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7 exemplos ao redor do mundo que podem transformar São Paulo em uma cidade inteligente

Envolverde Jornalismo

 A capital paulista lidera ranking nacional em cidade inteligente, mas ainda não aparece em lista mundial; Especialista em Cidades Inteligentes do CTE fala como alternativas escaláveis podem ser adotadas para melhorar a vida da população

Considerada o maior centro urbano do Brasil, São Paulo abriga mais de 12 milhões de habitantes. Com pouco planejamento e um crescimento desenfreado pautado na dependência do automóvel, hoje a capital paulista enfrenta uma série de desafios como falta de mobilidade, enchentes, ilhas de calor, rios poluídos, entre outros aspectos. Solucionar esses gargalos não é uma tarefa simples, mas possível. Cidades como Vancouver, Estocolmo e Singapura são exemplos do uso de tecnologias digitais aplicadas à prestação de serviços urbanos, e assim conseguiram resolver problemas similares aos nossos, devolvendo mais qualidade de vida à população.

“Existem projetos menores, ações locais, com aplicação de Inteligência em vias urbanas que podem ser o start para uma gigante transformação. É preciso começar e depois escalar. Podemos começar a aplicar soluções em condomínios, bairros e, por fim, ter uma cidade sustentável”, afirma Myriam Tschiptschin, Head de Smart Cities e infraestrutura sustentável do CTE, Centro de Tecnologias e Edificações.

Apesar de não aparecer no ranking das cidades mais inteligentes do mundo, recentemente a capital paulista aparece em 2º lugar no ranking das cidades mais inteligentes do Brasil, de acordo com o estudo da Connected Smart Cities 2019 que avaliou 11 categorias, entre mobilidade, urbanismo, meio ambiente, tecnologia e inovação, economia, educação, saúde, segurança, empreendedorismo, governança e energia. Porém a comparação é baixa e, para remodelar a infraestrutura de um centro urbano como São Paulo, é preciso uma união de esforços dos setores público e privado, além de iniciativas da sociedade civil, aponta Myriam.

“As transformações das cidades refletem os anseios e os novos comportamentos da sociedade. Então se queremos mudanças positivas, precisamos mudar nós mesmos. Em paralelo, governos e empresas devem aderir ao ecossistema da Nova Economia promovendo ações para o desenvolvimento sustentável e tecnológico, com foco sempre nas pessoas”, diz a especialista.

A seguir, algumas ações que a especialista considera prioritárias para cidades como São Paulo se tornarem cada vez mais inteligentes, entendendo a cidade inteligente não apenas pela utilização de tecnologias digitais, mas sim como aquela que promove ações para o desenvolvimento urbano sustentável.

  1. Criação de infraestrutura verde distribuída para melhoria da drenagem, do microclima, da biodiversidade e do acesso a áreas livres – Por conta do alto volume de chuvas, a cidade da Philadelphia teve sua rede de esgoto sobrecarregada, culminando no transbordamento do sistema e afetando os cursos de água, contaminando-os. Frente ao problema, foi criado o projeto “Philadelphia Verde”, com a construção de biovaletas e jardins de chuva, que respeitam o curso natural dos terrenos, conduzindo as águas da chuva para espaços com plantas nativas, formando jardins naturais ricos em biodiversidade, tirando a sobrecarga da rede pública e restabelecendo o ciclo natural hidrológico com a recarga do lençol freático.

  2. Gestão hídrica eficiente – São Paulo também pode aprender com Vancouver como cuidar de seus recursos hídricos. Eleita pela ONU a melhor cidade do mundo em qualidade de vida (2001), Vancouver é rigorosa quanto ao controle e tratamento de águas pluviais e esgotos, controle e restauração de inundações e adotam medidas inovadoras de proteção de bacias hidrográficas. Além de não sofrerem com rios poluídos e crises de abastecimento, seus habitantes encontram fontes de água potável em diversos pontos da cidade.

  3. Utilização de sistemas economizadores de energia e geração de energias a partir de fontes renováveis – Mesmo sem ter tanto sol disponível quanto no Brasil, os painéis solares são comuns na Suécia. Nas cidades de Estocolmo e Malmo o incentivo ao uso de energias alternativas como a solar e a eólica são altos. Em Estocolmo, a meta é que 50% da energia utilizada seja limpa. Metade do lixo domiciliar produzido pelos suecos são utilizados para produzir energia que abastece as cidades. Pelas ruas é comum encontrar lixeiras inteligentes com monitoramento remoto e compactador automático, que funcionam com energia solar. Cada lixeira pode armazenar até 600 litros de resíduos recicláveis, aumentando a eficiência das rotas de recolhimento, racionalizando o uso de combustível e de mão de obra.

  4. Desenvolvimento urbano com foco prioritário nos modais ativos e transporte público – Medellín é um exemplo de centro urbano super populoso como São Paulo. Um dos eixos principais da requalificação da cidade foi a melhoria das condições de mobilidade, através da criação de BRTs e da conexão intermodal. Teleféricos públicos para acesso aos morros foram criados de forma integrada com equipamentos públicos de segurança, educação e cultura. A Prefeitura de Melbourne mobilizou grandes esforços nos últimos anos para aumentar a relevâncias dos modais ativos na cidade e obteve êxito. Em 2008 as bicicletas representavam 9% dos veículos no período de pico na cidade. Em 2017, esse percentual já era de 16% e, hoje, diversas zonas estratégicas da cidade já ultrapassam os 30% de ciclistas.

  5. Produção de alimentos naturais e orgânicos dentro dos centros urbanos | Fazendas Urbanas – Apesar de ser o 3º maior exportador agrícola, o Brasil tem muito a aprender com o aproveitamento da produção de alimentos. Em Copenhagen, aproximadamente 68% das refeições das lanchonetes e instituições têm alimentos orgânicos. Na cidade dinamarquesa, o contato com a alimentação saudável é incentivado pelas criações de Fazendas Urbanas, permitindo a produção de alimentos frescos e promovendo mais contato com a natureza no ambiente urbano. A medida também encurta a distância entre os alimentos e os consumidores e, por consequência, diminui o desperdício e o impacto ambiental de transporte dos alimentos.

  6. Utilização de sistemas de IOT, Big Data e Inteligência Artificial nas gestões públicas e na infraestrutura urbana – As iniciativas de Singapura para melhoria da qualidade de vida de seus habitantes através do uso de tecnologia são uma referência mundial: a cidade ocupa o 2º lugar no ranking de Smart Cities Government na versão 2018/19. Quanto ao trânsito, há sensores por toda a cidade que monitoram o fluxo das vias e esses dados são processados tornando possível prever engarrafamentos 1 hora antes da sua ocorrência. Outro exemplo é o serviço Beeline, que permite que usuários interessados em uma mesma rota possam solicitar serviços de ônibus sob demanda. Dentro da iniciativa Smart Nation, estão sendo implantadas luminárias públicas com reconhecimento facial e análise de vídeo para melhoria da segurança pública. A cidade também está testando veículos autônomos (AVs) como forma de responder à demanda do deslocamento do último trecho do trajeto casa-trabalho.

  7. Transparência de dados e engajamento da sociedade civil com a utilização de Big Data – O portal público London Data Store pode ser considerado umas das principais referências no mundo de como o Big Data é um instrumento poderoso para a educação e o engajamento da população na gestão pública. Nele, a Prefeitura de Londres disponibiliza dados e gráficos sem nenhum filtro, separados por setor (Habitação, Saúde, Meio Ambiente, etc), de forma transparente e automática.

 

Fonte: https://envolverde.cartacapital.com.br/7-exemplos-ao-redor-do-mundo-que-podem-transformar-sao-paulo-em-uma-cidade-inteligente/

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