Há uma série de estratégias que precisam ser consideradas quando o objetivo é criar ambientes confortáveis acusticamente para seus usuários e que estejam em conformidade com as normas técnicas. Entre elas destacam-se o isolamento e o condicionamento acústico.
Para alcançar melhores resultados, isolamento e condicionamento costumam ser utilizados de forma combinada, sempre com o propósito de prover uma atmosfera mais agradável e garantir que os ocupantes possam exercer suas atividades sem interferências indesejadas e que o som chegue com clareza aos ouvidos dos ocupantes.
Problemas de acústica estão entre as principais causas de insatisfação dos ocupantes de edificações. Daí a importância de os projetos de arquitetura e de interiores incluírem materiais e equipamentos que colaborem para o desempenho acústico.
Qual é a diferença entre isolamento e condicionamento acústico?
O isolamento acústico, como o próprio termo indica, refere-se às estratégias para reduzir o som que se transmite de um ambiente para o outro.
É o isolamento que permite, por exemplo, que em uma sala de cinema, o som externo não atrapalhe a experiência dos espectadores, assim como que o som do filme não vaze para corredores e salas vizinhas.
Para tanto, podem ser utilizados materiais densos ou específicos para este fim, como paredes e portas acústicas.
Neste artigo, a consultora de acústica do CTE, Andrea Destefani, explica como escolher vidros e esquadrias com foco em isolamento acústico. Vale a leitura!
E o condicionamento acústico?
Já o condicionamento acústico contempla ações para melhorar a qualidade sonora dentro do ambiente, de forma que o som não seja distorcido, não gere eco ou apresente reverberação excessiva.
Essa estratégia costuma ser bastante utilizada em locais como escritórios, shoppings, ambientes hospitalares, estúdios de gravação, igrejas, teatros, auditórios e salas de aula.
Para garantir a distribuição do som de maneira uniforme pelo espaço, são utilizados materiais para absorção (como forros e painéis absorventes), assim como soluções para difusão e reflexão das ondas sonoras.
Mas não é só isso. Há, também, outras estratégias que podem ser adotadas em projetos de acústica, como o controle da emissão de ruído e da vibração por equipamentos e instalações prediais.
O primeiro visa atacar a origem do ruído, por exemplo, com a substituição de um equipamento ruidoso por outro mais silencioso ou pelo tratamento acústico de casas de máquinas.
Já o controle da vibração busca impedir a transmissão de vibrações desde o equipamento até o ambiente ocupado.

Como escolher a melhor abordagem visando desempenho acústico?
Entender a origem e as causas dos ruídos indesejados é fundamental para a definição da estratégia de mitigação mais eficaz.
Para isso, um cuidado essencial a ser incorporado no projeto de acústica é o mapeamento da região onde a construção está inserida.
O objetivo é compreender todas as atividades ruidosas no entorno e planejar a melhor forma de reduzir este impacto na edificação.
Entre as principais causas de problemas acústicos em edificações, destacam-se os ruídos externos, mais graves em construções situadas em áreas urbanas densamente ocupadas.
Existem também as fontes sonoras internas à edificação, como instalações prediais, equipamentos mecânicos, atividades em apartamentos vizinhos ou em áreas de lazer, por exemplo.
A ABNT NBR 15.575, norma técnica que aborda o desempenho de edificações habitacionais, determina níveis mínimos, intermediários e superiores de desempenho acústico a serem conquistados por toda e qualquer construção residencial.
Para atender aos requisitos de desempenho acústico estabelecidos pela norma, são necessárias estratégias específicas durante o projeto e a construção do edifício. Isso inclui a seleção adequada de materiais para isolamento acústico.
Esses produtos precisam ser especificados de acordo com o tipo e função do ambiente.
Além do desempenho acústico e do design, no momento de comparar soluções acústicas, é importante observar aspectos como comportamento perante o fogo, resistência à umidade, durabilidade, sustentabilidade e facilidade de instalação e manutenção.
Outros aspectos críticos na acústica em edificações
Além disso, prover conforto acústico em edificações requer uma abordagem ampla e integrada, através da avaliação da arquitetura e todos os projetos complementares envolvidos.
Por exemplo, não adianta a residência possuir vidros duplos e não cuidar da vedação das esquadrias ou de sua execução.
Da mesma forma, de pouco adianta instalar portas acústicas e não garantir que os ruídos provocados pelas batidas ao fechar não sejam controlados.
Por fim, vale ressaltar que o melhor dos projetos terá seu resultado comprometido mediante erros de execução em obra. Vedações em drywall, por exemplo, têm seu desempenho colocado em xeque quando não se respeita o desencontro das aberturas para as caixas de tomadas e interruptores.
“Em relação ao isolamento acústico de esquadrias, detalhes como frestas ou desalinhamentos são falhas comuns que reduzem significativamente a performance prevista em projeto”, comenta Andrea Destefani.
Neste artigo, ela aborda os principais erros de execução que põem em risco o conforto acústico nas edificações. Não deixe de ler!
Líder em consultoria de sustentabilidade para a construção civil, o CTE atua na avaliação e na proposição de estratégias para melhoria do desempenho acústico das mais diversas tipologias de edificações.
Entre os serviços realizados, destacam-se consultoria e projeto de acústica, além de simulações para atendimento à Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575). Entre em contato e veja como é possível conduzir os projetos de edificações a um novo patamar de excelência.