Desempenho energético e acústico de edificações corporativas com fachadas em pele de vidro

Por Andrea Destefani

As cidades brasileiras vêm enfrentando desafios significativos, como o adensamento urbano, as mudanças climáticas e eventos extremos, fatores que impactam diretamente o desempenho energético em edificações corporativas.

As ilhas de calor, fenômeno cada vez mais presente em nossas metrópoles, são caracterizadas pelo aumento da temperatura do ar nas áreas urbanas em relação ao seu entorno, possuindo uma relação direta com a morfologia das cidades. Outro fator relevante é a concentração de calor devido a atividades urbanas, como o tráfego de veículos.

O aumento da temperatura e as ilhas de calor colocam em risco o desempenho energético das edificações, demandando significativamente mais energia para o sistema de refrigeração. Para entender estratégias que promovem a eficiência energética, confira o artigo do CTE sobre Eficiência energética em edificações: entenda como conquistá-la.

O adensamento urbano e o aumento do fluxo de trânsito também impactam a demanda por isolamento acústico das fachadas das edificações. Avenidas movimentadas podem atingir níveis de pressão sonora de 80 a 90 dB, extremamente nocivos ao ouvido humano. Portanto, a importância de projetar envoltórias eficientes para novas edificações se torna cada vez mais evidente.

Fachadas em pele de vidro, bastante comuns em edifícios corporativos, embora esteticamente atrativas, podem gerar desafios importantes para o desempenho energético em edificações, exigindo soluções de proteção passiva mais eficazes.

Em termos de consumo energético, principalmente devido à alta transmissividade térmica e lumínica dos vidros, os ambientes internos podem sofrer com o aumento da carga térmica, caso a fachada não seja projetada para oferecer uma proteção passiva mais eficaz.

Outro fator que impacta a carga térmica é a iluminação artificial. Para otimizar o sistema de iluminação, torna-se crucial considerar o aproveitamento da luz natural. O design da fachada deve ser planejado de modo a maximizar a entrada de luz solar durante o dia, reduzindo a necessidade de iluminação artificial. 

O uso de vidros com controle solar, como os de baixa emissividade ou com películas especiais, pode minimizar o ganho de calor e evitar sobrecarga no sistema de iluminação.

Quanto ao ar-condicionado, a escolha de vidros que controlam a radiação térmica também é essencial, evitando a sobrecarga nos sistemas de climatização. Além disso, a utilização de sistemas de ventilação natural ou híbrida, com integração de sensores para monitoramento de temperatura e umidade, pode ajudar a reduzir a dependência do ar-condicionado.

Em relação à acústica, os sistemas envidraçados também podem apresentar limitações quanto ao isolamento, especialmente se o empreendimento estiver localizado em áreas com altos níveis de ruído. Para aprofundar-se nas soluções acústicas na arquitetura, acesse o artigo do CTE sobre Acústica na arquitetura: como obter os melhores resultados.

Para garantir o conforto acústico, é imprescindível mapear e analisar as fontes de ruído no entorno da edificação, como casas de show, estádios, escolas, rotas de aviões e ferrovias. 

Paralelamente, é necessário avaliar os sistemas construtivos da edificação, como alvenaria, esquadrias e vidros, para garantir que atendam às necessidades específicas do local. 

Essa análise permite a proposição de soluções de projeto personalizadas, capazes de mitigar os impactos do entorno e garantir o desempenho esperado.

O planejamento eficiente e integrado do sistema de envoltória resulta em edificações mais sustentáveis, auxiliando na obtenção de créditos para certificações como a LEED, por exemplo. 

Além disso, reduz os custos operacionais, melhora o conforto ambiental dos ocupantes, aumenta a produtividade nos ambientes de trabalho e reduz as chances de questões trabalhistas.


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