Ícones do entretenimento, os parques temáticos são locais capazes de proporcionar aos visitantes experiências únicas e imersivas, além de uma ampla variedade de atividades.
Estamos falando de empreendimentos turísticos de grandes dimensões e longa permanência, geralmente instalados em regiões afastadas dos grandes centros ou nas bordas das cidades, com ampla área ao ar livre, múltiplas construções, abundância de tecnologias e intensa circulação de pessoas. Na categoria parque temático incluem-se parques de diversão, aquáticos e de aventura.
Mas por trás de toda a magia e encantamento, essas instalações precisam lidar com uma pegada ambiental significativa, exigindo ações combinadas de gestores e desenvolvedores para minimizá-la.
Tudo isso adquire um senso de urgência ainda maior em um contexto de agravamento dos efeitos das mudanças climáticas, aumento das exigências regulatórias e crescente cobrança por responsabilidade ambiental, social e governança (ESG) às organizações.
Nesse cenário, a sustentabilidade em parques temáticos emerge como um eixo estratégico para o futuro do turismo de entretenimento.
Por que a sustentabilidade em parques temáticos é tão necessária?
Os parques temáticos geram impactos ambientais de diferentes tipos. Há, por exemplo, a alta taxa de emissões de gases de efeito estufa decorrente, principalmente, do intenso consumo de energia para a operação dos brinquedos e do complexo como um todo, bem como do deslocamento dos visitantes até o parque.
Existem, também, emissões associadas aos shows de luzes e fogos de artifício, além da expressiva geração de resíduos.
Para se ter uma ideia, a Disney World, em Orlando, EUA, é responsável por impressionantes 16,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono emitidas anualmente. O Grupo norte-americano trabalha para reduzir as emissões absolutas das operações diretas (escopos 1 e 2) em 46,2% até 2030. Outra ambição da Disney é alcançar emissões líquidas zero para operações diretas até 2030.

Metas ambiciosas como essas não ocorrem sem motivo. Investir em sustentabilidade em parques temáticos pode proporcionar uma série de benefícios. Entre eles:
- Redução de custos operacionais, especialmente com a economia de energia e água.
- Melhoria na reputação e vantagem competitiva: empresas que demonstram compromisso com a sustentabilidade são vistas de forma mais positiva, especialmente por um público que valoriza marcas engajadas e a promoção de práticas de bem-estar.
- Maior atração de investidores por demonstrar mais alinhamento com as diretrizes ESG.
- Resiliência operacional. Parques sustentáveis estão mais preparados para lidar com catástrofes climáticas e com a escassez de recursos como água e energia, evitando interrupções nas operações.
Sustentabilidade em parques temáticos: práticas recomendadas
Em diversas regiões do mundo, desenvolvedores e gestores de instalações turísticas têm investido em estratégias para tornar seus empreendimentos mais ecológicos. Entre elas:
Geração de energia renovável
Um aspecto favorável para a adoção dessa estratégia é a grande área normalmente disponível, viabilizando, por exemplo, a construção de usinas solares.
Outra prática eficaz para conduzir os parques temáticos ao carbono zero é a compra de certificados de energia renovável (I-Recs) e de créditos de carbono. No Brasil, o Beach Park, em Fortaleza, CE, e o Beto Carrero World, em Penha, SC, se tornaram neutros em carbono com estratégias de compensação.
Sistemas de baixo consumo hídrico e utilização de fontes não-potáveis de água
Além de energia, os parques temáticos são intensos consumidores de água. Por isso, dispositivos de baixo consumo, sistemas de captação de água pluvial e estações de tratamento de efluentes são fundamentais para a redução do impacto ambiental e dos custos operacionais.
Brinquedos e materiais de baixo impacto
Quando falamos em sustentabilidade em parques temáticos, outra prática recomendada é desenvolver uma Análise de Ciclo de Vida de novos brinquedos e outros materiais. O objetivo é identificar oportunidades de redução da pegada de carbono e maximizar a economia.
Arquitetura e urbanismo sustentável
Os parques temáticos, até por suas grandes áreas ao ar livre, têm a possibilidade de adotar ações para recuperação de ecossistemas e de biodiversidade, como o plantio de vegetação nativa, densa e diversa.
Engajamento comunitário
Parques temáticos sustentáveis podem adotar medidas de fomento às relações comunitárias e de desenvolvimento local, promovendo parcerias com organizações sociais, incentivando o comércio e a produção local, além de criar programas educativos e culturais que fortaleçam o vínculo entre a comunidade e o empreendimento.
Gestão de resíduos eficiente
A implementação de sistemas de coleta seletiva e de compostagem e a destinação adequada de resíduos perigosos e eletrônicos estimula a economia circular e fortalece a conscientização ambiental entre visitantes e colaboradores.
Saúde e bem-estar
A promoção de conforto térmico e acústico, a disponibilização de bebedouros e a oferta de opções alimentares saudáveis contribuem para melhorar a qualidade de vida de visitantes e colaboradores, além de enriquecer a experiência no parque.
Educação ambiental e engajamento dos visitantes
Estabelecer parcerias com a comunidade e realizar atividades educativas com funcionários e visitantes é vital para fortalecer a cultura de sustentabilidade no parque.
Uso da tecnologia digital para gestão inteligente
Novas tecnologias têm expandido a eficiência operacional nos parques temáticos, como os sensores de Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA) para monitoramento dos consumos.
Busca por certificações ambientais
Além de fornecer indicadores, métricas e metas para tangibilizar os ganhos de desempenho, os selos ambientais atuam como uma chancela de terceira parte, essencial para garantir credibilidade e evitar a maquiagem verde.
“Há uma ampla variedade de certificações disponíveis e a escolha da mais adequada vai depender das características e estratégias do parque temático”, explica Myriam Tschiptschin, Head de Smart Cities do CTE e Coordenadora da Comissão ESG da Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil (ADIT Brasil).
Entre os selos que podem ser almejados por essas instalações destacam-se aqueles que tratam de comunidades sustentáveis, como o LEED for Communities e o Sustainable Sites, o Fitwel Community, além dos selos específicos para estabelecimentos turísticos, como o Green Key. O complexo da Disney em Xangai, na China, por exemplo, foi certificado com o LEED for Communities Platinum, reforçando o comprometimento do grupo com o desenvolvimento sustentável em larga escala.

CTE apoia empreendedores no desenvolvimento de empreendimentos de alta performance
Todas as práticas listadas neste artigo mostram como a sustentabilidade em parques temáticos pode ser incorporada de forma sistêmica e eficaz.
Com uma atuação marcada por liderança, inovação e rigor técnico, o CTE oferece assessoria a empreendedores imobiliários e turísticos no desenvolvimento de projetos alinhados com o ESG, na obtenção de certificações ambientais e na gestão eficiente e inteligente de seus ativos. Também apoiamos as empresas em suas jornadas de transformação corporativa com foco em responsabilidade ambiental, social e governança.
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