Com o fluxo de capitais mundial se direcionando para países, organizações e projetos com práticas ESG (Environmental, Social and Governance), as empresas precisam encontrar novas formas de se posicionar com base em responsabilidade social, ambiental e em governança. Essa foi uma das conclusões do painel “ESG — A Construção de um Futuro Sustentável”, realizado no último dia 25 de março, como parte da programação da Expo Revestir 2021.
Mediado por Rico Araujo (PX Brasil) e por Diego Simon (B2B Master), o evento contou com a participação de Ruy Shiozawa, CEO do Great Place to Work, e de Roberto de Souza, CEO do CTE.
MOVIMENTO DE TRANSFORMAÇÃO
Na ocasião, Bob de Souza comentou que, entre os três pilares nos quais o ESG se apoia, o ambiental é o que vem sendo mais trabalhado pelas construtoras e incorporadoras brasileiras. Provas disso são a aderência do setor ao conceito de green building e a quantidade de projetos com certificações ambientais. “Hoje, o Brasil é o quarto país do mundo em número de empreendimentos certificados com o selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), ficando atrás apenas de Estados Unidos, Canadá e China”, revelou o CEO do CTE.
De modo geral, o ESG tem motivado as empresas a rever suas práticas sob o risco de terem sua relevância e perenidade no mercado comprometidas. “A conscientização da sociedade e o uso das redes sociais como ferramenta de pressão tornam ainda mais urgente a adoção de uma estratégia de responsabilidade que vá além do marketing”, disse Ruy Shiozawa, do Great Place to Work.
Bob de Souza concorda e acredita que, na construção civil, os princípios ESG serão difundidos de modo semelhante ao que ocorreu anos atrás com as certificações de qualidade e, mais recentemente com o movimento em busca de sustentabilidade. “A tendência é a de que haja um círculo virtuoso no qual toda a cadeia de valor é educada a adotar boas práticas”, acredita Souza. Segundo ele, o movimento de adesão ao ESG começou com mais intensidade nas companhias de capital aberto, mas já se estende para outras empresas, inclusive nas de médio porte e de atuação mais regionalizada.