Planta de reciclagem de alumínio conquista certificação LEED
Quando iniciou a construção de uma nova planta industrial com mais de 10 mil m² em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, a Alumini1 tinha a sustentabilidade ambiental entre suas prioridades. Signatária da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), a empresa atua na produção de ligas de alumínio a partir da reciclagem do metal, atividade que, por si só, tem forte conexão com a circularidade dos materiais. Contudo, havia o interesse em otimizar as operações, reduzindo o consumo de água e energia, bem como melhorando a interação com o entorno.
Essas preocupações motivaram a empresa a adotar uma série de ações que culminaram na conquista do selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) BD+C, designado a novas construções, no nível Silver.
“A certificação reconhece que a empresa adota práticas sustentáveis no planejamento, construção e operação de suas instalações, reforçando um posicionamento ambientalmente responsável perante clientes, parceiros e a comunidade”, comenta Marina Leite, diretora administrativa da Alumini1. Segundo ela, o LEED também é uma demonstração de compromisso ético. “Essa certificação reforça nosso papel na promoção da economia circular e da redução do impacto ambiental, fortalecendo nossa reputação no mercado”, continua Leite.
Reúso de água e iluminação eficiente
A certificação ambiental de plantas industriais, ainda mais por meio de processos rigorosos como o LEED, exige a superação de uma série de desafios por causa das características dessas instalações.
No caso da Alumini1, embora o processo de reciclagem economize 95% de energia elétrica, em relação à produção de alumínio primário, sua produção ainda é intensiva no uso desse recurso, assim como de água, especialmente por conta dos fornos de fundição de metais, entre outros equipamentos. “Nesse contexto, era fundamental maximizar a eficiência, sem comprometer os processos industriais”, explica Gabriela Gomide, consultora de Sustentabilidade no CTE.
Para isso, foram adotadas estratégias de impacto, como a instalação de placas para captação de energia solar que permitem poupar 108 toneladas de emissões de CO₂ por ano, e a adoção de luminárias eficientes e de lâmpadas LED, que viabilizaram redução de 75% na demanda de energia com iluminação.
“Na área do galpão, também contribuíram para o alto desempenho as aberturas bem posicionadas, facilitando as trocas térmicas, e a iluminação zenital, que favorece o aproveitamento da iluminação natural”, informa a consultora de Eficiência Energética no CTE, Camila Kramel.
Para reduzir a demanda de água, a unidade da Alumini1 recebeu dispositivos e louças sanitárias economizadoras, além de um sistema de captação de água pluvial, que permite o reaproveitamento do insumo em situações que não demandam potabilidade. Com essas ações, foi possível diminuir em 95% o uso de água potável na planta industrial.
Sustentabilidade do projeto à operação
Na metalúrgica em Itaquaquecetuba, os cuidados para reduzir impactos ambientais não se limitaram à gestão de água e energia. Eles incluíram, ainda, o reaproveitamento de duas construções existentes no terreno: uma delas foi transformada em prédio administrativo e a outra foi mantida como galpão para armazenamento.
Adicionalmente, foram adotados cuidados durante a execução da obra, incluindo ações para controle de poluição, e a especificação de materiais de construção com conteúdo reciclável ou de origem regional.
Para maximizar a eficiência do projeto, foram realizadas simulações energéticas e um trabalho de comissionamento avançado. Além disso, colaboraram para a soma de pontos para a conquista do LEED, a inserção de cinco carregadores para veículos elétricos, bem como a especificação de pavimentações e coberturas com materiais de alta refletância solar, gerando benefícios adicionais ao desempenho ambiental do projeto.
Na jornada de sustentabilidade da Alumini1, há ainda outros dois destaques. O primeiro deles é a instalação de um biodigestor, que transforma os resíduos em adubo e gás metano, encaminhado para a cozinha do refeitório.
Outra ação que chama a atenção é o programa de recuperação ambiental realizado em uma área de proteção permanente vizinha à fábrica. A intervenção no local visa, principalmente, controlar o surgimento de vegetação invasora e proteger a nascente de um rio.