Controle de iluminação é estratégico para garantir maior eficiência energética

Maximizar a eficiência energética é um objetivo a ser perseguido por todos os agentes da cadeia da construção. Primeiro pela necessidade de reduzir os gastos com a operação dos edifícios. 

Depois, pela urgência de diminuir impactos ambientais, especialmente a emissão de gases do efeito estufa, diretamente associados aos eventos climáticos extremos. 

Não à toa, em todo o mundo, movimentos regulatórios e processos de certificação ambiental voltados à sustentabilidade das edificações têm aumentado suas exigências visando a redução do consumo de energia e a descarbonização.

O impacto da iluminação na eficiência energética nas edificações

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Segundo dados do IEA (International Energy Agency), a iluminação representa cerca de 15% da energia elétrica mundial consumida e a expectativa é a de que esse número cresça entre 1,8 e 3,5 vezes até 2050. 

“Quando falamos em eficiência energética de edifícios, muitas atenções são voltadas para o sistema de ar condicionado que é, de fato, um intenso consumidor. 

Contudo, não podemos negligenciar o desempenho da iluminação”, pondera Eduardo Yamada, gerente técnico de sistemas prediais no CTE. 

Ele conta que em empreendimentos residenciais, a depender da tecnologia utilizada, a iluminação pode responder por 10% a 20% do consumo de energia. 

Em torres corporativas, essa representatividade pode chegar a 40%, se o edifício contar com um sistema de ar condicionado eficiente. 

Em outras tipologias de projeto, a importância da iluminação pode ser ainda maior, como em hospitais e em galpões logísticos de armazenamento. Nesse último caso, a iluminação chega a significar de 80 a 90% da demanda de energia.

Como iluminar com eficiência e sustentabilidade?

Uma tendência que vem se firmando nos projetos arquitetônicos nos últimos anos é o aproveitamento mais amplo da iluminação natural. 

Esse movimento é bastante positivo, seja porque promove melhores condições de conforto e saúde para os ocupantes, seja porque reduz o gasto de energia com iluminação. 

Porém, o aproveitamento da luz natural precisa ser equilibrado, sob o risco de elevar demasiadamente a carga térmica do edifício, demandando uso mais intensivo de sistemas de ar condicionado e, consequentemente, de energia.

“Na busca por um balanço ideal, algumas boas práticas são a adoção de sistemas de proteção nas fachadas mais suscetíveis à radiação solar, o uso de vidros mais eficientes, com maior índice de seletividade, e a utilização de sistemas eletrônicos para controle da iluminação”, lista Eduardo Yamada. 

“Temos visto muitos projetos de escritórios atentos ao ciclo circadiano e, até projetos luminotécnicos para espaços comerciais que se aproveitam da combinação de diferentes temperaturas de cor para aumentar o conforto e a permanência do usuário no espaço”, acrescenta Ricardo Garutti, engenheiro de automação predial na Finder.

Novas tecnologias permitem iluminar com mais eficiência energética

Há múltiplas estratégias que podem ser utilizadas para reduzir o consumo de energia em uma edificação, sem comprometer o bem-estar dos usuários. A primeira delas é a adoção de dispositivos mais eficientes. Nesse ponto, os projetos de luminotécnica têm sido especialmente beneficiados pelo aumento de eficiência de leds e luminárias. 

Atualmente, a maioria dos leds disponíveis no mercado apresentam eficiência de 100 lm/W, o que é um avanço importante em comparação às lâmpadas fluorescentes, com eficiência em torno de 50 a 70 lm/W. No entanto, em mercados mais desenvolvidos já é possível encontrar leds com eficiência luminosa de 240 lm/W. 

Quando esses produtos tiverem uso mais amplo, a expectativa é a de que seja possível elevar a eficiência energética a novos patamares.

Outra solução simples e eficiente para reduzir o consumo de energia é o controle de iluminação por meio de dimerização e sistemas de automação. Para isso, o projetista pode recorrer a tecnologias, desde as mais simples às mais sofisticadas. 

“Com o desenvolvimento tecnológico, temos soluções de eficiência e inteligência de todos os tipos, para diferentes tipos de edificações, inclusive para retrofits”, afirma Garutti. “Com a instalação de simples sensores de movimento em ambientes de curta permanência já é possível obter reduções de consumo importantes”, continua ele. 

Muito do desenvolvimento mais recente na área de controle de iluminação passa pela incorporação de IOT (Internet das Coisas) em protocolos de automação e controle. 

Há, por exemplo, o protocolo LoRa (abreviação do inglês Long Range, ou longo alcance) para telemetria em iluminação. Também vêm sendo cada vez mais aplicados os protocolos de comunicação KNX e Dali (Digital Addressable Lighting Interface).

O controle de iluminação vem se tornando imprescindível em projetos que visam maximizar o aproveitamento da iluminação natural, reduzindo o consumo da iluminação artificial.  

Algumas soluções que se destacam, nesse sentido, são o desligamento automático de circuitos perimetrais via fotocélulas ou relés fotoelétricos, a dimerização de circuitos perimetrais e os sistemas automatizados de persianas motorizadas, integrados com dimerização.

Outras recomendações para otimizar a eficiência dos sistemas de iluminação

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Para garantir eficiência energética em um projeto luminotécnico, é essencial adotar como referência normas de eficiência energética, como ASHRAE 90.1-2010. 

Essa norma, inclusive, é utilizada como premissa em projetos que almejam a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). 

Outra referência é o Selo Procel Edifica, que traz diretrizes para reduzir o consumo de energia, tanto em novos projetos, quanto em construções existentes.

Uma ação interessante para aumentar a eficiência energética é setorização dos sistemas de alimentação de iluminação. “Subdividir os circuitos permitindo a cada um deles um controle individual é um cuidado importante quando se busca eficiência”, afirma Ricardo Garutti. 

Os projetos devem considerar, ainda, que cada zona de iluminação pode ter um comportamento diferente. Daí a importância da programação horária dos circuitos de iluminação para controlar esses circuitos e suas rotinas.

Líder no mercado de green buildings no Brasil, o CTE vem contribuindo para o desenvolvimento de empreendimentos sustentáveis de alta performance, com proposição das melhores soluções técnicas e introdução de inovações tecnológicas em projetos de pequeno, médio e grande porte. 

Sua equipe atua na racionalização do uso de energia em edificações, orientando na definição e implementação das melhores estratégias nas etapas de concepção e desenvolvimento de projetos de arquitetura e sistemas prediais. Entre em contato para falarmos mais a respeito!

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