Nos últimos 14 anos, muitas mudanças aconteceram no mercado imobiliário brasileiro. O país, que até então não tinha ações estruturadas com relação à sustentabilidade de suas edificações, transformou-se na quarta nação do mundo em certificações LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). “Já são cerca de 1800 empreendimentos sustentáveis, certificados ou em processos de certificação pelos processos LEED e Aqua”, comenta Roberto de Souza, CEO do CTE.
Essa trajetória e os desafios para atingir novos patamares de sustentabilidade e excelência foram discutidos durante o 24º Webinar realizado pelo CTE enredes no último dia 17 de setembro.
Na oportunidade,
arquitetos dos escritórios Aflalo Gasperini, Perkins & Will e Superlimão
debateram o papel da arquitetura no desenvolvimento de construções e cidades mais sustentáveis.
“Em um contexto no qual as melhores práticas ambientais, sociais e de governança estão sendo mais valorizadas, a arquitetura ganha ainda mais protagonismo”, diz Roberto, citando a expansão dos fundos de investimento sustentáveis como mais um indicador de que a sustentabilidade é uma evolução sem volta.
A SUSTENTABILIDADE NOS PROJETOS
A preocupação com o
conforto dos usuários e com a eficiência na operação dos edifícios sempre
esteve presente em bons projetos de arquitetura. Nos últimos anos, porém,
algumas premissas de sustentabilidade adquiriram maior relevância nos projetos
realizados pelos grandes escritórios, sempre com intuito de gerar edifícios
melhores e que tenham interação saudável com o entorno.
Entre as práticas
que viabilizam esse movimento está o uso intensivo de tecnologia para realizar
simulações de incidência solar, ventilação e análise de ciclo de vida. “Os
novos softwares nos permitem obter dados consistentes para auxiliar os clientes
na tomada de decisão”, revela Fernando
Vidal, diretor-geral da Perkins & Will no Brasil.
Destaca-se, também,
a preferência por materiais regionais e produzidos em conformidade com diretrizes
de sustentabilidade.
Outras premissas
que vêm orientando o desenvolvimento dos projetos são os estudos de impacto
social, cada vez mais complexos, e a priorização da saúde e do bem-estar dos
ocupantes.
Segundo Rafael Lazzarini, diretor da unidade de
sustentabilidade do CTE, os benefícios tendem a ser maiores quando a
sustentabilidade é incorporada nas fases iniciais de planejamento. “Quanto mais
cedo esse assunto é abordado pelo incorporador, maiores são as oportunidades
para obter soluções com menores custo e interferência no projeto”, afirma
Lazzarini.
O PAPEL DAS CERTIFICAÇÕES
Nesse processo evolutivo, as certificações ambientais tiveram uma contribuição importante como indutor do desenvolvimento de projetos sustentáveis no Brasil. “Elas impulsionaram a qualidade da cadeia como um todo, desde o projeto, passando pelo setor construtivo, integrando com normas de desempenho e trazendo novas metodologias de construção”, analisa Vidal.
“A certificação
ajuda a separar o joio do trigo e permite gerar retorno financeiro para quem
realiza esse investimento”, acrescenta Lula
Gouveia, sócio do Superlimão. “Ela também ajuda a evitar o greenwashing.
Saímos de um cenário marqueteiro para fazer sustentabilidade de verdade”,
continua Gouveia.
ONDE DÁ PARA MELHORAR?
Apesar de todos
esses avanços, ainda há obstáculos a serem superados para que a construção
civil atinja um nível de sustentabilidade ótimo. “Entre os desafios há os
sistemas construtivos nacionais que, de modo geral, ainda geram muito
desperdício e são muito dependentes do uso do concreto”, cita Vidal.
“Os sistemas para
fachada disponíveis também precisam evoluir”, comenta José Luiz Lemos, sócio-diretor da Aflalo Gasperini Arquitetos. “É
verdade que o vidro melhorou muito e há bons produtos fabricados no Brasil, mas quando falamos em soluções para fachada
como um todo e o emprego de elementos arquitetônicos, ainda há uma grande
distância entre o que temos por aqui e o que se oferece no exterior”,
complementa Lemos.
Na visão de Lula Gouveia, a evolução passa pelos fabricantes investirem mais em testes e medições. “Precisamos de ensaios confiáveis para compreendermos o material que estamos especificando. Afinal, uma escolha equivocada pode fazer o nosso cliente simplesmente desistir da sustentabilidade”, ressalta.
“Quando olhamos
para sistemas de ar condicionado, iluminação, dispositivos hidráulicos e vidros
de alto desempenho, vemos melhorias significativas. No entanto, faltam, por
parte de alguns fornecedores, informações mais sólidas sobre os seus produtos e,
até mesmo, o interesse por certificações mais avançadas, tipo cradle to
cradle”, acrescenta Lazzarini, concluindo que também faltam, por parte do poder
público, incentivos para o desenvolvimento de edificações mais sustentáveis.
O CTE oferece
consultoria para o desenvolvimento de empreendimentos sustentáveis de alto
desempenho, com proposição de soluções técnicas e introdução de inovações
tecnológicas em projetos de pequeno, médio e grande porte. Entre em contato para obter mais informações.
Este site usa cookies para que possamos oferecer a melhor experiência possível ao usuário. As informações sobre cookies são armazenadas no seu navegador e desempenham funções como reconhecê-lo quando você retornar ao nosso site e ajudar nossa equipe a entender quais seções do site você acha mais interessantes e úteis.
Cookies Estritamente Necessários
O cookie estritamente necessário deve estar ativado o tempo todo, para que possamos salvar suas preferências nas configurações de cookies.
Se você desativar este cookie, não poderemos salvar suas preferências. Isso significa que toda vez que você visitar este site, precisará ativar ou desativar os cookies novamente.