Um grupo formado por dez construtoras e incorporadoras deu um passo importante em direção à implantação de práticas ESG (Environmental, Social and Governance) no Brasil. Essas empresas integram a primeira turma do Programa de Capacitação de Empresas do Setor da Construção em ESG, recém-lançado pelo CTE.
A primeira das 16 oficinas que compõem o treinamento aconteceu no último dia 10 de fevereiro, em plataforma online, com cerca de 50 participantes. Entre as empresas que aderiram à iniciativa pioneira estão: Eztec, Sinco, Passarelli, Trisul, ForCasa, PPR Visani, Rev 3, Omar Maksoud, Parque Global e Rogga.
Nesse grupo há companhias com perfis, portes e segmentos de atuação bem distintos, assim como profissionais de várias formações. “Tal diversidade é muito positiva quando se busca inovar e introduzir novas práticas”, comentou Márcia Menezes, diretora da Unidade de Inovação e Tecnologia do CTE e coordenadora do programa.
Programa completo
As atividades do 1o Ciclo se estenderão até setembro. A expectativa é a de que ao final da jornada os participantes sejam capazes de implementar práticas ESG em suas empresas e de atuarem como multiplicadores de conhecimento.
As oficinas abordarão desde aspectos conceituais a temas que despertam muitas dúvidas nos profissionais, como comportamento ético, gerenciamento de riscos, diversidade e comunicação com os stakeholders. Também incluirão cases e atividades propícias à troca de experiências.
O programa de capacitação desenvolvido pelo CTE contará com uma etapa focada em processos para mostrar como o ESG pode, e deve, estar presente em todo o desenvolvimento do negócio, desde a seleção do terreno à entrega, uso e operação.
Outro diferencial é a realização de oito sessões de consultoria individualizadas para as empresas participantes. “O objetivo é entender a necessidade específica de cada companhia para poder apoiá-la de modo mais assertivo na implantação das estratégias relacionadas ao ESG”, explica Márcia.
No que se tange a responsabilidade ambiental, o Sistema ESG contempla aspectos como mudanças climáticas, gestão da água e da energia, riscos ambientais, qualidade urbana e uso do solo, entre outros pontos. No âmbito social, as exigências recaem sobre aspectos como direitos humanos, relações de trabalho, diversidade e equidade, além de relações com a comunidade. Na dimensão da governança, por sua vez, são trabalhados temas como estrutura de compliance, gestão de crises e planos de contingência, segurança e proteção de dados.
A importância do ESG
O trinômio responsabilidade social, responsabilidade ambiental e governança está no centro das discussões, no Brasil e no mundo. Ele adquiriu um senso de urgência maior depois que grandes gestores de recursos e fundos de pensão colocaram o ESG no centro de suas decisões de investimento.
Para Márcia Menezes, é preciso trazer o ESG como um valor estratégico para a cadeia da construção civil visando o desenvolvimento em longo prazo. “No momento, as questões relacionadas à sustentabilidade podem até ser encaradas como diferenciais competitivos. Mas isso tende a mudar, tornando-se condição para acessar capital, diminuir riscos nas operações e garantir resiliência às empresas”, analisa a diretora do CTE.Novas turmas do Programa de Capacitação de Empresas do Setor da Construção devem ser abertas em breve. Entre em contato conosco para obter mais informações!