Com o agravamento das mudanças climáticas e a maior vulnerabilidade da sociedade aos eventos climáticos extremos, reduzir as emissões de carbono tornou-se uma necessidade urgente em diversos setores da economia. A indústria da construção e o mercado imobiliário não são exceções.
Tanto é que termos como carbono neutro estão cada vez mais presentes no vocabulário corporativo desses setores.
Mas o que significa ser carbono neutro?

Reduzir as emissões de gases de efeito estufa, especialmente o dióxido de carbono (CO₂) é imprescindível para limitar o aquecimento global a 1,5 °C até 2050, meta estabelecida no Acordo de Paris, e evitar consequências como a elevação do nível do mar e a perda de biodiversidade.
Isso tem impulsionado empresas e governos a avançarem em seus planos de descarbonização até atingir o carbono neutro, que é quando as emissões de carbono da operação são reduzidas ao máximo e, o residual é compensado, garantindo impacto líquido zero no aquecimento global.

Por que é tão importante almejar o carbono neutro?
Além do grave impacto no meio ambiente e na vida das pessoas, as mudanças climáticas ameaçam a estabilidade econômica global.
Segundo relatório do Institute and Faculty of Actuaries (IFoA), em parceria com a Universidade de Exeter, sem ações imediatas para descarbonização e recuperação ambiental, a economia mundial pode sofrer redução de até 50% do PIB entre 2070 e 2090.
Já a Network for Greening the Financial System, que reúne mais de 140 bancos centrais e supervisores financeiros, projeta perdas econômicas devido aos riscos climáticos até quatro vezes superiores do que estimativas anteriores.
Não é sem razão que, em todo o mundo, têm sido divulgadas metas de redução de emissões de carbono.
O Brasil, por exemplo, atualizou suas metas climáticas em novembro de 2024, durante a COP 29, e se comprometeu a reduzir as emissões líquidas de gases de efeito estufa entre 59% e 67% até 2035, tomando como referência os níveis de 2005. Além disso, o governo brasileiro mantém o objetivo de alcançar a neutralidade de carbono até 2050.
Emissões de carbono na construção civil crescem
Você sabia que as etapas de construção e operação de edificações têm um impacto enorme nas emissões de gases do efeito estufa?
Dados da Agência Internacional de Energia (IEA) mostram que as operações de edifícios representam 30% do consumo final global de energia e 26% das emissões globais relacionadas à energia.
Dessas emissões, 8% são diretas, provenientes do uso de combustíveis fósseis nos edifícios, e 18% são indiretas.
Desde 2015, as emissões do setor de edificações têm aumentado a uma taxa média de 0,7% ao ano, impulsionadas pela expansão da área construída globalmente.
No Brasil, o setor de construção e edificações representa cerca de 6% das emissões nacionais, totalizando aproximadamente 139 milhões de toneladas de CO₂ anuais.
Como alcançar a neutralidade de carbono?

Diante desse cenário, surgem múltiplas oportunidades para reduzir os impactos provocados pelas edificações. Entre as estratégias que podem ser utilizadas para atingir o carbono neutro, destacamos a redução e a compensação, principalmente.
Redução de emissões
Consiste, basicamente, em implementar tecnologias e práticas mais eficientes que produzam menos CO₂.
Na construção civil, há muitas possibilidades de reduzir emissões. Entre elas está a incorporação de resíduos na produção dos materiais, desde que atendam aos requisitos técnicos necessários.
Outra medida válida é o uso de matérias-primas renováveis ou mais sustentáveis, em detrimento de materiais intensivos em carbono.
Para apoiar as empresas nesse processo, o CTE oferece serviços especializados, como a elaboração de inventários de carbono e Avaliações do Ciclo de Vida (ACV), permitindo que as organizações compreendam seu perfil de emissões e estabeleçam metas e estratégias eficazes de redução.
O CTE também disponibiliza cursos para capacitar profissionais na medição da pegada de carbono em edificações, ajudando a quantificar e a relatar as emissões com precisão.
Quando falamos na descarbonização de edifícios em operação, a eficiência energética é essencial.
Para alcançá-la, vale recorrer a tecnologias como IoT (Internet das Coisas) e Inteligência Artificial (IA), que possibilitam um monitoramento mais preciso do consumo energético, permitindo ajustes automáticos para diminuir desperdícios e aumentar a eficiência.
Além disso, a digitalização e a automação predial proporcionam maior controle sobre os sistemas de climatização, iluminação e uso de recursos hídricos.
O CTE tem desenvolvido soluções para a operação sustentável de edifícios, com foco em eficiência energética, gestão inteligente de recursos e monitoramento contínuo de indicadores ambientais.
Compensação de carbono
A busca pela neutralidade de carbono passa, também, por ações para compensar o residual de emissões que não foi possível eliminar.
Para isso, algumas empresas investem em projetos de reflorestamento. O mais usual, porém, é a aquisição de certificados de energia renovável (I-Recs) e de créditos de carbono. Neste artigo, explicamos como funcionam os mercados regulado e voluntário de créditos de carbono.
Captura e armazenamento de carbono
Tecnologias de captura e armazenamento de carbono também têm sido exploradas para a mitigação das emissões, embora ainda enfrentem desafios de custo e implementação.
Os processos de captura mais comuns incluem pós-combustão, pré-combustão e oxi-combustão. Já o armazenamento envolve a injeção do gás em formações geológicas profundas, como aquíferos salinos e reservatórios de petróleo e de gás esgotados.
Como avançar em uma jornada rumo ao carbono neutro?
De modo geral, o roteiro a ser seguido pelas companhias que querem atingir tal grau de eficiência passa pelas seguintes etapas:
- Medir e rastrear as emissões para definir ações efetivas para atingir o carbono neutro;
- Reduzir o consumo, eliminar desperdícios e aumentar a eficiência energética;
- Utilizar energia de fontes renováveis;
- Monitorar indicadores e buscar melhorias contínuas, com o auxílio de tecnologias como IoT e IA.
O CTE tem apoiado seus clientes em suas jornadas rumo à neutralidade das emissões de carbono.
As soluções se aplicam para as atividades empresariais, para os edifícios e para os projetos de escala urbana, visando minimizar riscos para o negócio, reduzir impactos ambientais adversos, diminuir custos operacionais e elevar o valor dos ativos.
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