Capacitação na construção civil: desafios e novos formatos

A necessidade de ampliar e aprimorar a capacitação na construção civil é um problema tão antigo quanto urgente. Afinal, esse é um setor intensivo em mão de obra, que exige conhecimentos técnicos mínimos para garantir que as edificações sejam construídas com qualidade e segurança.

Mais recentemente, diante do mercado aquecido, a falta de profissionais qualificados vem se configurando como uma ameaça ao crescimento do setor e ao sucesso dos negócios. 

Nos grandes centros já é grande a dificuldade para contratar mestres de obra, pedreiros, eletricistas, carpinteiros e engenheiros. 

De acordo com enquete produzida pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) em 2023, 7 em cada 10 construtoras sofrem com a falta de trabalhadores.

Qual é o cenário atual da capacitação na construção civil?

No caso de engenheiros e arquitetos, nota-se um intenso movimento de “juniorização” nas construtoras, com profissionais recém-formados tendo que assumir posições de liderança muito rapidamente.

Isso não seria um problema se eles saíssem das faculdades com uma formação técnica mais sólida. Mas, na prática, não é isso o que ocorre. Há um enorme desafio relacionado a hards e soft skills. Para se ter uma ideia, atualmente existem quase duas mil instituições de ensino superior no país formando arquitetos e engenheiros civis. 

No entanto, é comum, entre as grandes construtoras, haver vagas que demoram para serem preenchidas pela dificuldade de encontrar profissionais qualificados.

A constatação é a de que, nem sempre, quem sai das universidades detém os conhecimentos técnicos e de gestão mínimos demandados pelo mercado. 

As deficiências na formação dos profissionais passam, em boa parte, pela limitada carga horária dos cursos de graduação. Apenas para citar um exemplo, enquanto a Escola Politécnica de Milão (Itália) oferece 7500 horas/aula em sua graduação em arquitetura, no Brasil os cursos disponibilizam somente 3600 horas. 

A legislação ainda permite que 20% desse tempo seja dedicado a estágio e 20% às atividades complementares.

Como fazer capacitação profissional nos novos tempos?

A construção civil é uma indústria em transformação que exige, de seus profissionais, novas habilidades e atualização constante. Nos últimos anos, houve evoluções nas áreas de materiais, sistemas construtivos, equipamentos e normas técnicas. 

Ao mesmo tempo, os projetos de edificações tornaram-se mais complexos e desafiadores, a digitalização chegou aos canteiros de obras e a exigência por eficiência e produtividade tornou-se maior. 

Vale citar, ainda, a cobrança sobre as empresas por práticas relacionadas ao ESG (Environmental, Social and Governance) e à inovação.

Os impactos da falta de capacitação profissional na construção civil

Em todos os níveis, a capacitação profissional é chave para garantir a qualidade dos serviços executados, bem como para proporcionar segurança no local de trabalho e diminuir riscos aos negócios. Mas a capacitação não gera resultados somente para as empresas. Ela também contribui para a ascensão socioeconômica das pessoas.

“Não podemos achar normal um profissional sair da universidade sem as ferramentas mínimas para desenvolver sua carreira. O conhecimento traz oportunidades para as pessoas e para as empresas. 

Ele melhora a empregabilidade, traz mais dignidade aos indivíduos e impacta positivamente toda a comunidade”, destaca Isabel Alexandrino, gerente de relacionamento no CTE enredes.

Novos formatos de ensino: tendências e tecnologias

Em um contexto no qual as mudanças acontecem em ritmo vertiginoso, a forma de ensinar precisa ser diferente. 

“A pressão para adquirir novos conhecimentos, saberes e habilidades está acelerando freneticamente, o que dificulta que os alunos tenham tempo para praticar o suficiente para consolidar o estudado, facilitando o esquecimento”, explica Daniel Luzzi, diretor de aprendizagem da UniCTE e diretor da Cognita Learning Lab.

Segundo ele, a educação deve ir além da transmissão de informação para um aluno passivo. É preciso desenhar ambientes exploratórios, dinâmicos e adaptativos que coloquem o aprendiz no controle da própria aprendizagem. Esse é o chamado smart learning, uma alternativa ao modelo de ensino conteudista tradicional. 

Smart Learning como solução para a capacitação na construção civil

Apontado como a evolução do EaD (ensino à distância), o smart learning visa aumentar o engajamento dos profissionais e a efetividade dos programas de capacitação. 

A ideia é criar ambientes educacionais que permitam construir conhecimentos e habilidades de forma mais personalizada, autodirigida, eficiente e conveniente.

A metodologia leva em consideração o aumento exponencial da pressão sobre as pessoas para a aquisição de novos conhecimentos e habilidades. “Estamos falando de um processo de intoxicação informativa, que satura a capacidade de recepção de conhecimento e incrementa a síndrome da fadiga informativa indutora de ansiedade, cansaço e estresse”, diz Daniel Luzzi.

O educador lembra que as grandes plataformas de educação costumam apresentar taxa de evasão muito alta. Para evitar que isso aconteça, o design deve ser usado como um aliado para a promoção do engajamento, com navegação que diminua a carga cognitiva e acelere a aprendizagem. 

Também é necessário conectar contextos e experiências, conhecimentos, visões e formas de pensar. A informação deve estar a serviço do profissional que precisa utilizá-la para resolver problemas práticos em seu dia a dia.

Capacitação profissional com a UniCTE

Resultado de uma parceria entre a Cognita e o CTE, a UniCTE (Universidade Setorial da Construção) foi estruturada com base nos conceitos mais atuais de educação. 

O objetivo é oferecer uma plataforma digital com trilhas de conhecimento sólidas e inovadoras, destinadas a capacitar os profissionais que atuam nas empresas, bem como os profissionais liberais.

“As trilhas de conhecimento da UniCTE se baseiam em recursos de gamificação e desafios que o aluno precisa superar para chegar a um determinado objetivo. Concluída a missão, o aluno recebe um certificado”, explica Roberto de Souza, CEO do CTE. 

Para as empresas interessadas em levar conteúdo atual e relevante para suas equipes, a UniCTE garante facilidade de gerenciamento pelo gestor de RH, permitindo que ele tenha um mapa do engajamento dos alunos em cada curso.

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