Aniversário de 31 anos CTE | Bob de Souza

Além de CEO do CTE, Bob de Souza é uma referência de pioneirismo e inovação na construção civil brasileira. Sempre com os olhos para o futuro e sem medo de transformações, ele compartilha na entrevista a seguir, um pouco sobre sua trajetória, sua visão e planos. 

A conversa faz parte da comemoração do aniversário de 31 anos do CTE, celebrado em agosto. Continue conosco e conheça mais sobre esse politécnico que se transformou em empreendedor, líder setorial e inspiração para seus pares. Confira!

Vamos voltar um pouco no tempo. Como surgiu sua paixão pela construção civil?

Começou com a vivência em família. Meu pai tinha duas construtoras, uma em São Paulo e outra no Guarujá. Cresci nesse ambiente. Com cinco anos, eu ia para obra, subia escada, andava pelas lajes, visitava o almoxarifado. A construção sempre foi um assunto muito presente em casa. Mais tarde, no colégio, percebi que ia bem nas disciplinas de exatas. Tudo isso me conduziu à engenharia. Entrei na Poli-USP, uma escola com formação muito sólida. No início, eu tinha dúvidas sobre optar pela engenharia civil ou eletrônica. Mas um fator decisivo a favor da engenharia civil foi o impacto social positivo da construção. Eu sempre fui muito ligado em questões sociais e em gerar algum valor para as populações menos favorecidas.

A preocupação com o social acompanha toda sua jornada profissional. Ela também veio de família?

Meus pais tinham forte a prática de ajudar o próximo. Mas também foi algo que, para mim, sempre fez muito sentido, trabalhar pela inclusão social e contribuir com a preservação do meio ambiente. Esses aspectos se fortaleceram com minha passagem pela universidade, onde participei ativamente do movimento estudantil que tinha bandeiras sociais muito fortes.

Comecei trabalhando com projeto estrutural abrindo uma empresa com o meu amigo Ricardo França. Só que a questão da habitação popular começou a pulsar e acabei deixando as estruturas para entrar no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo). Minha missão era estruturar uma área de desempenho da habitação e desenvolver sistemas construtivos para a baixa renda. Fui criando conexões com temas como sustentabilidade, conforto térmico e acústico, economia de água e energia. Nesse momento, começou a aflorar a paixão por inovação, qualidade, sustentabilidade e industrialização. Fiz minha dissertação de mestrado na Poli/USP sobre o conceito de desempenho aplicado às edificações, em que recomendava a adoção de normas de desempenho para a construção. E fiz o doutorado focado no desenvolvimento de uma metodologia para implantação de sistemas de gestão da qualidade em empresas construtoras.

“Eu sempre fui muito ligado em questões sociais e em gerar algum valor para as populações menos favorecidas”.

Ação de responsabilidade social do CTE: apresentação do projeto arquitetônico e orçamento do Centro Cultural do Instituto Favela da Paz

Toda essa bagagem você carregou consigo para criar o CTE

Passei uma temporada no IPT fazendo pesquisa e, depois de um tempo, resolvi sair para empreender. E a bagagem que eu trazia eram os conceitos e metodologias focadas em qualidade, desempenho, sistemas construtivos industrializados e sustentabilidade, temas que foram incorporados ao negócio do CTE.

Daí nasceu outra grande paixão focada no empreendedorismo e inovação. Quando começamos, o CTE era uma startup, embora ainda não tivesse essa nomenclatura. Fomos nos colocando no mercado paulatinamente. No início éramos quatro: eu e a Maria Angélica Covelo Silva com dedicação integral, além do Vahan Agopyan e do Vanderley John, esses últimos com um envolvimento mais pontual em projetos.

O empreendedorismo e a inovação foram os propulsores do desenvolvimento do CTE. Tratava-se de identificar dores do mercado e impulsionar novos negócios e soluções para resolver essas dores.

Foi com essa pegada que surgiram as novas unidades de negócio do CTE: Gerenciamento, Desempenho, Autodoc, Sustentabilidade, Smart Cities, Operação Sustentável, Inovação e Tecnologia e o Enredes.

“Quando começamos, o CTE era uma startup, embora ainda não tivesse essa nomenclatura”. 

Bob de Souza, Maria Angélica Covelo Silva e Vahan Agopyan

Ao longo da sua jornada, quais foram os maiores desafios superados? Houve muita frustração?

O CTE tem uma jornada de sucesso, mas é lógico que ao longo desse caminho há frustrações. Às vezes idealizamos um produto que parece fazer total sentido, mas que quando é apresentado ao mercado, simplesmente não acontece. Quando estávamos no auge da implantação dos programas de qualidade, imaginamos que as empresas se interessariam em integrar seus Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ), com a gestão ambiental e de segurança no trabalho. Criamos um Sistema de Gestão Integrada (SGI) e o mercado não deu a menor bola. Hoje vemos as empresas muito interessadas no ESG (Environmental, Social, and Corporate Governance). Mas, há dez anos, lançamos um programa de sustentabilidade corporativa que integrava a dimensão econômica, social e ambiental. Na época, esse produto foi um fracasso. Mas toda essa experiência serviu de aprendizado para formatarmos o programa ESG que lançamos agora e que é um sucesso. A frustração é sempre um elemento de aprendizado que nos ajuda na etapa seguinte da jornada.

O que te dá mais orgulho nessa trajetória?

Conseguir rodar uma empresa multidisciplinar como o CTE por trinta e um anos e estar sempre evoluindo é muito bacana. Fazer isso em um país tão desafiador como o Brasil, também é um motivo de alegria. Além disso, tenho muito orgulho da equipe que formamos. São pessoas e profissionais fantásticos que criam um ambiente de trabalho privilegiado. Cada um tem sua personalidade, sua forma de ser e as suas competências individuais, mas há muita harmonia, colaboração e cumplicidade.

“Conseguir rodar uma empresa multidisciplinar como o CTE por trinta e um anos e estar sempre evoluindo é muito bacana. Fazer isso em um país tão desafiador como o Brasil, também é um motivo de alegria”.

#timeCTE – Inauguração nova sede

Como se forma um grupo tão diverso e, ao mesmo tempo, tão coeso, como a equipe do CTE?

As pessoas que estão conosco têm uma motivação pessoal alinhada ao propósito empresarial do CTE que é inspirar mudanças positivas na construção e na sociedade. Embora as pessoas sejam diferentes, elas convergem porque há um propósito unificador e objetivos em comum. Outro fator importante é que trabalhamos sempre com respeito, com a valorização do conhecimento técnico e das pessoas. Isso criou uma cultura de inclusão e compartilhamento. Somos competitivos no mercado, mas não há competição entre nossos colaboradores. Acreditamos verdadeiramente que progredimos juntos. Temos, ainda, uma particularidade que é o fato de nossa equipe ser formada em casa. Todos os diretores, gerentes e coordenadores do CTE começaram como consultores e evoluíram gradativamente até assumirem postos de liderança.

Hoje, além de líder, você é um motivador e uma inspiração não apenas para sua equipe, como também para o mercado. Como você percebe isso?

É tudo muito natural. Essa coisa de olhar para o futuro, de deixar legado e ser inspiracional tem a ver com uma característica pessoal minha que é a paixão. Se eu não estiver profundamente apaixonado por aquilo que estou fazendo, a coisa simplesmente não dá certo.

E eu sou apaixonado pela construção, seus impactos sociais e ambientais e pela cadeia produtiva, pelo setor como um todo. E sou ainda mais apaixonado por vislumbrar os benefícios que a inovação, a transformação digital, a construção industrializada e a sustentabilidade podem gerar, se atuarmos setorialmente e de forma integrada.

Tenho enorme prazer em fazer conexões, promover relacionamento, refletir sobre o futuro da construção, escrever e falar sobre os desafios do setor. Essa postura e os conteúdos gerados, acabam criando uma referência no mercado.

No Secovi, autografando o livro “Diálogos com a Construção – Qualidade, Gestão, Sustentabilidade e Inovação.

O que você faz em seu tempo livre para recarregar suas energias?

Curto muito caminhadas e faço meditação. Além disso, tenho um convívio familiar muito forte. Tenho dois filhos e dois sobrinhos que são como filhos, além de três netos. Adoro viajar, mas com a pandemia, acabei me voltando mais para atividades em casa, como assistir filmes (sou fascinado pelo cinema) e a leitura. Leio muito sobre inovação, empreendedorismo, política, cultura, filosofia, arte, economia e psicanálise. Sempre busco entrar em outros universos para arejar a mente e recarregar as baterias. 

Bob fazendo uma das coisas que mais gosta: viajar e conhecer novos lugares!

Quais são seus planos para os próximos anos?

Estou trabalhando com todas as nossas unidades visando um crescimento exponencial do CTE nos próximos cinco anos, em ampliar a nossa  fatia de mercado com  os produtos já existentes, assim como desenvolvendo novos produtos. Esse é um primeiro ponto. Também espero consolidar essa cultura de empreendedorismo e inovação junto às nossas lideranças, ou seja, diretores, gerentes e coordenadores. O CTE tem todas as condições de ajudar a moldar a construção do futuro, baseada em princípios ESG, alta produtividade, inovação, industrialização, transformação digital e sustentabilidade. Tornar o CTE uma empresa totalmente alinhada aos princípios e práticas ESG é também um plano de futuro. Outra coisa que pretendo é preparar a sucessão do CTE visando a sua perenidade. O plano é capacitar e empoderar nossos líderes internos para que continuem essa jornada, mantendo o nosso DNA e a nossa cultura, e deixando legado.

“O CTE tem todas as condições de ajudar a moldar a construção do futuro, baseada em princípios ESG, alta produtividade, inovação, industrialização, transformação digital e sustentabilidade”. 

Bob e os líderes das unidades do CTE

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