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Smart Cities: O que é, aplicações e tendências 

26 de março de 2024

As smart cities (cidades inteligentes) são ocupações urbanas que fazem uso estratégico de infraestrutura, serviços, informação e comunicação para responder às necessidades sociais e econômicas da comunidade, não só das gerações atuais, como também das futuras.

Apesar do nome, o termo não se limita às cidades. Ele refere-se, também, a bairros, comunidades planejadas, requalificações urbanas e empreendimentos de grande porte ou com interface significativa com a cidade.

O desenvolvimento de localidades que minimizem os impactos ambientais da urbanização torna-se ainda mais relevante no contexto atual. 

Afinal, além de uma série de transformações econômicas e tecnológicas em curso, estamos diante do agravamento do aquecimento global, evidenciado na maior frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos.

Quer saber tudo sobre as smart cities? Então, siga conosco:

O que é uma smart city? 

Smart Cities

Segundo definição da International Organization for Standardization (ISO), as smart cities são locais que respondem a desafios como mudança climática, rápido crescimento populacional e instabilidade política ou econômica, por meio do engajamento com a sociedade e da aplicação de métodos de liderança colaborativa. 

Mais do que tecnológica e conectada, uma cidade inteligente é eficiente na utilização do solo e de recursos naturais, é economicamente sustentável e garante saúde e bem-estar a seus usuários, sem prejudicar outras cidades ou degradar o meio ambiente.

Tecnologias usadas nas smart cities

Quando falamos em smart cities, a primeira imagem que vem à cabeça é a de locais altamente tecnológicos, autônomos, repletos de sensores integrados a ferramentas de inteligência artificial. 

É verdade que a cidade do futuro não pode prescindir de tecnologia. Mas é preciso muito mais para tornar um bairro ou uma cidade resiliente e saudável para seus ocupantes. 

“A tecnologia digital é uma ferramenta para a produção de cidades mais inteligentes e humanas. Mas não é a única”, explica Myriam Tschiptschin, gerente de Smart Cities e Infraestrutura Sustentável no CTE. 

“Temos visto algumas cidades experimentando o sensoriamento de bueiros, o que é muito interessante. Porém, sabemos que sem transformar a forma de construir e ocupar as cidades, restaurando o ciclo hidrológico natural, não vamos resolver o problema de drenagem urbana”, exemplifica a especialista, que defende a combinação de estratégias urbanas low-tech e high-tech para obter os resultados mais concretos e assertivos.

  • Estratégias urbanas de baixa tecnologia — São aquelas focadas na recuperação e manutenção de ecossistemas e no planejamento urbano.  

Na maior parte das vezes, têm baixo custo de implementação, a exemplo das Soluções Baseadas na Natureza para aumentar a permeabilidade das cidades e resgatar o ciclo hidrológico das águas.

  • Estratégias urbanas high tech — Destacam-se a Inteligência Artificial, a Internet das Coisas e o Big Data, que permitem a coleta de dados em tempo real e ajudam na tomada de decisões mais assertivas. 

A instalação de sensores de bueiros que alarmam indicando a necessidade de manutenção e limpeza é um exemplo de estratégia tecnológica.

Quais os impactos da tecnologia e da inovação nas cidades?

Dados da ONU (Organização das Nações Unidas) estimam que, até 2025, as áreas urbanas devem concentrar 68% da população mundial. 

Por isso, o uso da tecnologia e da inovação nas cidades é essencial para que esses indivíduos tenham qualidade de vida enquanto diminuem sua pegada no planeta. Uma vida mais plena é um dos principais impactos das cidades inteligentes. 

A diminuição de tempo gasto no trânsito, um ambiente seguro, qualidade do ar satisfatória, espaços de lazer e contato com a natureza são apenas alguns exemplos de como o conceito de smart cities pode melhorar a rotina de seus usuários.

A sustentabilidade é outra marca que as smart cities deixam no mundo. O monitoramento de áreas nativas preservadas, o uso de tecnologias limpas, a economia de recursos naturais e a gestão eficiente de resíduos são formas de diminuir o impacto das grandes cidades no meio ambiente.

Outra consequência das estratégias smart cities é a economia financeira. Isso porque com o uso de sensores, automação e uma gestão mais inteligente, é possível usar de forma mais racional o orçamento municipal, economizar recursos e evitar desperdícios.

Quais são as tendências em Smart Cities?

Cidades de 15 minutos

Baseia-se na criação de pequenas centralidades de uso misto em diversas regiões da cidade, evitando longos deslocamentos. Com isso, o trânsito fica mais fluido e os modos ativos de transporte – a caminhada e o ciclismo – são favorecidos.

Requalificação de áreas urbanas degradadas

O foco é priorizar o reaproveitamento de áreas bem servidas de infraestrutura urbana, mas que estão subutilizadas, evitando novas obras e o desperdício de espaço público. 

Essa tendência também traz vantagens para a segurança pública e ganho de qualidade de vida para a população. Em São Paulo, o Parque Global utilizou esse tipo de abordagem. 

O megaempreendimento de uso misto está sendo construído em uma área submetida a processo de remediação de solo contaminado, depois de passar anos servindo como um bota-fora para os rejeitos do Rio Pinheiros.

Leia mais sobre esse case interessante aqui.

Comunidades planejadas sustentáveis e saudáveis

Os bairros planejados com essa abordagem vêm conquistando cada vez mais relevância por oferecerem mais equilíbrio com o ecossistema e qualidade de vida para as pessoas. 

São empreendimentos que, além de investir na máxima qualificação dos espaços abertos de lazer, favorecem a interação entre os usuários e a natureza e a promoção de saúde em bem-estar.

Um exemplo de comunidade concebida com foco em saúde, bem-estar e sustentabilidade é o Porto Belo Golf Resort, no litoral catarinense. 

Confira aqui mais informações sobre esse empreendimento que foi o primeiro na América Latina a ser certificado com selo Fitwel Community.

Uso de Internet das Coisas

A IoT (Internet of Things da sigla em inglês) cria oportunidades múltiplas para a integração direta do mundo físico com sistemas baseados em computador, resultando em ganhos de eficiência. 

A tecnologia também permite que os próprios sistemas tomem decisões de forma automatizada, reduzindo a intervenção humana.

Segundo dados da Zion Market Research, o mercado de internet das coisas para smart cities deve atingir mais de 330 bilhões de dólares em 2025. 

A internet das coisas pode ser aplicada, por exemplo, para:

  • Telegestão de iluminação pública
  • Gestão inteligente de tráfego
  • Medição de água e de energia
  • Alarmes em emergências e desastres
  • Monitoramento da qualidade do ar
  • Sistemas de estacionamento mais inteligentes, entre outras aplicações.

Economia compartilhada

Também conhecida como economia colaborativa, esse modelo permite que a população compartilhe recursos, serviços e espaços entre si. 

Segundo estudo da consultoria PwC, a economia compartilhada já movimenta cerca de 15 bilhões de dólares. 

Isso porque ela traz inúmeras vantagens: resulta em redução de custos, permite um uso mais eficiente de recursos, estimula o empreendedorismo, gera renda extra para a população e reduz o impacto ambiental. 

Em cidades e comunidades, a economia compartilhada está presente em sistemas de aluguel de objetos, hortas comunitárias, bibliotecas, organização de caronas, etc.

Quais são as Smart Cities no Brasil?

Smart Cities

Mesmo com os desafios de gestão urbana, o Brasil possui algumas boas iniciativas rumo a cidades mais sustentáveis. 

Para reconhecê-las, há o Connected Smart Cities, um ranking que usa 75 indicadores ligados à qualidade de vida para eleger as cidades mais inteligentes do país. Veja alguns destaques do último estudo divulgado (2023):

  • Florianópolis — A capital catarinense se destaca em mobilidade, saúde, segurança, tecnologia e empreendedorismo. Em seu último registro, a cidade possuía mais de 40 quilômetros de ciclovias para cada 100 mil habitantes, índice sete vezes maior do que São Paulo. 

Na categoria saúde, Florianópolis se orgulha por ter 100% de sua população coberta pela atenção primária à saúde e oferecer agendamento online para consultas de saúde na rede pública.

  • Curitiba — A capital paranaense é uma das seis cidades mais inteligentes do mundo, segundo o World Smart City Awards. 

Isso graças a políticas públicas, programas de planejamento urbano e ações que visam o desenvolvimento sustentável. A cidade, que foi pioneira em ônibus BRT e biarticulados, hoje foca na eletromobilidade, com ônibus elétricos em fases de teste.

  • Brasília — O Distrito Federal tem cobertura 4G para 96,9% dos moradores, além de parques tecnológicos e incubadoras de empresas. 
  • No último ranking, a capital registrou crescimento de 7,56% de empresas de tecnologia e 4,08% de empresas de economia criativa.
  • São Paulo — A maior cidade do Brasil possui 100% da população urbana com acesso à água, 97% com acesso a esgoto e 99,8% de cobertura de sinal 4G. Mas o grande destaque da capital paulista são as iniciativas de mobilidade. 

São Paulo foi um dos primeiros municípios a implantar bilhete eletrônico no transporte público e a instalar semáforos inteligentes.

  • Vitória — A capital capixaba oferece 17,08 vagas em universidades públicas para cada mil habitantes com mais de 18 anos. 

A média do ENEM entre alunos da rede pública é de 428,8 pontos e 100% dos professores que trabalham em escolas públicas têm ensino superior. O investimento municipal per capita em educação é superior a 1100 reais por habitante.

Desafios das smart cities no Brasil

Apesar de todos esses exemplos e dos avanços registrados nos últimos anos, o caminho até termos cidades verdadeiramente inteligentes é longo. 

Um dos entraves é a desigualdade social. Em muitos locais, ainda há questões elementares a serem solucionadas para o desenvolvimento humano, como a oferta de saneamento básico.

No Brasil, apenas 20% dos municípios fazem coleta seletiva de lixo. Além disso, grandes cidades exigem deslocamento médio de duas horas entre casa e trabalho, o que impacta a qualidade de vida e a produtividade dos moradores. 

É verdade que os gestores públicos têm responsabilidade sobre o desenvolvimento urbano. Mas o setor privado também pode exercer um papel importante para tornar as cidades, os bairros e as comunidades mais sustentáveis. Quer ver alguns exemplos?

Condomínios e loteamentos podem ajudar a minimizar o efeito das Ilhas de Calor, com a utilização de acabamentos claros e maximizando áreas vegetadas. 

Outra boa prática é a instalação de Jardins de Chuva, engenharia utilizada em áreas vegetadas para potencializar a infiltração e melhorar as condições urbanas de drenagem. 

A busca por certificações ambientais é outra ação recomendada para empreendedores comprometidos com práticas ESG (Environmental, Social and Governance)

Alguns selos aplicáveis a projetos de escala urbana ou empreendimentos de grande porte são o LEED for Cities & Communities, o LEED ND (Neighborhood Development), o Sustainable Sites e o Fitwel Community. 

O CTE Smart Cities e Infraestrutura Sustentável presta consultoria técnica em projetos de impacto urbano e de infraestrutura nas áreas de sustentabilidade, tecnologia, inteligência e inovação. 

O CTE também assessora empreendedores privados na conquista de certificações ambientais. Entre em contato para falarmos mais a respeito e clique aqui para conhecer o nosso portfólio.

 

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