A necessidade de isolamento social trazida pela pandemia
de Covid-19 gerou uma série de mudanças na sociedade que impactam os
ambientes construídos. O trabalho em home office, o ensino à distância e o
convívio mais próximo e prolongado entre os moradores foram extremamente
intensificados nos ambientes domésticos e
evidenciam fragilidades no desempenho acústico das habitações.
Estamos falando não apenas de ruídos provenientes de unidades vizinhas,
como também daqueles gerados no interior da própria unidade e que causam desconforto e
problemas de concentração e produtividade.
O post de hoje vai abordar os desafios que envolvem a garantia de conforto acústico nas moradias. Continue conosco para saber mais.
ACÚSTICA, SEMPRE UM PONTO CRÍTICO
Não é de hoje que a acústica é uma questão sensível para a construção
civil, demandando atenção especial de vedações internas, lajes, fachadas e
esquadrias, entre outros sistemas.
“Problemas de acústica estão entre as principais
causas de insatisfação entre os ocupantes de edificações. Por isso, orientamos
nossos clientes na elaboração de projetos que atendam às normas técnicas,
especificando materiais e equipamentos que colaborem no atendimento de níveis
aceitáveis de ruído”, comenta Adriana
Hansen, gerente de consultoria da Unidade de
Sustentabilidade do CTE.
Hansen destaca, entre referências técnicas importantes, a
ABNT NBR 15.575 —Edificações habitacionais — Desempenho, que apresenta
requisitos que tratam da qualidade acústica dos edifícios para maior conforto e
bem-estar dos usuários. Outra norma para auxiliar os projetos quanto à redução
de ruídos é a ABNT NBR 10.152 — Acústica — Níveis de pressão sonora em
ambientes internos a edificações.
Ao longo dos anos, a indústria desenvolveu múltiplas soluções para garantir maior
conforto acústico aos ambientes internos. Entre
elas estão as placas acústicas, aplicadas em paredes
e tetos, e as paredes de drywall com recheio de lãs minerais.
Também podem gerar impactos positivos as esquadrias com
vidros mais espessos (duplos ou triplos) e caixilhos mais estanques, bem como
os pisos flutuantes (madeira, laminado, vinílico, etc.) ou flexíveis (carpete,
por exemplo) com a inserção de mantas acústicas sobre o contrapiso.
Importante mencionar, ainda, tecnologias para apoiar o
desenvolvimento de projetos, como softwares lastreados em normas técnicas que
ajudam no estudo do desempenho acústico das edificações.
PRINCIPAIS TIPOS DE RUÍDOS
Soluções acústicas como as
citadas visam atenuar os ruídos mais comuns em
unidades habitacionais. O primeiro deles, o aéreo, se transmite através do
piso, de juntas mal executadas em paredes, por frestas de janelas e portas. Ele
pode ter origem externa, vindo de veículos,
aeronaves e estabelecimentos comerciais, por exemplo. Também podem ser oriundos
de apartamentos ou ambientes vizinhos.
Outro fator de incômodo são os ruídos de
impacto, que surgem em função de atritos realizados sobre o piso, transmitidos
através dos elementos estruturais. Normalmente gerados no apartamento
imediatamente acima, podem ser causados por um vizinho praticando exercícios em
casa ou mesmo por uma criança brincando.
Ruídos hidrossanitários e os provocados por equipamentos
de uso coletivo, com os de casas de máquinas de elevadores, também são fator de
desconforto e podem ser solucionados com boas decisões de projeto. No caso do
barulho causado em tubulações de água e esgoto, a saída pode passar por um projeto de hidráulica que evite a passagem de condutores por cômodos mais silenciosos e preveja instalações com
menos desvios abruptos e estrangulamentos.
OLHAR PARA O FUTURO
Sobretudo após a publicação da Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575), a indústria da construção passou a dar mais atenção à necessidade de garantir melhor conforto acústico aos usuários dos edifícios residenciais. Um ponto de destaque, nesse sentido, é a preocupação de projetistas e empreendedores em proteger cada unidade habitacional de ruídos externos.
Mas esse novo contexto, com mais pessoas trabalhando e estudando em casa, impõe novos desafios a quem projeta e constrói. Se forem definitivas, as novas exigências dos usuários podem se traduzir em outros requisitos de desempenho, como, por exemplo, maior atenção às vedações internas, incluindo portas com melhor desempenho acústico. A Unidade Sustentabilidade do CTE atua na avaliação e na proposição de estratégias para melhoria do conforto ambiental das edificações. Com isso, agrega valor ao projeto, assegurando a efetividade das soluções para a produção de ambientes mais saudáveis e produtivos. Se quiser mais sobre essa atividade, clique aqui.
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