Na construção civil, são muitos os riscos associados a falhas no planejamento de obras. Estamos falando, principalmente, de construções entregues fora do prazo, que têm estouros em orçamentos e apresentam falhas de qualidade.
Todos esses problemas implicam em despesas inesperadas, em desgastes à imagem da construtora, além de colocarem em risco a perenidade do negócio. Mas se essa etapa é tão importante, por que ainda há tanta dificuldade na elaboração e no controle do planejamento de obras?
O artigo de hoje joga um pouco de luz sobre esses desafios e apresenta algumas práticas recomendadas. Continue conosco para saber mais:
O que é o planejamento de obras?
Quem atua na cadeia da construção civil sabe que não existe obra bem-sucedida sem um bom planejamento de obras.
Esse estudo inicial envolve a análise detalhada do projeto, a definição de etapas e tarefas, a alocação de recursos humanos e materiais, a definição de prazos e a elaboração de um cronograma de execução.
Um bom planejamento de obras permite uma melhor gestão do tempo, dos recursos e dos custos envolvidos no projeto, garantindo que a obra seja concluída no prazo estipulado e de acordo com o orçamento previsto.
Ele também contribui para a segurança e qualidade da execução, uma vez que permite a antecipação de possíveis problemas.
Ao planejar um projeto ou uma obra, o gestor passa a ter em mãos uma ferramenta importante para priorizar suas ações, acompanhar o andamento dos serviços, comparar o andamento das atividades e tomar providências sempre que um desvio é detectado.
Dificuldades relacionadas ao planejamento de obras
Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), cerca de 61% das obras realizadas no Brasil são entregues com atraso e 63% delas têm custo final acima do planejado.
Diante desses números, é fácil perceber que planejar e gerenciar uma obra não são tarefas simples. Construir é uma atividade que envolve uma enorme quantidade de variáveis e que acontece em um ambiente particularmente dinâmico e mutável.
Para complicar ainda mais, em uma obra, uma pequena falha em uma atividade pode acarretar atrasos e aumento de custos progressivos, colocando em risco o sucesso do empreendimento como um todo.
Quais são as etapas envolvidas no planejamento de obras?
Há diferentes etapas envolvidas no planejamento de obras. Confira quais são elas:
Preparação inicial
Todo planejamento deve ter como início a definição de premissas e diretrizes alinhadas com os objetivos estratégicos da empresa.
Outra etapa de preparação é o estudo detalhado dos projetos de engenharia. Isso é fundamental para uma compreensão completa do escopo da obra.
O trabalho deve envolver a análise minuciosa de desenhos, especificações técnicas e documentos de projeto.
Definição da EAP
Na sequência, parte-se para a elaboração do planejamento em si, com a definição da estrutura analítica de projeto (EAP) que detalha os serviços preliminares, as etapas executivas e os vínculos entre as tarefas.
A EAP ajuda a visualizar o projeto em sua totalidade, permitindo a identificação e eliminação de redundâncias, assim como a maximização do valor entregue. Ela não pode ser nem muito superficial, nem excessivamente detalhada.
Macrofluxo e cronograma
A etapa seguinte consiste no desenvolvimento do macrofluxo de atividades. Um aspecto especialmente crítico no planejamento de obras é a identificação de dependência entre as tarefas. Isso porque, no canteiro, há uma série de serviços que precisam da conclusão de outros para acontecer.
É fundamental, portanto, identificar qual é a relação de dependência entre as tarefas e criar uma hierarquia entre elas.
Nesse momento do desenvolvimento do planejamento, é altamente recomendável o envolvimento de outros agentes importantes, como o engenheiro responsável, empreiteiros e mestres de obras.
Esses profissionais estão diariamente em campo e têm uma visão realista das necessidades e desafios do chão de obra.
Curvas de progresso
O trabalho de planejamento segue com a elaboração de curvas de progresso físico (para definição de uma linha-base de controle) e de outros documentos, como os cronogramas de suprimentos/contratações e de legalizações.
Para garantir o alinhamento das atividades nos canteiros com os prazos definidos, é fundamental existir um rigoroso monitoramento com aferições periódicas dos serviços.
A comparação entre a evolução física e o previsto no planejamento inicial é importante para a produção de relatórios gerenciais, bem como os trabalhos de reprogramação.
Replanejamento e reprogramação
Muitas coisas podem acontecer, exigindo a realização de reprogramações e replanejamentos.
Estamos nos referindo a imprevistos, atrasos, reajustes no orçamento, mudanças no projeto e uma infinidade de obstáculos que podem surgir durante o longo período de execução de uma obra.
Nessa hora, os gestores precisam lançar mão de análises de riscos e de simulação de cenários para definir ações eficazes para colocar o projeto de volta ao prumo.
5 dicas para elaborar um planejamento de obras eficiente
- Invista tempo e esforço na elaboração do planejamento. Lembre-se: tocar uma obra sem um planejamento consistente é como construir sobre fundações frágeis.
- Também vale dedicar atenção à elaboração do cronograma físico-financeiro. Essa ferramenta de planejamento e acompanhamento alinha, graficamente, o andamento físico da obra com o orçamento, permitindo um controle mais eficiente de prazos e de recursos.
- Um bom planejamento de obra não pode prescindir do estudo da logística do canteiro. Ele é fundamental para reduzir movimentos desnecessários e otimizar a produtividade, contribuindo para um ambiente de trabalho mais seguro e com menos desperdícios.
- Também é elementar para o sucesso de qualquer planejamento a análise de restrições, desde físicas às relacionadas com questões legais/documentais. Esta medida proativa é vital para manter o projeto avançando de forma fluida e constante.
- Avalie incorporar ferramentas do lean construction no planejamento. Perdas por ineficiência de produção e de logística, atrasos decorrentes de falhas de planejamento e baixa produtividade são pontos fortemente atacados por esse método.
Conclusão
Seja pelo aquecimento do mercado, seja por causa da escassez de mão de obra qualificada, as falhas de planejamento de obras têm se tornado cada vez mais frequentes.
Se sua construtora não possui equipe dedicada à elaboração de planejamentos ou se há oportunidades para melhorar a precisão dos trabalhos realizados, pense em contratar a consultoria do CTE.
Com um departamento de planejamento com mais de vinte profissionais, o CTE vem auxiliando construtoras de diferentes portes e localidades na tarefa de planejar obras com eficiência.
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