A atenção de quem atua no mercado de capitais está cada vez mais voltada para o ESG (Environmental, Social and Governance). Um indicador disso é a expansão da ferramenta de Avaliação de ESG do GRESB, dedicada a comparar o desempenho de veículos de investimento do mercado de real estate com relação às suas práticas de responsabilidade ambiental, social e de governança. Em 2025, foram mais de 2.300 entidades (ou portfólios) participantes do processo, representando um aumento de 15% em relação ao ano anterior.
Os dados coletados e analisados na avaliação são utilizados por investidores para compreender e mensurar o desempenho de fundos e ativos com base nos indicadores não financeiros mais relevantes. Atualmente há mais de 80 investidores cadastrados no GRESB que, por meio de questionários e participação ativa em grupos de trabalho, colocam suas prioridades em pauta e guiam os avanços e revisões anuais do sistema de avaliação.
De participação voluntária, a avaliação é aberta a qualquer empresa que seja proprietária e/ou administradora de portfólio imobiliário de qualquer tipologia, incluindo edifícios corporativos, logísticos, residenciais, shopping centers e data centers, estruturados ou não no formato de fundo de investimento.
GRESB mostra sinais de evolução no mercado brasileiro
Em comparação com Estados Unidos e Europa, o Brasil ainda tem uma representatividade tímida no GRESB. No entanto, é possível notar avanços importantes quando analisado o desempenho dos fundos que participam da avaliação anual de Real Estate.
Os participantes do benchmark Standing Investments, que refere-se a ativos imobiliários já operacionais, tiveram uma média de 79 pontos, um aumento de 3,1 pontos em relação à média de 2024. Já os participantes do benchmark de Desenvolvimento, que contemplam projetos em fase de desenvolvimento ou construção, tiveram uma média de 87,9 pontos, 2,1 pontos acima da média do ano anterior.
“Essas conquistas evidenciam estratégias mais robustas, compromissos mais profundos e práticas mais consistentes que os participantes estão implementando”, explica Cristina Umetsu, consultora ESG e coordenadora de Operação Sustentável no CTE.
No Brasil, 18 fundos/portfólio participam do processo. Desse total, 90% reporta seus dados com o apoio da consultoria do CTE. “No último ano, tivemos dois fundos estreantes na avaliação, além de resultados bastante relevantes, como o de um dos fundos logísticos, que conquistou a primeira colocação dentro do seu peer group”, revela Umetsu.
O que é o GRESB e por que ele é importante?

Criado em 2009 por uma organização independente sem fins lucrativos sediada nos Países Baixos, o GRESB consiste em um padrão de benchmarking para empresas imobiliárias listadas publicamente, fundos de propriedade privada, incorporadores e investidores.
Através do GRESB Real Estate Assessment, a entidade realiza uma avaliação anual que valida, pontua e ranqueia as informações fornecidas pelas empresas.
Além de incentivar a redução de emissões de gases do efeito estufa relacionados às mudanças climáticas, um dos objetivos do GRESB é fornecer dados padronizados e validados para o mercado de capitais.
Ao participar desse processo, as organizações demonstram transparência, maturidade e preparo para atender às exigências de investidores que atuam em escala global.
O GRESB trabalha com um ciclo anual, de acordo com um calendário pré-definido que envolve um período para a transmissão de dados, uma janela para a avaliação e, por fim, um momento para a publicação das avaliações.
Em seguida, são gerados benchmarks ESG. A pontuação de desempenho é guiada pelo que os investidores e as indústrias consideram questões materiais alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da ONU, com o Acordo Climático de Paris e com as principais ponderações de relatórios internacionais.
Como se preparar para as mudanças no GRESB?
“Da mesma forma que ocorre em outros processos de certificação, o GRESB eleva periodicamente suas exigências. Isso significa que o referencial evolui ao longo do tempo, garantindo que os escores reflitam o desempenho relativo e as expectativas de sustentabilidade em mudança”, explica Cristina Umetsu.
Ela conta que dois pontos devem adquirir ainda mais protagonismo no próximo ciclo de reporte ao GRESB: a redução das emissões de carbono, exigindo ir além do cálculo de emissões operacionais e se estendendo ao carbono incorporado, e a análise de riscos climáticos sobre o portfólio imobiliário.
Em um contexto tão dinâmico, as organizações precisam se preparar para os próximos ciclos do GRESB. Para isso, é importante inserir a descarbonização e os riscos climáticos na pauta de debates internos, além de mobilizar equipes e elaborar um plano de ações que considere essas duas demandas.
Como o CTE pode ajudar?
O CTE é a única consultoria na América do Sul com status de GRESB Partner, ajudando fundos imobiliários a alcançar os melhores resultados na avaliação GRESB Real Estate Assessment. Com mais de 30 anos de experiência e uma equipe multidisciplinar altamente qualificada, o CTE se apoia em processos consistentes e em tecnologia de ponta para garantir um processo eficiente e sem erros, da coleta de dados à análise dos resultados.
“Atuamos como o departamento ESG dos nossos clientes. Com isso, nosso trabalho vai além da coleta de informações e da elaboração de relatórios. Usamos as informações para gerar impactos na operação diária e para subsidiar estratégias visando a maximização da eficiência e a melhoria contínua”, explica Cristina Umetsu. Clique aqui para saber mais sobre a consultoria GRESB do CTE.