ESG na cadeia de suprimentos: caminhos para avançar em sustentabilidade e ética

A construção civil é uma atividade altamente intensiva em uso de recursos naturais e em produção de resíduos. Grande gerador de emprego e renda, esse setor também tem um grande impacto social e, historicamente, está exposto a riscos elevados e a problemas de conformidade regulatória.

É nesse contexto que o ESG, sigla do inglês Environmental, Social and Governance, vem se firmando como uma condição para a garantia da perenidade dos negócios e da preservação do meio ambiente. Trata-se de uma oportunidade para as empresas buscarem sustentabilidade a longo prazo, conquistarem mais eficiência em suas operações e elevarem a resiliência diante de momentos de crise.

Diante dessas transformações, exigir compromisso com o ESG por parte de fornecedores tornou-se um meio de blindar o negócio, agregar valor e construir um futuro mais resiliente e competitivo. Mas como incorporar o ESG na cadeia de suprimentos na prática? Continue conosco para entender melhor.

Principais características da cadeia de suprimentos da construção civil

Cada vez mais estratégico para o sucesso das empresas, os departamentos de compras de construtoras e incorporadoras enfrentam muitos desafios em suas rotinas diárias. 

Para começar, é preciso garantir, às compras e aquisições, o atendimento a requisitos de qualidade e o cumprimento de prazos e custos pré-estabelecidos. Além disso, na construção civil, a cadeia de fornecedores é muito diversa. Há desde grandes multinacionais muito bem estruturadas a pequenos prestadores de serviços. 

Os profissionais de compras precisam lidar, ainda, com a escassez de fornecedores para alguns serviços e insumos e com as falhas de planejamento que induzem a compras emergenciais.

Todo esse cenário complexo torna fundamental a implementação de um sistema de homologação, qualificação e avaliação de fornecedores. Esse sistema deve considerar aspectos como:

  • Formalização e histórico da empresa;
  • Conformidade dos produtos/serviços oferecidos com as normas técnicas vigentes;
  • Qualidade dos produtos, incluindo certificações de qualidade e qualificação em programas setoriais de qualidade;
  • Capacidade de atendimento;
  • Condições de pagamento e preço;
  • Prazos de entrega;
  • Assistência técnica.

Por que incorporar o ESG na cadeia de suprimentos?

Os critérios ESG surgem como um conjunto de exigências a mais a serem incorporadas pelas empresas na seleção de seus fornecedores. A partir daí, a empresa pode acessar uma série de vantagens, como:

  • Redução de riscos, ao garantir que fornecedores cumpram normas e regulamentações relacionadas aos conceitos socioambientais e de governança;
  • Fortalecimento da reputação da marca;
  • Maior atratividade perante investidores e acesso a financiamentos sustentáveis, bem como o acesso a novos mercados;
  • Redução de custos operacionais decorrente da redução de desperdícios e dos ganhos de eficiência;
  • Alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente o ODS 12 (consumo e produção responsáveis). 

Boas práticas para incorporar o ESG na cadeia de suprimentos

A implementação de uma política ESG na cadeia de suprimentos começa com a avaliação dos fornecedores atuais e potenciais, considerando o impacto ambiental e social de seus produtos e serviços. Ao mesmo tempo, é crucial que essa política inclua critérios de governança, garantindo que os fornecedores tenham transparência em suas operações e estejam conforme as regulamentações locais e internacionais.

A seguir, listamos algumas práticas recomendadas para as empresas em cada um dos pilares do ESG:

Pilar ambiental (E)

  • Verifique se os fornecedores seguem práticas sustentáveis, como o uso de materiais recicláveis. Priorize aqueles que oferecem produtos com menor impacto ambiental, como concreto de baixo carbono, madeira certificada e aço reciclado, por exemplo.
  • Exija planos de descarte responsável e incentive a economia circular.
  • Avalie se a logística do fornecedor envolve rotas otimizadas e veículos menos poluentes.
  • Priorize fornecedores que possuam certificações reconhecidas, como a ABNT NBR ISO 14001 (gestão ambiental).
  • Entenda a pegada de carbono dos materiais e serviços a serem contratados e verifique como a empresa atua para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
  • Exija documentos como Avaliações do Ciclo de Vida (ACV) e Declarações Ambientais de Produto (EPD, da sigla em inglês). Elaborados a partir de metodologias padronizadas, esses documentos são cada vez mais demandados pelas empresas que possuem governança ESG e estão comprometidas com as metas de redução das emissões de carbono.

Pilar social (S)

  • Garanta que só sejam homologados fornecedores que respeitam os direitos dos trabalhadores. O contratante deve avaliar e exigir comprovações de que essas empresas respeitam normas trabalhistas, evitam trabalho infantil e promovem segurança no trabalho.
  • Desenvolva uma política de compras ESG que privilegie empresas promotoras da diversidade e da inclusão social.
  • Além disso, valorize fornecedores que geram empregos e capacitação na comunidade onde atuam.

Governança (G)

  • Avalie o histórico de integridade e práticas anticorrupção antes de homologar um fornecedor.
  • Solicite certificações e práticas de compliance, como auditorias e relatórios de sustentabilidade.
  • Dê preferência para fornecedores que possuem alguma certificação ESG, como o selo ON!ESG e o Sistema B. 

Outras práticas recomendadas para implementar o ESG na cadeia de suprimentos

Uma ação salutar é adotar processos de avaliação de fornecedores. Para tanto, recomenda-se realizar auditorias periódicas e visitas técnicas, bem como utilizar indicadores ESG para monitorar o desempenho das empresas.

Outra medida importante é buscar a melhoria contínua. Na prática, isso significa:

  • Criar relatórios periódicos de desempenho ESG da cadeia de suprimentos;
  • Estabelecer metas claras e mensuráveis;
  • Reavaliar critérios conforme novas regulamentações e tecnologias.

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