ESG na construção civil: recomendações para as empresas se tornarem mais sustentáveis

Já há algum tempo, o ESG na construção civil deixou de ser uma tendência para se converter em uma condição para a garantia da perenidade dos negócios e da preservação do meio ambiente. Nesse setor, é cada vez mais comum vermos empresas buscando capacitação para estruturar suas ações nas esferas ambiental, social e de governança, desenvolvendo estudos e inventários, buscando certificações ESG

Esse movimento é muito pertinente, sobretudo se levarmos em conta que a indústria da construção é intensiva em uso de recursos naturais e em geração de resíduos, além de, historicamente, estar exposta a riscos elevados e a problemas de compliance.

O que significa ESG, afinal?

O ESG, sigla do inglês Environmental, Social and Governance, refere-se a um conjunto de padrões e boas práticas para definir se uma empresa é socialmente responsável, comprometida com a sustentabilidade e corretamente gerenciada. Trata-se de uma forma de medir o desempenho de uma organização, indo além da contabilização de lucro. 

Este é um movimento que vem sendo impulsionado por gestores de recursos e fundos de pensão, que colocaram o tripé responsabilidade social, responsabilidade ambiental e governança no centro de suas decisões de investimento. Isso não acontece sem motivo. Esses gestores entenderam que aplicar em empresas comprometidas com governança corporativa e com questões socioambientais é mais seguro e rentável.

“Para a cadeia da construção, o ESG agrega um valor extra. Afinal, além de orientar as empresas para a adoção de práticas mais sustentáveis, ele permite criar uma conexão com as novas gerações, para quem o propósito é essencial”, afirma Márcia Menezes, diretora de Inovação, Tecnologia e ESG no CTE.

Por que as empresas devem investir em ESG?

Aderir ao ESG na construção civil é uma oportunidade de buscar sustentabilidade a longo prazo, conquistar mais eficiência nas operações e elevar a resiliência durante crises. Outros motivos que justificam a mobilização das organizações em prol de ações ambientais, sociais e de governança são:

  • Redução de riscos e melhoria da reputação junto a investidores e demais partes interessadas;
  • Alinhamento com as expectativas das novas gerações, que priorizam responsabilidade e transparência;
  • Retenção de talentos. 86% dos profissionais preferem atuar em empresas com políticas ESG, segundo pesquisa da PwC;
  • Melhoria no desempenho financeiro, por meio de economia de recursos e atração de capital;
  • Fortalecimento da imagem institucional. 61% das empresas relataram ganho de reputação, segundo o Panorama ESG no Brasil 2023 da Amcham Brasil;
  • Identificação e mitigação de riscos ambientais, sociais e de governança.

Como iniciar a implantação de um sistema ESG na construção civil?

A implantação do sistema ESG na construção civil requer uma abordagem holística. Ela começa com o comprometimento e o engajamento da alta administração, consolidados em uma política de sustentabilidade corporativa desdobrada em objetivos, metas, indicadores, diretrizes estratégicas e requisitos a serem atendidos nas dimensões ambiental, social e de governança.

A partir desse referencial, é possível estabelecer padrões e ferramentas de controle para garantir a efetiva implementação e a identificação de não conformidades, bem como a adoção de ações corretivas, preventivas e de melhoria.

O processo continua com a criação de um Comitê de Sustentabilidade Corporativa que tem como função:

  • Verificar quais medidas a empresa já adota no campo ambiental, social e de governança; 
  • Identificar gargalos em relação à política e aos requisitos estabelecidos pela alta direção; 
  • Definir planos de ação para implementar novas medidas. 

Recomendações para as empresas da construção se engajarem no movimento ESG

Amplas e diversas, as estratégias e práticas ESG na construção civil devem se organizar sobre os três pilares da sigla: 

  • Ambiental — Contempla aspectos como redução de emissões de carbono, gestão da água e da energia, mitigação de riscos ambientais, qualidade urbana e uso do solo, entre outros pontos.
  • Social — Esse é o pilar do ESG que trata de aspectos como direitos humanos, relações de trabalho, diversidade e equidade, além de relações com a comunidade. 
  • Governança — Trabalha temas como estrutura de compliance, gestão de crises e planos de contingência, segurança e proteção de dados. A ideia é garantir que os interesses dos acionistas e dos stakeholders estejam alinhados com a gestão da companhia.

Em especial no caso da indústria de materiais para construção, além de olhar para seus processos de produção, as empresas precisam observar como seus produtos impactam a sustentabilidade de seus clientes e comunicar isso com transparência para as partes interessadas.

Para isso, algumas práticas recomendadas são:

  • Produzir HPDs (Health Product Declarations) – Com uma estrutura parecida com a das Fichas com Dados de Segurança (FDS), mas com um nível de detalhamento maior, as HPDs são ações de transparência com o mercado com relação à composição química dos produtos.
  • Buscar certificações que permitam distinguir as empresas que fazem maquiagem ESG daquelas que estão realmente comprometidas em gerar transformações positivas.  Entre elas, podemos destacar a Cradle to Cradle, a ON!ESG e o Sistema B. Emitidos por uma terceira parte, esses selos permitem às organizações comunicar seus esforços e resultados em relação às suas práticas ESG de forma mais eficaz e confiável.
  • Comunicar com transparência as iniciativas e os resultados para reforçar a confiança dos stakeholders. Para tanto, os relatórios de sustentabilidade e ESG são excelentes ferramentas, desde que produzidos de acordo com metodologias consagradas, com dados confiáveis e rastreáveis.

Na visão de Márcia Menezes, é preciso trazer o ESG como um valor estratégico para a cadeia da construção civil, visando o desenvolvimento a longo prazo. “No momento, as questões relacionadas à sustentabilidade podem até ser encaradas como diferenciais competitivos. Mas isso tende a mudar, tornando-se condição para acessar capital, diminuir riscos nas operações e garantir resiliência às empresas”, analisa a especialista.

Como as organizações podem evoluir na jornada ESG?

O CTE é líder em consultoria em sustentabilidade para a construção civil, com mais de três décadas de atuação e um vasto portfólio de soluções. Mais de 140 empresas já iniciaram a implantação do sistema ESG com o apoio da consultoria do CTE. Torne-se, também, uma referência em responsabilidade ambiental, social e em governança. Saiba mais sobre o Programa de Capacitação de empresas em ESG e a Certificação ON!ESG! Voltadas para empresas de pequeno, médio e grande porte, ambas as iniciativas podem colocar sua empresa à frente da concorrência.

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