A certificação AQUA-HQE passou por mudanças recentes para se adaptar às novas demandas do mercado, ao aprimoramento tecnológico e ao maior acesso a dispositivos eficientes. Entre as novidades mais relevantes, destaca-se a exigência de redução mínima de 20% tanto no consumo de água, quanto no uso de energia, em comparação a um edifício de referência. “Com isso, espera-se que os projetos sejam mais eficientes e inovadores, especialmente com relação aos materiais e sistemas utilizados”, analisa Camila Orlando, consultora de sustentabilidade do CTE.
Outra alteração impactante é a obrigatoriedade de realizar simulações computacionais para comprovar a economia de energia dos edifícios. Antes da revisão, algumas estimativas podiam ser feitas de forma mais simples, em planilhas. Agora, o processo ganha mais aderência com tecnologias mais avançadas e que permitem gerar dados e informações mais precisas.
Também houve uma atualização de metodologia para que o AQUA-HQE ficasse mais alinhado ao PBE (Programa Brasileiro de Etiquetagem), também recém-reformulado.
O que é o AQUA-HQE?
De origem francesa, a certificação AQUA-HQE foi criada com foco no uso racional de água e energia nas construções, bem como no conforto de usuários e comunidades vizinhas. No Brasil, o processo é conduzido pela Fundação Vanzolini que, desde 2008 já referendou no país 749 edifícios, sendo 457 residenciais e 236 comerciais.
A certificação prevê auditorias presenciais ao longo do desenvolvimento do projeto e da obra para analisar o atendimento aos critérios de sustentabilidade. Ela contempla 14 capítulos, cada um deles com requisitos que visam estabelecer parâmetros e avaliar o desempenho do edifício em relação a um conjunto de boas práticas.
O AQUA-HQE engloba desde aspectos relacionados à interação da edificação com o entorno, aos processos construtivos, passando pela eficiência no consumo de água e energia. O conforto, assim como a qualidade dos espaços, do ar e da água também são abordados. Há, ainda, bastante atenção às etapas de uso e operação do edifício, com requisitos voltados à manutenção e à gestão dos resíduos.
Um ponto interessante da certificação é sua sincronia com a Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575) ao abordar questões relacionadas ao conforto térmico, lumínico e acústico. Outra particularidade do AQUA-HQE é ter um capítulo inteiro dedicado ao sistema de gestão para projetos e obras. “Trata-se de uma ferramenta de gestão de projeto que permite ao empreendedor definir a qualidade ambiental almejada para a edificação, organizar os envolvidos para atingi-la e controlar o conjunto de processos operacionais relacionados às fases pré-projeto, projeto e execução”, destaca Camila Orlando.
Por que certificar?
Além de comprovar a qualidade ambiental do espaço construído, as certificações de sustentabilidade são um elemento de diferenciação no mercado, que impacta positivamente a velocidade de vendas/locação e melhora o relacionamento do empreendedor com órgãos ambientais e comunidades.
Em um contexto de valorização dos princípios ESG, as certificações adquirem ainda mais relevância à medida que permitem comprovar a adoção de práticas sustentáveis por meio de uma verificação de terceira parte.
Além disso, há uma movimentação consistente entre os principais bancos para incluir comprovações de sustentabilidade na avaliação de crédito e no cálculo de taxas de juros.
Projeto certificado
O CTE trabalha com diferentes tipos de certificação, apoiando seus clientes na identificação do processo que melhor se adapte às suas necessidades. Entre os projetos recém-certificados pela consultoria está o Crona 665, torre corporativa com embasamento de lojas construído na zona leste de São Paulo. O empreendimento da Porte Engenharia integra o Eixo Platina, um polo de desenvolvimento urbano que somará 310 mil m² de construções voltadas para negócios, moradia, comércio, cultura, lazer e investimentos.
Certificado com o AQUA-HQE, o Crona 665 tem como diferenciais uma rica interação com o entorno, o estímulo ao pedestrianismo e o paisagismo com espécies nativas. “Uma preocupação do empreendimento foi não criar muros. O edifício foi pensado para a cidade, com muita fluidez e gentileza para os usuários”, revela Orlando, mencionando alguns aspectos que contaram pontos para a conquista do selo.
Além de consultoria, a Unidade Sustentabilidade do CTE também realiza simulações de conforto térmico, lumínico, de eficiência energética e cálculo de transmitância térmica. O objetivo é auxiliar as empresas que precisam desses estudos, seja para apoiar processos de certificação, seja para atendimento da Norma de Desempenho. Entre em contato para conversamos mais a respeito!