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Saiba o que é ESG, pilares e como adotá-lo

2 de abril de 2024

Você sabe o que é ESG? De tempos em tempos, a construção civil se vê diante de fatos impulsionadores de evolução. Foi assim com a implantação dos sistemas de gestão de qualidade e as certificações ISO. Depois, foi a vez da sustentabilidade, com empreendimentos buscando selos verdes. 

Agora, as empresas do setor estão diante de uma nova oportunidade de transformação: o movimento ESG, que se refere à responsabilidade social, ambiental e à governança das companhias. O carimbo ESG está se tornando, cada vez mais, condição para acessar investimentos, diminuir riscos nas operações e garantir resiliência aos negócios. 

Quer entender melhor como esse tema tem potencial para modificar a forma de gerir empresas e realizar negócios? Então, siga conosco:

O que é ESG?

O ESG, sigla do inglês Environmental, Social and Governance, refere-se a um conjunto de padrões e boas práticas para definir se uma empresa é socialmente responsável, comprometida com a sustentabilidade e corretamente gerenciada. 

Trata-se de uma forma de medir o desempenho de uma organização, indo além da contabilização de lucro. O ESG indica o grau de comprometimento das empresas com relação à redução de impactos ambientais, sociais e, também, com a transparência. 

Ele se baseia no entendimento de que os negócios são economicamente mais eficientes e sustentáveis quando criam valor no longo prazo, não apenas para seus acionistas, como também para todas as partes interessadas (stakeholders).

O ESG traz uma nova forma de pensar os negócios baseado em responsabilidade e comprometimento. Segundo dados da Bloomberg, o montante mundial de alguma forma ligado a essa sigla deve chegar, em 2025, a US$ 53 trilhões.

Como surgiu o conceito de ESG?

A sigla ESG foi utilizada pela primeira vez em 2004, em um grupo de trabalho do Principles for Responsible Investment (PRI), lançado oficialmente em 2006 sob a liderança da Iniciativa Financeira do Programa da ONU (Organização das Nações Unidas) para o Meio-Ambiente.

Ainda em 2004, o termo foi inserido em um relatório da ONU chamado Who Cares Wins. O documento é resultado de uma provocação do então secretário-geral da Organização, Kofi Annan, a 50 CEOs de grandes instituições financeiras do mundo. 

O seu objetivo era obter respostas dos bancos sobre como integrar os fatores ESG ao mercado de capitais. O trinômio responsabilidade social, responsabilidade ambiental e governança ganhou mais protagonismo depois que grandes gestores de recursos e fundos de pensão colocaram o ESG no centro de suas decisões de investimento. 

Dois episódios são bastante emblemáticos e comprovam a movimentação do capital em torno do ESG:

  • Em 2019, Larry Fink, presidente da BlackRock, escreveu um comunicado afirmando que “o propósito, acima de tudo, é o motor da lucratividade no longo prazo”. A BlackRock é a maior gestora de investimentos do mundo, com US$ 7,8 trilhões sob seu guarda-chuva.
  • No mesmo ano, 181 CEOs de empresas americanas, entre elas Amazon, J.P.Morgan, Apple, Pepsi e Walmart, divulgaram um manifesto indicando que a era da supremacia dos acionistas estava chegando ao fim, dando lugar a um modo de fazer negócios que valoriza consumidores, funcionários, fornecedores e as comunidades onde estão inseridas.

Quais são os três pilares do ESG?

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Amplas e diversas, as estratégias e ações ESG se organizam sobre três pilares:

  • Ambiental — Concentra as ações que visam reduzir os impactos da atividade econômica no meio ambiente, a diminuição de emissões de carbono, a redução da geração de resíduos, além de buscar soluções que garantam uso racional da água e de energia, uso de fontes de energia renovável, entre outros objetivos.
  • Social — Inclui aspectos como direitos humanos, relações de trabalho, diversidade e equidade, além de relações com a comunidade.
  • Governança — Trabalha temas como estrutura de compliance, gestão de riscos, transparência e responsabilização. A ideia é garantir que os interesses dos acionistas e dos stakeholders estejam alinhados com a gestão da companhia.

Por que a pauta ESG está em alta?

Nos últimos anos, os investidores vinham em um movimento de exigir mais transparência sobre como as organizações endereçam questões complexas da atualidade. 

Mas as transformações associadas à pandemia de Covid-19 aceleraram a percepção de que aplicar em empresas comprometidas com compliance e com responsabilidade socioambiental é mais seguro e rentável. Um dos principais impulsionadores do ESG é, sem dúvidas, o agravamento das mudanças climáticas

Segundo as Nações Unidas, para limitar o aquecimento global em 1,5 °C, quando comparado aos níveis pré-industriais, as emissões de carbono devem ser reduzidas em 45%, até 2030, e chegar a zero até 2050. 

Mais de 70 países, que representam aproximadamente 76% das emissões globais de carbono, já se comprometeram com metas carbono zero.

O ESG também é uma forma de ajustar o mercado de trabalho para uma geração de profissionais orientada por valores e mais crítica à ideia de “lucro a qualquer custo”, caso da geração Z (nascidos entre os anos 1990 e 2009).

O ESG já se tornou ponto determinante para investidores tomarem decisões sobre investir ou não em empresas. 

Segundo a pesquisa “Global Reporting and Institutional Investor Survey”, da EY, 78% dos investidores entrevistados acreditam que as empresas devem fazer investimentos que abordem questões ESG relevantes para seus negócios, mesmo que isso reduza os lucros no curto prazo. 

O trabalhou ouviu mais 1.040 líderes financeiros seniores nas empresas e 320 investidores.

ESG nas empresas: quais são as vantagens?

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A implantação bem-sucedida e genuína de estratégias ESG por parte das empresas pode agregar uma série de benefícios ao negócio. Entre eles:

  • Reputação da empresa. Segundo o Panorama ESG no Brasil 2023, realizado pela Amcham Brasil, 61% das empresas que adotaram o ESG identificaram o fortalecimento da imagem da companhia no mercado.
  • Fidelização de clientes. Quando as empresas oferecem soluções similares, os clientes têm dado preferência para aquelas com melhores práticas envolvendo os funcionários, a comunidade ou a gestão ambiental.
  • Redução de custos: práticas sustentáveis, como eficiência energética, uso racional de água, compra baseada em critérios verdes e redução de resíduos, otimizam operações e reduzem despesas operacionais.
  • Retenção de talentos e engajamento das equipes: pesquisa da PwC mostra que 86% dos funcionários preferem apoiar ou trabalhar em empresas que possuem uma política ESG estabelecida.

Como iniciar uma jornada ESG?

A implantação do ESG nas empresas exige uma abordagem holística. 

Ela deve começar com o comprometimento e o engajamento da alta administração, consolidados em uma política de sustentabilidade corporativa desdobrada em objetivos, metas, indicadores, diretrizes estratégicas e requisitos a serem atendidos nas dimensões ambientais, sociais e governança corporativa.

“A partir desse referencial, é possível estabelecer padrões e ferramentas de controle para a efetiva implementação, a identificação de não conformidades e a adoção de ações corretivas, preventivas e de melhoria”, explica Roberto de Souza, CEO do CTE.

Ele ressalta que o ESG precisa estar no DNA da empresa e alinhado à sua estratégia de negócio. O processo continua com a criação de um Comitê de Sustentabilidade Corporativa que promoverá diagnósticos para:

  • Verificar quais medidas a empresa já adota no campo ambiental, social e de governança;
  • Identificar gargalos em relação à política e aos requisitos estabelecidos pela alta direção;
  • Definir planos de ação para implementar novas medidas.

“Trata-se de um processo que pode ser aplicado a empresas de diferentes portes. Aliás, ao contrário do que muitos pensam, o ESG não é privilégio de grandes companhias. Pequenas e médias também podem se beneficiar bastante dessas práticas”, informa Souza.

Márcia Menezes, diretora do CTE, concorda. Ela destaca que a adesão aos critérios ESG tem potencial para geração de valor para as empresas de todos os portes, além de promover maior desenvolvimento da capacidade de gestão e dos processos sociais e produtivos. 

“Precisamos quebrar alguns paradigmas e entender que não há necessidade de grandes investimentos para trazer o ESG para a empresa. 

O mais importante é que a liderança entenda que os resultados dos negócios não se resumem exclusivamente ao lucro e podem ser expandidos para as questões sociais e ambientais”, explica a consultora.

Conclusão

Desde que o ESG (Environmental, Social and Governance) adquiriu maior protagonismo no mundo dos negócios, a construção civil vem buscando se adequar às novas exigências do mercado global. 

De modo geral, as empresas progrediram bastante nessa temática nos últimos anos, elaborando diagnósticos, buscando capacitação e assumindo compromissos públicos ambiciosos. Confira alguns exemplos nessa matéria.

O relatório Líderes de Negócios e ESG, da Data Makers, mostra que a falta de conhecimento é o principal empecilho para a implementação de boas práticas de responsabilidade ambiental, social e de governança no país. 

O problema foi apontado por quase metade dos respondentes (49%). Outras dificuldades mencionadas foram a falta de profissionalismo (46%), a não priorização do tema (45%) e o descomprometimento da liderança (41%).

O CTE desenvolveu um conjunto robusto de soluções de consultoria para auxiliar as empresas em suas jornadas de adesão aos princípios ESG. Clique aqui para obter mais informações sobre o nosso portfólio.

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