Nos últimos anos, o ESG (Environmental, Social and Governance) deixou de ser uma tendência emergente para se tornar um parâmetro consolidado de atuação empresarial e de tomada de decisão estratégica. Mas uma pergunta que muitos ainda se fazem é sobre os benefícios gerados pela aplicação de práticas de responsabilidade ambiental, social e de governança nos negócios imobiliários e turísticos.
Uma pesquisa inédita realizada pela ADIT Brasil (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil) e pela Brain trouxe respostas interessantes para esse questionamento. O trabalho entrevistou pessoas envolvidas na concepção, investimento e/ou na gestão de empreendimentos imobiliários e turísticos entre abril e julho de 2025.
O levantamento mostrou que 50% dos respondentes já obteve algum retorno financeiro com suas iniciativas de sustentabilidade. Um dos principais impactos mencionados é a valorização dos ativos, com 58% dos participantes acreditando que as ações ESG agregam valor ao metro quadrado de seus empreendimentos. Essa percepção se estende ao consumidor final: 53% das empresas acreditam que seus clientes estão dispostos a pagar mais por projetos que demonstrem compromisso com a sustentabilidade.
A pesquisa integra o Manual de Melhores Práticas em ESG, recém-lançado pela ADIT Brasil, concebido como guia prático para que empreendimentos imobiliários e turísticos avancem na agenda ESG. A publicação contou com curadoria e coordenação de Myriam Tschiptschin, Head de Smart Cities do CTE e Coordenadora da Comissão ESG da ADIT Brasil.
“O Manual amplia o repertório técnico do setor, inspira práticas inovadoras e evidencia os ganhos financeiros associados ao ESG, contribuindo para superar paradigmas e acelerar a transformação sustentável dos negócios imobiliários e turísticos”, afirma Myriam.
Exemplos de boas práticas ESG já aplicadas
A publicação foi estruturada em duas seções complementares. A primeira apresenta a pesquisa já mencionada, que avalia a correlação entre a adoção de práticas sustentáveis e a rentabilidade dos empreendimentos, com base na percepção dos próprios empreendedores e investidores.
A segunda parte traz diretrizes e recomendações objetivas de estratégias de sustentabilidade a serem consideradas no desenvolvimento e na operação de empreendimentos imobiliários e turísticos com foco em ESG. Para comprovar a aplicabilidade dessas práticas, são destacadas iniciativas pioneiras em planejamento e gestão de riscos, mobilidade e acessibilidade, saúde e bem-estar, ecossistema e biodiversidade, manejo de águas, eficiência energética, materiais e resíduos, desenvolvimento local, relações comunitárias, engajamento de stakeholders e governança.
A obra inclui, ainda, um fluxograma que orienta as empresas na iniciação ou no aprofundamento da jornada ESG, tanto na esfera corporativa, quanto no âmbito do empreendimento.
O Manual de Melhores Práticas em ESG já está disponível na ADIT Store ou para download gratuito, em PDF, no site da ADIT Brasil.
Por que é tão importante avançar na agenda ESG?
A aplicação dos conceitos ESG é essencial nos setores imobiliário e turístico, devido à natureza de suas atividades. “Os múltiplos impactos ambientais e sociais relacionados a esses negócios impõem desafios relevantes, exigindo das empresas maior responsabilidade e capacidade de adaptação”, afirma Myriam Tschiptschin.
Ela lembra que, muitas vezes, os projetos são de grande porte e estão localizados em áreas ambientalmente sensíveis, como zonas de preservação permanente ou regiões costeiras. Além disso, empreendimentos turísticos e imobiliários apresentam elevado consumo de água e energia, recursos essenciais para garantir conforto e atratividade.
“Por outro lado, essa complexidade abre um campo fértil para a inovação, estimulando modelos de negócio mais resilientes, inclusivos e sustentáveis, capazes de gerar valor a longo prazo para investidores, clientes e territórios”, destaca Myriam, reiterando que a implantação planejada e bem-sucedida de estratégias ESG pelas empresas pode agregar uma série de benefícios ao negócio. “Trata-se de um investimento estratégico que gera retorno financeiro, fortalece a marca e prepara a empresa para os desafios do futuro”, conclui a Head de Smart Cities no CTE.
O CTE desenvolveu um conjunto robusto de soluções de consultoria para auxiliar as empresas em suas jornadas de adesão aos princípios ESG. Clique aqui para conhecer melhor nosso portfólio.
Autor
Juliana Nakamura
Jornalista formada pela PUC-SP, com pós-graduação em Mídias Digitais. Com mais de vinte anos de experiência, atuou em diversos veículos de comunicação, como O Estado de S. Paulo, UOL, Editora Pini e Casa Vogue. Especializada na cobertura de temas ligados à construção civil, mercado imobiliário, arquitetura e urbanismo, também desenvolve conteúdo para entidades setoriais e empresas. Desde 2020, colabora com CTE.