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Inventário de carbono é chave para minimizar os efeitos das mudanças climáticas

15 de julho de 2021

Por Raul Pedri Feldmann e Adriana Hansen, Unidade de Sustentabilidade do CTE

A construção civil é um dos setores de maior impacto ambiental relacionado ao consumo de energia e a emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE). Conforme relatório do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC), o setor é responsável por 36% da demanda energética global e por 39% das emissões de dióxido de carbono relacionados à energia globalmente.

Estima-se que esse efeito possa dobrar ou até mesmo triplicar até 2050, alavancado por países em desenvolvimento com baixo acesso à habitação adequada e à eletricidade.

Crescimento populacional, migração para as cidades, aumento de poder de compra e estilo de vida são fatores que elevarão a demanda energética nas edificações. As distintas formas de geração para suprir esse maior consumo irá determinar as tendências no uso da energia nas edificações e nas emissões de GEE relacionadas. 

Mas o consumo de energia e as emissões de gases de efeito estufa no setor podem se manter constantes ou até mesmo diminuir com a adoção de novas tecnologias, materiais e melhores práticas operacionais. Em outras palavras, as novas edificações, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil, representam tanto um risco quanto uma oportunidade.

Carbono zero

O Acordo de Paris, assinado por 196 países e que entrou em vigor em 4 de novembro de 2016, definiu metas elevadas de redução de emissões de carbono, a fim de estabelecer um limite de aquecimento de 1,5 a 2 graus Celsius comparado a valores pré-industriais.

Para atingir tal meta, a construção civil deve operar, até 2050, em um regime “Carbono Neutro” (Net Zero Carbon). Além disso, as novas construções devem ser Carbono Neutro até 2030.

Atingir este regime de neutralidade não significa eliminar por completo as emissões. A taxa de GEE deve ser compensada para gerar uma contínua neutralização por meio de outras atividades. Isso demandará esforço para atingir um equilíbrio que combine a redução e a remoção de emissões nocivas para o aquecimento global. 

Algumas alternativas relacionadas à construção civil podem contribuir para esse objetivo. Listamos 3 ações de alto impacto a seguir:

  • Energia limpa e eficiente — Preferência a fontes renováveis, incluindo solar e eólica, e adoção de medidas de eficiência como melhorias em equipamentos para redução de consumo.
  • Descarbonização do cimento, aço e plásticos — Estima-se que 10% das emissões globais são decorrentes da alta intensidade de calor necessária para fabricação de cimento e aço.
  • Retrofit — A modernização de edificações existentes para deixá-las mais eficientes tem potencial significativo de redução de emissões relacionadas ao consumo de energia elétrica.

Embora a redução de emissões seja fundamental, ela não é suficiente para atingir a meta de Carbono Neutro. Ações que promovam o reflorestamento e o aumento da capacidade do solo para captar carbono também devem ser adotadas porque geram impactos relevantes.

Empreendimentos imobiliários que possuam áreas para plantio ou optem por recuperar regiões em seu entorno podem contribuir para a captação de carbono, reduzindo as emissões totais, além de promover o bem-estar da sociedade afetada pelo empreendimento.

Buscar a meta de Carbono Neutro na construção deve fazer parte da política de fundos, incorporadoras e construtoras, e é um tema urgente para aquelas que se posicionam com metas de ESG (Environmental, Social, and Corporate Governance). O conceito de ESG tem impacto cada vez mais forte na decisão de investidores que estão mais conscientes da sua capacidade de moldar a realidade.

A importância do inventário

Para atingir a meta de Carbono Neutro, o primeiro passo a ser dado é medir e conhecer as emissões de carbono. A partir desses estudos, é possível estabelecer estratégias, planos e metas para a gestão consciente dos gases de efeito estufa.

O inventário de carbono, além de demonstrar a responsabilidade da empresa com a resolução de problemas que afligem a sociedade, confere transparência e possibilita atrair novos investimentos ou até mesmo planejar processos que garantam mais eficiência.

Atualmente, um dos principais desafios na construção civil é a gestão das emissões indiretas relacionadas principalmente aos materiais (contemplando desde suas características físico-químicas até o consumo de energia para a sua produção).

Mesmo que não sejam realizadas pela própria empresa, essas emissões contribuem de forma significativa para o impacto do setor e precisam ser gerenciadas e reduzidas. Atualmente, algumas companhias passaram a exigir de seus fornecedores inventários de emissões de GEE. A ideia é conhecer todas as atividades que impactam a sustentabilidade do negócio e promover melhorias entre os fornecedores, minimizando os riscos e promovendo transparência.

Realizar o inventário de carbono é um caminho sem volta para a construção civil. É inventariando que se conhece o impacto e que se criam planos efetivos para minimizar as mudanças climáticas e todos os efeitos negativos que ela pode ocasionar à sociedade e ao meio ambiente. 

O CTE pode te ajudar nesse processo inventariando o carbono de suas atividades corporativas e de suas obras. Para mais informações, contate-nos comercialsus@cte.com.br 

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