ESG se consolida e impõe desafios às empresas

Um dos temas mais debatidos no momento, o ESG (Environmental, Social, Governance) é uma agenda que só tende a crescer. Segundo dados da Bloomberg, o montante mundial de alguma forma ligado a essa sigla representou US$ 38 trilhões em 2020 e deve chegar, em 2025, a US$ 53 trilhões, o equivalente a um terço dos ativos de investimentos.

“O conjunto de preocupações ambientais, sociais e de governança agrupado pelo ESG é um processo evolutivo e está longe de ser um modismo”, analisou Rafael Lazzarini, diretor da Unidade de Sustentabilidade do CTE.

Segundo ele, cada vez mais as questões tratadas pelo ESG vão adquirir relevância e serão observadas com mais atenção tanto pelos consumidores, quanto pelos investidores.

Lazzarini foi um dos participantes do webinar “O Futuro é Agora”, realizado pelo Safe Place to Work e idealizado pelo Eureka Coworking e pelo IT’S Informov. 

O evento, promovido no dia 24 de junho, contou com a participação de Fernanda Pires, vice-presidente da área de pessoas e ESG da EDP Brasil, e de Nadja Brandão, diretora jurídica, gente & gestão e ESG no Grupo Konecta. A mediação ficou por conta de Daniel Moral, CEO do Eureka Coworking.

IMPACTO NA RETENÇÃO DE TALENTOS

Na ocasião, os palestrantes foram unânimes em ressaltar o papel da governança para o sucesso das ações ESG. “A governança serve para reunir indicadores e mostrar o quanto a empresa está evoluindo em cada um dos pilares ESG”, comentou Nadja Brandão. 

Os participantes também comentaram a importância das empresas atentarem para a responsabilidade social e ambiental como uma estratégia para atração e retenção de profissionais.

“As empresas que não estão alinhadas à agenda ESG terão mais dificuldades de atrair e reter talentos. Isso porque há uma maior valorização dos profissionais quanto a essas temáticas, especialmente entre aqueles das novas gerações”, disse Fernanda Pires. 

O Índice de Confiança realizado pela consultoria de recursos humanos Robert Half confirma essa tese. Segundo o estudo, 83% dos profissionais desempregados apontam que um fator importante para aceitar uma oferta de trabalho é a empresa possuir boas iniciativas ESG.

Entre os que já estão empregados, 50% consideram que as práticas são importantes na hora de decidirem permanecer no trabalho atual. 

COMO COMEÇAR UMA JORNADA ESG?

Em função da complexidade do tema, incorporar princípios ESG à cultura de uma empresa é uma missão desafiadora que requer capacitação.


Além disso, é importante observar a aderência das ações com os negócios da empresa. “É fundamental fazer uma análise crítica para primeiro entender os impactos causados pelo negócio e depois definir ações de melhor custo x benefício”, destacou Rafael Lazzarini.


Ele lembra que, muitas vezes, a empresa pode obter um resultado muito positivo com medidas simples como uma mudança de fornecedor ou de produto.

Uma dificuldade extra é evitar a maquiagem ESG, quando as ações são mais direcionadas ao marketing e menos à transformação e à melhoria dos aspectos ambientais, sociais e de transparência. “Para separar oportunismo e que é realmente impactante, é fundamental mensurar os resultados e a sustentabilidade de cada uma das iniciativas”, disse Brandão.

Lazzarini concordou e lembrou que, no mercado imobiliário, há ferramentas como o Gresb, um sistema de benchmarking ESG global para fundos imobiliários e de infraestrutura, além das certificações de terceira parte. 

“A tendência, é que surjam cada vez mais normas e ferramentas de gestão e de quantificação das questões de governança, ambientais e sociais, permitindo ter maior confiabilidade quanto o impacto das práticas ESG e evitando cair no discurso vazio de autoafirmação”, conclui o diretor do CTE.

O CTE vem capacitando empresas do setor da construção no sistema ESG, difundindo conceitos, metodologias e ferramentas. O programa engloba oficinas com dinâmicas, cases e discussões, além de consultoria individualizada. Entre em contato para saber mais!

Receba nossa newsletter