Os edifícios podem ter seus custos operacionais reduzidos drasticamente, sobretudo com a diminuição do consumo de água e de energia, quando submetidos ao comissionamento de suas instalações. Só em energia, a economia pode ficar entre 6% e 25% , segundo estudo encomendado pelo departamento de energia norte-americano (DOE).
Realizado pelo Berkeley National Laboratory e pela BCA (Building Commissioning Association), o trabalho mostra que, além da economia de energia, o comissionamento agrega uma série de benefícios aos edifícios. A melhoria do desempenho dos sistemas, o maior conforto térmico e a garantia da qualidade do ar interno são alguns deles. Tudo isso com um payback muito breve de, em média, 26 meses.
Vale lembrar que, além do aspecto financeiro, o menor uso de energia também impacta positivamente o balanço de emissões de CO₂.
O que é o comissionamento?
Baseado em uma norma da ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers), o comissionamento é um processo de controle de qualidade conduzido por profissionais habilitados. Seu objetivo é garantir que os sistemas prediais sejam concebidos, projetados, instalados, testados, operados e mantidos conforme as premissas e necessidades do cliente, normas e legislações técnicas vigentes, bem como alinhados às melhores práticas do mercado.
“O comissionamento não consiste em gerenciamento ou coordenação de projetos, tampouco na realização de testes normativos, ajustes e balanceamento dos sistemas, que deve ser executado por equipes terceiras especializadas. Trata-se de um processo de gestão da qualidade que permite, desde a etapa de projeto até a operação, verificar o desempenho da edificação”, explica Daniel Gripp de Resende Chagas, consultor de Sistemas Prediais na Unidade Sustentabilidade do CTE.
Na fase de projetos, o comissionamento garante a qualidade das entregas e a compatibilização entre as disciplinas. Já no momento das contratações, ele auxilia a seleção das instaladoras, verificando se as propostas contemplam os itens necessários para assegurar a qualidade do empreendimento. Ao longo da execução, o comissionamento verifica se o projeto e as normas técnicas estão sendo atendidos. Ao final, ele também acompanha a realização de testes integrados conforme metodologia pré-definida, bem como a análise de toda a documentação, como data book e as built.
Falhas detectadas precocemente são sinônimo de economia
“Nos últimos anos, o comissionamento vem ganhando mais relevância por ser uma exigência para a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Mas independente da certificação, esse trabalho agrega muito valor ao empreendimento”, diz Daniel Gripp.
Em novas edificações, uma das principais contribuições do comissionamento é na detecção de problemas na fase de projetos. São falhas que, quando descobertas tardiamente, provocam prejuízos enormes na fase de obras. O estudo encomendado pelo DOE concluiu que, em média, 25% das falhas de obra são identificadas em projeto quando há uma equipe de comissionamento envolvida.
Como exemplo, Gripp cita um projeto de climatização que dimensionou todas as máquinas para tensão 380/220V, quando o prédio operava em tensão 220/127V. “Se não fosse detectado com antecedência, esse erro implicaria na compra errada de todos os equipamentos, gerando perdas financeiras e atrasos no cronograma”, explica ele, ressaltando que o custo para resolver problemas na fase de projeto é infinitamente menor do que o necessário para corrigi-los depois.
Outro risco evitado pelo comissionamento se relaciona a baixa confiabilidade dos testes que, muitas vezes, são realizados pela mesma empresa responsável pela instalação dos equipamentos. “Respaldado por metodologia técnica, o comissionamento garante que os testes ocorram em alinhamento com as normas. Ele também permite que a documentação gerada tenha o nível de qualidade adequado”, continua o consultor do CTE.
Mesmo após a execução, o comissionamento continua evitando ocorrências que levam a perdas financeiras, baixo desempenho, aumento do risco de acidentes e insalubridade. Entre as falhas mais comuns encontradas pelas equipes do CTE nas inspeções realizadas em edifícios em fase de entrega destacam-se erros como equipamentos desconectados da alimentação elétrica, falta de dutos para renovação de ar e aterramentos que não foram realizados, embora tenham sido previstos em projeto.
Com uma equipe especializada em sistemas prediais e comissionamento, o CTE vem ajudando seus clientes a assegurar o desempenho dos sistemas prediais das edificações, desde a definição de premissas técnicas e avaliação de projetos, até o acompanhamento das instalações e entrega às equipes de operação e manutenção. Além do comissionamento de sistemas prediais, realizamos serviços como comissionamento contínuo, recomissionamento e retro-comissionamento. Entre em contato para falarmos mais a respeito.
