Impressão 3D na construção civil: o que já é realidade?

Também conhecida como manufatura aditiva, a impressão 3D é uma das dez tecnologias disruptivas que vão impactar a ordem econômica mundial nos próximos anos, segundo previsão do Fórum Econômico Mundial. Já aproveitada pelos setores automotivo e aeroespacial, bem como para a fabricação de implantes médicos, a impressão 3D também avança na construção civil, como mostramos no post de hoje.

IMPRESSÃO DE CASAS

Capaz de gerar os mais variados tipos de objetos, a manufatura aditiva se apoia em softwares de modelagem que desenham a peça e a encaminham diretamente para uma impressora 3D. Assim como uma impressora comum libera jatos de tinta em quantidade e formatos específicos para formar imagens e letras, a impressora 3D injeta diferentes materiais para compor um objeto, sempre em camadas de baixo para cima. 

O equipamento pode utilizar matérias-primas variadas, como polímeros, argamassas e concreto. O tempo total para que o objeto fique pronto pode variar de horas a dias, dependendo da complexidade do projeto. 

Além da velocidade de execução, outras vantagens associadas a esta tecnologia são a redução de desperdícios, a possibilidade de desenvolver estruturas mais arrojadas e a redução drástica de mão de obra alocada no canteiro graças à automatização.

Em Austin, nos Estados Unidos, a startup Icon anunciou a construção de um conjunto  com 100 casas de baixo custo erguidas com tecnologia de impressoras 3D em parceria com o escritório de arquitetura BIG-Bjarke Ingels. 

No Brasil, um projeto desenvolvido por engenheiros ligados à Universidade Potiguar (UnP) culminou na construção de uma casa com impressão 3D em Macaíba (RN), também em concreto. Com 66 m², a edificação de interesse social levou 48 horas para ser impressa e utilizou equipamento com 3 m de altura, 7,6m de largura e 12 m de comprimento. Você pode conferir mais detalhes sobre esse case neste vídeo.

ESTÁGIO INICIAL

“Embora haja muito frisson sobre a impressão 3D, é preciso ressaltar que imprimir produtos cimentícios em grandes quantidades é uma tarefa árdua”, salienta Rafael Pillegi, professor do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP (Poli-USP). Para ele, tudo indica que a manufatura aditiva vá superar em liberdade de formas, racionalização e economia os métodos convencionais de produção de peças de concreto. “Os ganhos em potencial são grandes, inclusive ambientais. Mas é preciso conter a euforia, porque tudo o que foi feito até o momento é prova de conceito”, pondera o acadêmico.

Ele cita alguns desafios a serem superados para que a manufatura aditiva de cimentícios adquira maturidade. Um deles envolve o desenvolvimento do cabeçote, elemento que determina o volume de deposição e a resolução, que ainda é um alvo de pesquisas e desenvolvimentos. “Há, também, aspectos técnicos a serem solucionados, relacionados ao traço do concreto e à melhor forma de inserção do aço nas estruturas armadas, além da inexistência de códigos de construção e normalização”, comenta Pillegi. 

Há, ainda, fatores como o alto custo dos equipamentos e a necessidade de mão de obra especializada. Por tudo isso, antes de viabilizar a construção maciça de edifícios, a impressão 3D deve adquirir mais espaço em projetos híbridos e em outras aplicações, como a prototipagem de maquetes arquitetônicas e a produção de moldes para a concretagem. 

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