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Aplicações possíveis da biotecnologia na construção civil

11 de agosto de 2021
Torre construída com blocos de fungos na exposição do MOMA em NY

Pesquisadores do mundo inteiro têm trabalhado nos últimos anos para desenvolver soluções biotecnológicas para problemas em diferentes áreas, incluindo a construção. Organismos vivos já estão sendo aplicados na criação de materiais mais resistentes, argamassas capazes de regeneração e isolamentos que mudam de forma conforme a umidade, controlando o clima interno do edifício.

A maior parte dessas pesquisas ainda está em fase experimental. Mas algumas delas já alcançaram resultados promissores. Uma parte dessas possibilidades, tem sido explorada comercialmente por empresas da indústria da construção. Em alguns anos, portanto, o emprego de soluções biotecnológicas no setor será uma realidade cada vez mais significativa no Brasil.

A aplicação de bactérias, fungos e vegetais no processo de fabricação de materiais da construção não apenas gerará elementos físicos diferenciados, como aproximará os próprios edifícios da dinâmica da biologia. É por isso que alguns autores, como o professor Martyn Dade-Robertson, especialista em tecnologias emergentes da Universidade de Newcastle (Inglaterra), têm se referido aos prédios do futuro como “edifícios vivos”.

Conheça, a seguir, algumas das aplicações desenvolvidas nos últimos anos.

  • Bloco de fungos — A empresa Ecovative desenvolveu uma tecnologia para desenvolvimento de materiais usando o micélio dos fungos, a parte responsável por sua sustentação e absorção de nutrientes. Em 2014, uma instalação que consistia em uma torre de 13 metros de altura foi erguida no Museu de Arte Moderna de Nova York empregando apenas blocos feitos de fungos, produzidos em cinco dias a partir de resíduos agrícolas. Os blocos foram para a compostagem novamente após a exposição. Hoje em dia, diferentes empresas têm lançado mão de tecnologias semelhantes para produzir pisos e ecocimentos.
  • Regeneração do concreto — Um grupo de pesquisadores da Universidade Tecnológica de Delft, na Holanda, desenvolveu uma maneira de empregar esporos bacterianos na mistura do concreto para evitar o agravamento de fissuras. O funcionamento é simples: o contato da água com o concreto motivado pelo surgimento das primeiras fissuras ativa os esporos para que eles comecem a se alimentar de outra substância agregada, o lactato de cálcio, produzindo cristais de calcita. Dessa forma, quando as fissuras ainda estão microscópicas, elas podem ser preenchidas por material reparador, evitando desgastes e patologias.
  • Edifícios transpirantes — Uma tecnologia semelhante à das bactérias que cicatrizam fissuras está sendo pesquisada pela equipe do professor Dade-Robertson, em Newcastle, com o objetivo de encontrar soluções para a regulação térmica dos edifícios. A ideia é que os fechamentos contem com uma espécie de membrana de látex recoberta de esporos bacterianos. Com o aumento da umidade no edifício, as bactérias são reativadas e o material se torna mais flexível, abrindo poros que permitem a circulação do ar através das paredes.
  • Produção de energia a partir de dejetos domésticos — A equipe do projeto europeu Living Architecture está desenvolvendo uma nova espécie de bateria alimentada por combustível microbiano. O projeto prevê que tais equipamentos façam parte integral do edifício, estando acopladas aos blocos. Elas absorverão as águas residuais dos sanitários e produzirão pequenas quantidades de energia a partir da decomposição bacteriana. Dessa maneira, não apenas o volume de resíduos a ser tratado pode diminuir consideravelmente, como também torna-se viável a obtenção de uma nova fonte de energia renovável para o edifício. 

Por meio da unidade Inovação & Tecnologia, o CTE apoia diversos agentes do setor da construção na adoção de inovações aplicáveis a produtos ou a processos empresariais. Entre em contato para obter mais informações sobre esse trabalho.

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