Eficiência energética é maximizada com monitoramento e ajustes em sistemas centrais de climatização
Em edifícios corporativos, a operação do sistema de climatização costuma ser o principal demandante de energia, podendo responder por até 50% do consumo global do empreendimento.
Contudo, com dados confiáveis obtidos por meio do monitoramento das operações e inteligência aplicada, é possível identificar oportunidades para otimizar o funcionamento dessas máquinas, garantindo alta performance técnica e eficiência energética.
Isso fica evidente em casos como o da GTIS Partners, empresa global de investimentos imobiliários, que obteve economias significativas após ajustes na operação das centrais de água de condensação (CAC) e das centrais de água gelada (CAG) de três edifícios que estão sob sua gestão: Castelo, Vista Guanabara e Vista Mauá, todos no Rio de Janeiro.
Nesse caso específico, a redução no consumo de energia ficou entre 11% e 35% em cada edifício, somando quase 1,3 milhão de kWh de economia no período de dois anos. Esse valor equivale ao consumo mensal de 4 mil casas e a um volume de emissão evitadas de 48,9 tCO2eq.
Apenas no edifício Castelo, a diminuição foi de quase 600 mil kWh, o que significa algo em torno de R$ 534 mil de economia e emissões de CO2 evitadas da ordem de 22,85 tCO2eq.
Monitoramento em tempo real
O resultado é fruto de um trabalho contínuo que começou em 2022 e que envolve o esforço conjunto das equipes de operação dos edifícios, dos gestores condominiais e da consultoria do CTE.
Carlos Ferreira, consultor de Operação Sustentável no CTE, conta que tudo começa com uma robusta análise técnica da condição de operação atual dos sistemas e o monitoramento de dados em tempo real para identificar as oportunidades de melhoria. Para isso, são utilizados uma centena de medidores e sensores IoT (Internet das Coisas) conectados à plataforma SID (Smart Information Data) desenvolvida pelo CTE.
Através do monitoramento contínuo, é possível correlacionar as informações de potência elétrica com as demais variáveis que influenciam o aumento de consumo e criar indicadores de performance que viabilizam análises detalhadas e aprofundadas. Outra característica da plataforma é viabilizar o manuseio dos dados de forma ágil, fácil e intuitiva por meio de dashboards visuais.
A partir da análise crítica dessas informações pelos consultores do CTE, são elaboradas orientações que se transformam em ações práticas na operação dos edifícios, como ajustes em automação e em perfis de operação.
O principal diferencial desta metodologia é que o resultado obtido é contínuo e monitorado através de uma ferramenta de medição e verificação (M&V). Com isso, qualquer desvio que possa comprometer a eficiência do sistema é imediatamente detectado e ajustado em conjunto com a equipe técnica do edifício.
“O mais interessante é que, com esse trabalho, conseguimos agregar economias significativas na operação dos edifícios, sem exigir investimentos com aquisição ou substituição de equipamentos. As intervenções costumam se limitar a ajustes e ao recomissionamento do sistema”, explica Ferreira, reforçando que o objetivo é fazer com que os sistemas continuem entregando o mesmo resultado com maior eficiência energética.
Além do consumo de energia, nos edifícios geridos pela GTIS Partners, o monitoramento é utilizado, também, para acompanhar o consumo de água.
Manutenção de alta performance e melhoria contínua
Embora o principal objetivo do projeto de eficiência energética seja reduzir o consumo de energia, a gestão dos edifícios também pode registrar melhorias qualitativas em decorrência desse processo.
Ao ter uma operação mais eficiente, o gestor reduz custos de horas de trabalho da equipe de manutenção e diminui a ocorrência de paralisações em máquinas e equipamentos, justamente por causa do monitoramento constante com olhar preditivo. Além disso, os prédios mantêm a operação dentro das boas práticas de eficiência energética utilizando tecnologias inovadoras.
Há, ainda, reduções de emissões de carbono associadas ao menor consumo de energia. Esse tipo de ganho é bastante importante para gestores comprometidos com o ESG (Environmental, Social and Governance), caso da GTIS, que reporta seu desempenho ambiental para organismos como o GRESB (Global Real Estate Sustainability Benchmark). Em 2024, a avaliação anual e global de portfólios e fundos imobiliários reconheceu o GTIS Brazil Real Estate Fund III (no qual o Edifício Castelo está inserido) como o fundo imobiliário mais sustentável das Américas no segmento de escritórios, líder do setor (sector leader) em referido segmento.
Uma vez conquistado alto nível de eficiência energética, a etapa seguinte passa a ser manter essa alta performance com o passar do tempo. Por isso, o acompanhamento contínuo da operação é fundamental, de modo a manter a excelência da operação.