ESG para pequenas empresas: 10 ações para começar agora

Os pequenos negócios são uma espinha dorsal da economia brasileira. Esses negócios, que somam quase nove milhões de empresas, são responsáveis por 26,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, de acordo com levantamento realizado pelo Sebrae, com informações da Receita Federal, divulgado em 2024.

Além de serem grandes geradoras de emprego e renda, as micro, pequenas e médias empresas podem gerar muitos impactos extremamente positivos quando conduzem suas atividades com responsabilidade ambiental, social e com governança. 

Ao mesmo tempo, essas empresas podem acessar uma série de benefícios quando participam, de forma mais robusta, do movimento ESG, sigla do inglês Environmental, Social and Governance.

O ESG refere-se a um conjunto de padrões e boas práticas para definir se uma empresa é socialmente responsável, comprometida com a sustentabilidade e corretamente gerenciada. Trata-se de uma forma de medir o desempenho de uma organização, indo além da contabilização de lucro. 

Qual é a importância do ESG para as pequenas empresas?

Ainda que o ESG para pequenas empresas esteja mais presente no dia a dia das grandes corporações, sobretudo as de capital aberto e multinacionais, as pequenas e médias empresas também podem colher frutos valiosos ao adotar, com estratégia, práticas sustentáveis, sociais e de boa governança.

Segundo Márcia Menezes, diretora de inovação, tecnologia e ESG no CTE, a incorporação dos princípios ESG para pequenas empresas gera valor para qualquer empresa, independentemente de seu porte ou setor de atuação. 

Alguns motivos que justificam o empenho das pequenas empresas em progredir nesta agenda são:

  • Acesso a investimentos e crédito — Instituições financiadoras têm preferido alocar capital em organizações que já internalizaram boas práticas nas esferas ambiental, social e de governança.
  • Redução de riscos — Empresas com ESG estruturado correm menos riscos de enfrentar problemas jurídicos, trabalhistas, fraudes e sofrer ações por impactos ao meio ambiente.
  • Valorização da marca e melhora na reputação — Adotar medidas ESG para pequenas empresas demonstra a preocupação da empresa em atender às demandas da sociedade contemporânea. Além disso, com o aumento do consumo consciente, consumidores tendem a escolher empresas que se comprometem com o meio ambiente e com a comunidade.
  • Aumento da competitividade — O ESG para pequenas empresas pode ser um diferencial competitivo, especialmente em licitações, parcerias e cadeias de fornecimento que exigem critérios sustentáveis.
  • Melhoria na gestão interna — A implementação de práticas de governança fortalece a transparência, a ética e a eficiência dos processos internos.
  • Atração e retenção de talentos — Colaboradores, sobretudo os mais jovens, valorizam empresas com propósito e responsabilidade social.

ESG para pequenas empresas: um roteiro para começar

Viabilizar a adesão das pequenas e médias empresas ao movimento ESG exige a quebra de alguns paradigmas. 

O primeiro deles é o da necessidade de grandes investimentos para tornar uma empresa comprometida com o meio ambiente, com a sociedade e com a transparência.

“O mais importante é que a liderança da empresa entenda que os resultados dos negócios não se resumem exclusivamente ao lucro e podem ser expandidos para as questões sociais e ambientais”, comenta Márcia Menezes.

Outras práticas recomendadas pela especialista são:

  1. Integrar o ESG para pequenas empresas à estratégia da empresa e às tomadas de decisões. Para todas as empresas, isso é fundamental para garantir o sucesso da implantação a longo prazo.
  2. Comprometimento da liderança. Quando falamos em ESG para pequenas empresas, o envolvimento da alta administração é imprescindível. Os líderes da empresa devem entender e abraçar o ESG para a sustentabilidade e a reputação da organização.
  3. Realizar uma avaliação das práticas atuais da empresa em relação ao ESG. Isso inclui identificar áreas de força e de fraqueza e determinar como as operações estão relacionadas às questões socioambientais e de governança.
  4. Mapear quem são as partes interessadas (stakeholders). Isso traz clareza sobre as influências e impactos que podem incidir direta ou indiretamente nas operações, nos objetivos ou nos resultados.
  5. Selecionar os temas ESG relevantes para os negócios da empresa e para as partes interessadas. “Os temas materiais são a base para que a organização estabeleça seus compromissos e políticas e, ainda, mantenha a transparência na comunicação sobre os aspectos ESG”, salienta Márcia Menezes.
  6. Na sequência, a empresa pode definir metas específicas relacionadas aos temas materiais que estejam alinhados com seu propósito e valores.
  7. Amplas e diversas, as estratégias de responsabilidade ambiental, social e de governança devem se organizar sobre os três pilares do ESG. No âmbito ambiental, as ações devem focar na redução de impactos adversos da atividade econômica no meio ambiente, como a diminuição de emissões de carbono e a redução da geração de resíduos. Na esfera social, as empresas precisam estar atentas a aspectos como direitos humanos, relações de trabalho, diversidade e equidade, além de relações com a comunidade. Na dimensão da governança, devem ser trabalhados temas como ética, compliance, gestão de crises e planos de contingência, segurança e proteção de dados. 
  8. Uma comunicação transparente é chave em qualquer estratégia ESG. Comunicar claramente as iniciativas da empresa a investidores, clientes, funcionários e comunidade é fundamental para construir confiança e credibilidade.
  9. O ambiente de negócios e as preocupações das partes interessadas podem evoluir ao longo do tempo. Portanto, é importante revisar e ajustar a estratégia ESG da empresa de forma contínua.
  10. As certificações ESG são uma excelente ferramenta para ajudar as companhias a evitar o greenwashing (maquiagem verde), mensurando com credibilidade e transparência o valor das práticas ESG. Elas não devem ser exclusividade de grandes empresas. Já há, no mercado, selos facilmente aplicáveis a pequenos negócios. Um destaque é a certificação ON!ESG, desenvolvida pelo CTE, e que se caracteriza por ser acessível a companhias com diferentes graus de maturidade na jornada ESG.

Mais de 140 empresas já iniciaram a implantação do sistema ESG para pequenas empresas com o apoio da consultoria do CTE. Torne-se, também, uma referência em responsabilidade ambiental, social e em governança. 

Saiba mais sobre o Programa de Capacitação de Empresas em ESG e sobre a Certificação ON!ESG!

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