Para onde caminham as pesquisas e os debates em torno das construções sustentáveis? Quais são os temas que direcionam o olhar para o futuro? O Greenbuild International Conference + Expo, promovido pelo U.S. Green Building Council (USGBC), costuma oferecer respostas a essas perguntas. Não foi diferente na 20a edição do evento, realizada no início de novembro, em San Francisco, EUA. 

Mais uma vez, líderes da indústria, especialistas e profissionais que trabalham com construção sustentável se reuniram em sessões educacionais, espaço de exposição e debates técnicos. Única empresa brasileira presente no encontro, o CTE foi representado pelo diretor Rafael Lazzarini, bem como pelos gerentes da Unidade Sustentabilidade, Adriana Hansen e Frederik Purper.

Descarbonização e novo referencial LEED

Segundo eles, dois temas se destacaram nas discussões e vêm se firmando como direcionadores das ações na área de sustentabilidade: as mudanças climáticas e o ESG (Environmental, Social and Governance). Ambos os assuntos se conectam com os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODSs). 

Um foco de atenção é com a descarbonização dos edifícios, apresentada com diferentes vieses. Nas sessões educacionais, abordou-se, por exemplo, o desenvolvimento de metodologias para cálculo de carbono incorporado e operacional. “Já na área de exposição, notamos a movimentação de grandes fornecedores de materiais, alguns com projetos bem interessantes envolvendo a transformação de metano extraído de aterros em energia para alimentação de fornos”, diz Adriana Hansen.

“Também chamou a atenção o amadurecimento da cadeia da madeira engenheirada, tecnologia que já conta com um bom número de players, incluindo fornecedores, projetistas e agentes financeiros”, revela Purper. “Outra tendência que se consolida é a necessidade de usar tecnologias para garantir as melhores condições de saúde e bem-estar dos ocupantes”, continua ele.

Uma parte importante da agenda do Greenbuild foi dedicada às discussões técnicas dos comitês que trabalham na revisão do referencial técnico do LEED. Hansen, que é creditada LEED Fellow BD+C, foi a única profissional do mercado brasileiro a participar das discussões que devem resultar em uma nova versão da certificação a ser publicada em 2023. “Desenvolvido de modo colaborativo, com contribuições de especialistas de todo o mundo, o LEED v5 deve refletir a preocupação da comunidade técnica com três assuntos emergentes: mudanças climáticas, preservação de ecossistemas e a saúde das pessoas”, adianta Hansen.

Para o CTE, estar presencialmente em uma conferência desse porte representou não apenas uma oportunidade de atualização, mas também de contribuir com o debate técnico, além de fazer networking.

“Em um cenário no qual os projetos estão cada vez mais complexos, torna-se imperativo que os consultores estejam atualizados não só para atender os requisitos das certificações, mas para gerar valor de modo geral”, comentou Frederick Purper. “Com mais de 320 projetos certificados LEED, o CTE tem um portfólio superior ao de muitas empresas norte-americanas. Isso comprova a nossa consolidação e que estamos em alinhamento com as discussões em uma esfera global”, concluiu Purper.