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Transporte individual e sustentável adquire mais relevância no pós-pandemia

16 de setembro de 2020

As cidades estão em plena transformação e um dos atores desse processo é o meio de transporte utilizado pelas pessoas em seus deslocamentos.

Como reflexo das mudanças proporcionadas pelo novo coronavírus, a mobilidade individual está em forte crescimento, por meio do uso de carros particulares, bicicletas, patinetes e scooters elétricos. O objetivo é evitar a utilização do transporte coletivo, potencialmente mais suscetível a contaminações.

Na Europa, em países como Alemanha e Inglaterra, e nos Estados Unidos, as mudanças no estilo de vida impulsionaram as vendas e o uso de bicicletas, agregando uma possibilidade de realização de atividade física, ao mesmo tempo que reduz as emissões de carbono. A priorização do deslocamento por bicicleta, inclusive, faz parte das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) durante a pandemia de Covid-19.

Com mais pessoas aderindo a esses meios de locomoção, verifica-se a importância de os edifícios estarem preparados para proporcionar locais com infraestrutura adequada para estadia, carregamento e manutenção desses veículos.

Edifícios bike friendly

As ações para incentivar o uso das bicicletas vêm tanto do poder público, quanto da iniciativa privada. Em cidades como São Paulo, a lei de zoneamento exige que haja uma quantidade mínima de vagas para bicicletas em edificações residenciais e comerciais. O número deve ser proporcional às unidades habitacionais ou à área construída.

Ao mesmo tempo, é possível encontrar exemplos de projetos que já foram concebidos com instalações adequadas para bicicletas, especialmente em edifícios comerciais que almejam certificações de sustentabilidade.

Entre as boas práticas de um edifício bike friendly, destaca-se a instalação de vestiários com chuveiros, armários e bebedouros, bem como a disponibilização de ferramentas para a realização de pequenos reparos. É recomendável, também, a previsão de vagas cobertas para bicicletas com proteção contra furtos, e a implementação de sinalização interna e externa para direcionamento seguro à área de bicicletário, quando possível, por ciclovia interna.

Outra prática importante é separar os bicicletários de curta e de longa permanência. Os primeiros são dedicados a visitantes e devem estar próximos à entrada principal do edifício. Reservados para funcionários e moradores, os bicicletários de longa permanência precisam estar em área coberta, próxima aos vestiários e às demais infraestruturas para ciclistas.

Suporte e estacionamento

Para o estacionamento de bicicletas, há diversas soluções de suporte. As mais recomendadas são aquelas acessíveis a todos, como os modelos U invertido, circular piso e circular haste.

Para empreendimentos com pouca área disponível e que necessitam de muitas vagas para bicicletas, uma alternativa são os racks de dois andares.

Modelo U invertido, circular piso e circular haste. Fonte: Cyclehoop.
Rack de dois andares para bicicletas. Fonte: Cyclehoop.

Entre as novidades, podemos destacar o bike box, que funciona como um armário para bicicletas e pode apresentar um carregador para modelos elétricos, e o bike parklet, instalado na rua, em uma vaga de automóvel.

Bike Box. Fonte: Cyclehoop.
Bike parklet. Fonte: Cyclehoop.

Veículos elétricos

Outro meio de transporte que tende a ganhar relevância no Brasil é o carro elétrico. Na capital paulista, conforme Lei n° 17.336/20, a partir de abril de 2021, novos edifícios residenciais e comerciais deverão prever infraestrutura para carregamento de veículos elétricos.

Para o futuro próximo, a tendência é a de que outros municípios adotem legislações semelhantes. Isso significa que os empreendimentos precisarão disponibilizar vagas exclusivas para carregamento dos automóveis elétricos, devidamente sinalizadas, com estação de recarga.

O mercado brasileiro já apresenta equipamentos classificados como nível 2 ou superior de capacidade de carregamento, com conexão à Internet e possibilidade de cobrança de tarifa diferenciada em horário de pico.

Visando a comodidade dos usuários e a sustentabilidade, seria interessante se os empreendimentos também previssem locais para carregamento de e-bikes, patinetes e scooters elétricos, preferencialmente combinados com geração de energia solar.

Uma tecnologia que pode ajudar, nesse sentido, é a estação de recarga com capacidade para até 10 bicicletas, patinetes e scooters simultaneamente, com  cobrança individual.

Estação de recarga de bicicleta, patinete e scooter. Fonte: ABRAFAC.

Com as alternativas tecnológicas disponíveis, verificam-se várias oportunidades para ajustar os edifícios às demandas dos novos tempos. Impulsionar o uso de modais de transporte sustentáveis e seguros pode ser a resposta para uma série de desafios, tanto na esfera individual, quanto na escala urbana e coletiva.

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Pamela Kahn

Pamela Kahn

Arquiteta Consultora na Unidade de Sustentabilidade CTE

Formada em Arquitetura e Urbanismo, atua como Arquiteta Consultora na Unidade de Sustentabilidade CTE. LEED AP BD+C, Profissional Acreditado GBC Brasil Casa e Condomínio, DGNB Consultant.

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