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Saiba o que são Créditos de Carbono e como esse mercado funciona

22 de maio de 2024

Você sabe o que são créditos de carbono? Muitas estratégias vêm sendo utilizadas diante da necessidade urgente de descarbonizar as atividades econômicas e, também, as edificações. 

Elas começam pelo cálculo da pegada de carbono e avançam para projetos focados em diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE), como dióxido de carbono (CO₂) e hidrofluorcarbonos (HFCs). 

Na sequência, parte-se para a compensação das emissões residuais por meio da comercialização de créditos de carbono.

Neste artigo, você entenderá melhor a importância desse mercado e como ele vem se desenvolvendo. Continue conosco!

O que são créditos de carbono?

créditos de carbono

O mercado de carbono funciona como um sistema de trocas que permite a compra e venda de créditos entre governos, investidores e corporações. Com ele, a redução das emissões de gases passa a ter um valor econômico. 

Ao definir um preço para as emissões de carbono, facilita-se a penalização de nações e empresas responsáveis por grandes emissões, bem como a premiação daquelas que se esforçam para reduzir seus impactos no meio ambiente.

O crédito de carbono consiste em uma unidade de medida que corresponde a uma tonelada de carbono equivalente. Ele é gerado a partir da adoção de tecnologias, soluções e iniciativas de preservação que geram redução de emissão e/ou remoção comprovada de GEE. 

Há três tipos básicos de créditos de carbono:

  • As de emissões reduzidas (normalmente projetos de eficiência energética)
  • Emissões removidas (captura de carbono e plantio de florestas)
  • Emissões evitadas (por exemplo, abstendo-se de cortar florestas tropicais).

Como funciona a comercialização de créditos de carbono?

O mercado de créditos de carbono opera através do comércio de emissões e do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). 

Projetos de MDL geram Reduções Certificadas de Emissão (RCEs), negociadas com entidades que não alcançam suas metas de emissão. As transações podem ser realizadas por meio de dois tipos de mercado: os regulados e os voluntários.

Mercado regulado de créditos de carbono

É mantido por governos para atender objetivos estabelecidos por legislações e acordos.  O custo é determinado pelo órgão regulador, com impostos aplicados sobre sua comercialização. 

A dinâmica do mercado regulado é comparável à das commodities, com variação de preços entre os países e pouca diferenciação incentivada por oferta e demanda. Atualmente, o mercado regulado mais importante é o Emissions Trading System, mantido pela União Europeia.

Mercado voluntário de créditos de carbono

Permite que empresas, organizações não governamentais, instituições, governos e cidadãos assumam a responsabilidade de compensar as próprias emissões, comprando créditos de carbono de projetos de terceiros que resultem na redução efetiva das emissões ou captura de carbono.

No mercado voluntário, o preço do carbono varia em função da lei de oferta e demanda. Os créditos podem ser gerados em qualquer lugar do mundo.

A negociação entre compradores e vendedores ocorre em uma plataforma, assim como em uma bolsa de valores. Para viabilizar as transações nesse mercado, há dois agentes importantes, além de compradores e vendedores. 

O primeiro deles é o organismo certificador que confere validade aos projetos de captura de carbono. Há, ainda, corretoras que disponibilizam o crédito de carbono para a companhia interessada em comprá-lo.

O mercado voluntário é principalmente incentivado pelo interesse das grandes corporações em se anteciparem à regulação e evitar futuras penalidades. 

Ele também é uma resposta ao comportamento de grandes consumidores, que passaram a exigir um posicionamento das empresas com relação ao capitalismo de stakeholders, um novo modelo no qual o lucro não deve ser um objetivo a ser alcançado a qualquer custo.

O mercado de créditos de carbono no Brasil

créditos de carbono

O Brasil concentra 15% do potencial global de captura de carbono por meios naturais, segundo análise da consultoria McKinsey

Aproximadamente 80% desse valor tem relação com projetos de restauração florestal em áreas de pastagem degradadas capazes de remover carbono da atmosfera.

“Projetos desta natureza geram créditos de alta qualidade e atendem à demanda de empresas que buscam créditos de sequestro de carbono, além de terem múltiplos outros benefícios associados, como recuperação de biodiversidade, impacto positivo nas comunidades locais e segurança hídrica”, argumentam os autores do trabalho, que pode ser conferido na íntegra aqui.

Após muitas discussões, em 2023 a Câmara dos Deputados aprovou a proposta de regulamentação do mercado de carbono no Brasil, por meio do Projeto de Lei 2148/15

No texto, o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa é indicado como responsável por definir tetos para emissões, além de um mercado para a venda de títulos. O objetivo do legislador é que empresas ambientalmente mais eficientes possuam uma fonte extra de recursos com títulos. 

E que o agente mais poluente, que ultrapassou seu limite de emissões, tenha uma nova fonte de despesas com a necessidade de compra de títulos compensatórios. 

O texto aguarda revisão e sanção pelo Senado. A expectativa é a de que, se aprovada, a nova lei não apenas impulsione a inovação e a eficiência nos negócios, mas também abra portas para novas oportunidades de investimento e crescimento sustentável no Brasil.

O que vimos hoje sobre o mercado de créditos de carbono?

Os créditos de carbono são fundamentais em um contexto de busca pela neutralidade de carbono. Em 2021, durante a COP 26 (Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas), o Brasil se comprometeu a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa em 50% até 2030, usando como base as emissões de 2005. 

Outra meta divulgada pelo governo federal foi a de obter a neutralidade de carbono até 2050. O mercado de créditos de carbono apresenta um panorama complexo, com benefícios e desafios que precisam ser considerados. 

Daí a importância de governos, empresas e organizações continuarem a aprimorar e aperfeiçoar esse sistema, garantindo que ele contribua para o futuro do planeta.

O CTE Operação Sustentável atua para transformar positivamente a operação e a manutenção das edificações, trazendo sustentabilidade, inovação e tecnologia como pilares para melhorar o desempenho e reduzir o impacto ambiental durante todo o ciclo de vida. 

Nossa equipe vem auxiliando fundos e gestores imobiliários em suas jornadas de descarbonização, mapeando oportunidades para neutralização, inclusive via compra de créditos de carbono. Entre em contato para saber mais!

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