Em meio a tantas transformações econômicas e sociais motivadas pela pandemia de Covid-19, a preocupação com a salubridade dos espaços construídos vem se destacando. Aspectos relacionados à higiene, à qualidade do ar e da água, assim como protocolos para afastamentos de pessoas em caso de doença, ganharam maior visibilidade e passaram a ser abordados em processos de certificação, como o WELL Health-Safety.
Desenvolvida pelo International WELL Building Institute (IWBI) para ser acessível ao maior número possível de edifícios, esse selo permite uma avaliação verificada por terceiros, baseada em evidências, com foco em políticas operacionais, protocolos de manutenção e estratégias de design.
No Brasil, um dos empreendimentos que contam com essa certificação é o Insper, em São Paulo. A instituição de ensino superior focada nas áreas de negócios, economia, direito e engenharia, obteve o WELL Health-Safety para seus dois edifícios operacionais no momento, com consultoria do CTE. O Insper foi a primeira instituição brasileira do setor de educação a obter essa distinção.
Ações simples, mas com grande impacto
Adriana Hansen, gerente na unidade Sustentabilidade do CTE, conta que o selo valida os esforços realizados pela administração do Insper em prol da saúde e da segurança da comunidade que utiliza seus espaços, incluindo funcionários e alunos.
“O WELL Health-Safety é um processo de certificação enxuto e ágil, com um olhar cuidadoso para as rotinas operacionais. No caso do Insper, já havia muitos procedimentos implantados. Por isso, a ideia foi adicionar melhorias incrementais para tornar os espaços ainda mais salubres, seguindo padrões globais”, revela Hansen.
Entre as estratégias que permitiram a certificação do campus do Insper estão melhorias na comunicação visual, atualização de procedimentos de excelência com relação à limpeza e criação de programas para profissionais que eventualmente adoecem. Também foram desenvolvidos planos para emergências e de contingência, assim como foram implantados controles para gestão da qualidade do ar interno e da água.
WELL Health-Safety
A certificação WELL Health-Safety é composta por 22 estratégias, entre as quais é necessário atender ao menos 15. Diferente de outros processos, não há requisitos obrigatórios, ou seja, é possível escolher quais critérios serão adotados.
O selo não requer auditoria presencial e é inteiramente realizado através de planos, políticas e testes encaminhados ao órgão certificador.
“A certificação possui um viés muito simples e ágil, com recertificação anual”, explica Hansen. Ela ressalta que para conquistar o selo não são necessários investimentos financeiros significativos ou a introdução de tecnologias complexas. “Trata-se de um processo que envolve pequenos ajustes em procedimentos, comunicação e treinamento e que também possui uma taxa de certificação mais acessível”, continua ela. Na visão da especialista, o selo é complementar a outras certificações, como o LEED EB O&M, para edificações existentes, por exemplo.
Em todo o mundo, o WELL Health-Safety Rating vem sendo aplicado em edificações de grande e de pequeno porte, incluindo escritórios, comércio, instalações médicas e instituições de ensino.
Muito do interesse por esse processo se deve à percepção de que edifícios saudáveis geram benefícios tangíveis para as empresas e para os ocupantes. Boas práticas de saúde e bem-estar conseguem elevar a produtividade dos usuários, aumentar as taxas de atração e retenção dos talentos, melhorar a reputação das empresas e reduzir o absenteísmo. Além disso, a adoção de estratégias focadas em saúde aumenta a atratividade dos edifícios e está alinhada aos princípios ESG (Environmental, Social and Corporate Governance).
Sobre o Insper
Com campus em São Paulo, o Insper é uma instituição sem fins lucrativos, que busca ser referência em educação e geração de conhecimento por meio do ensino de excelência e de pesquisas nas áreas de administração, economia, direito, engenharia, políticas públicas e comunicação.