a gestão de recursos, podem levar à redução dos custos operacionais e ao aumento do valor da propriedade a longo prazo.
Fatores sociais, como a satisfação dos inquilinos e o envolvimento da comunidade, podem aumentar as taxas de retenção dos inquilinos e atrair ocupantes de alta qualidade.
Por sua vez, as práticas de governança, incluindo relatórios transparentes e gestão eficaz dos riscos, podem melhorar a eficiência operacional e mitigar riscos potenciais.
Como funciona o GRESB?
O GRESB funciona com um ciclo anual, de acordo com um calendário pré-definido que envolve um período para a transmissão de dados, uma janela para a avaliação e, por fim, um momento para a publicação das avaliações. Em seguida, são gerados benchmarks ESG para os setores imobiliário e de infraestrutura.
A pontuação de desempenho é guiada pelo que os investidores e as indústrias consideram questões materiais alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU, com o Acordo Climático de Paris e com as principais ponderações de relatórios internacionais.
O processo está estruturado em três componentes principais:
- Gestão — Mede a estratégia da empresa com relação à liderança, política, gestão de risco e engajamento de seus stakeholders;
- Desempenho — Analisa o desempenho do portfólio de ativos da instituição, compreendendo as informações coletadas no nível do ativo e do portfólio. Esse componente contempla indicadores como consumo de água e de energia, emissões de gases do efeito estufa, geração de resíduos e certificações verdes.
- Desenvolvimento — Mensura os esforços realizados com relação ao ESG na parte de projeto, construção e renovação dos edifícios. Este componente é adequado para entidades envolvidas em novas construções e/ou grandes projetos de renovação, com projetos em andamento ou concluídos durante o período do relatório.
De que forma o GRESB incentiva o movimento de descarbonização?
Assim como vem acontecendo em outros processos de certificação, o GRESB periodicamente “sobe a régua”. Isso significa que o referencial evolui ao longo do tempo, garantindo que os escores reflitam o desempenho relativo e as expectativas de sustentabilidade em mudança.
Também de forma análoga ao processo de certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), o GRESB tem dado mais atenção para as ações em prol da descarbonização.
Um dos objetivos é acompanhar o progresso das estratégias e rastrear informações sobre políticas, compromissos e metas de carbono zero.
Para se ter uma ideia, no ano passado, 72% dos participantes do GRESB Real Estate Assessment relataram ter uma política de emissões líquidas zero em vigor. Mas apesar desta dinâmica positiva, apenas 56% dos participantes globais assumiram um compromisso público de emissões líquidas zero e somente 50% estabeleceram uma meta de emissões líquidas zero.
CTE desenvolve pacote de serviços integrados para promover a descarbonização
O CTE tem auxiliado empresas e fundos de investimento em suas jornadas ESG e de descarbonização, oferecendo o suporte necessário em todas as etapas do processo, desde a definição de metas, à realização de estratégias para construir modelos de negócios de baixo carbono sustentáveis e resilientes.
Multidisciplinar, a equipe do CTE também está preparada para auxiliar seus clientes no reporte de informações para referenciais globais como o GRESB, bem como na busca por certificações ambientais alinhadas com as estratégias de emissões líquidas zero. Entre elas, o LEED Zero Energy e o LEED Zero Carbon.
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