A redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) está na agenda global, como mostrou as discussões recentes durante a COP-26, a 26ª conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas, realizada em Glasgow, Escócia.
Após intensas negociações, o grupo de países estabeleceu o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 °C. Para tanto, haverá a necessidade de reduzir globalmente as emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030, na comparação com 2010.
Além disso, a neutralidade de liberação de CO₂ deverá ser atingida até 2050, quando as emissões deverão ser totalmente compensadas por reflorestamento e tecnologias de captura de carbono da atmosfera.
O papel da indústria da construção civil
A atuação da cadeia da construção será decisiva para que essas metas sejam atingidas, uma vez que o setor é um dos maiores responsáveis pela emissão de gases do efeito estufa no planeta.
Na França, por exemplo, calcula-se que 25% das emissões tenham origem na construção. No Brasil, estima-se que a atividade de construir responda por um terço das emissões totais do país.
Um dos pontos críticos quando se considera a pegada de carbono setorial é a origem dos componentes. Os principais materiais usados na execução de edificações são importantes geradores de emissões. A indústria do aço, por exemplo, produz mais de 30% das emissões de carbono originadas no setor industrial brasileiro. O cimento gera quase 20% das emissões totais da indústria.
Além disso, o processo construtivo, especialmente o mais tradicional, exerce grande impacto no meio ambiente, desde a preparação do terreno até a finalização da obra. Entre outros danos, ele promove alterações no solo, gera uma quantidade absurda de resíduos, exige o transporte de materiais ao canteiro e utiliza equipamentos emissores de poluentes.
A etapa de operação das edificações também responde por muitas emissões. Isso se deve especialmente porque a maioria das edificações não utiliza a energia de forma eficiente, lembrando que a produção de eletricidade é causa significativa de emissões de gases do efeito estufa.
O inventário de carbono
A boa notícia é que há muitas e diversas oportunidades para o setor da construção reduzir sua pegada de carbono. As estratégias devem começar ainda na etapa de concepção dos empreendimentos, com a adição de soluções de projeto mais sustentáveis.
Elas passam, ainda, pela especificação de materiais que resultem em menor impacto ambiental ao longo do seu ciclo de vida e pela reutilização ou reciclagem dos resíduos nas obras.
Outras ações bem-vindas são privilegiar fornecedores situados próximos ao local da obra, utilizar sistemas construtivos industrializados, buscar certificações ambientais que atestem a eficiência dos edifícios, e implantar mecanismos para compensação das emissões.
Isso pode se dar, por exemplo, por meio do emprego de fontes de energias renováveis ou pelo estímulo à fixação do CO₂ via plantio de vegetação nativa.
Os inventários de emissões de GEE, também conhecidos como inventários de carbono, são ferramentas importantes nesse contexto, por permitirem calcular com exatidão o volume de carbono produzido em cada etapa da construção. A partir deste estudo, é possível definir uma série de medidas mitigadoras, de maneira a reduzir impactos e compensar as emissões.
O CTE tem atuado na quantificação das emissões de gases do efeito estufa das atividades corporativas e de construção, seguindo normas e metodologias internacionais como a ABNT NBR ISO 14.064:2007, os IPCC Guidelines e o GHG Protocol.
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