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Traffic calming é estratégia para harmonizar fluxo de carros e pedestres

11 de março de 2022

Desde a década de 1960, cidades europeias vêm incorporando transformações viárias para equilibrar a relação entre veículos e pedestres. De lá para cá, países como Estados Unidos e Austrália também passaram a promover a reconfiguração de áreas importantes do tecido urbano, utilizando distintas combinações de elementos para reduzir o tráfego automobilístico e privilegiar as pessoas e o ambiente.

No Brasil, cidades como Rio de Janeiro e Belo Horizonte também já experimentaram mudanças a partir dos conceitos relacionados ao traffic calming (ou moderação do tráfego, em inglês). O objetivo é reduzir o número de atropelamentos e requalificar o acesso de pedestres e ciclistas a determinadas zonas. 

Não se trata apenas de aumentar a segurança no trânsito, mas também de promover benefícios socioambientais mais amplos, reduzindo o impacto do carro no meio ambiente e trazendo qualidade de vida para as pessoas nas cidades.  

Uma das primeiras cidades a colocar esse pensamento em prática foi Delft, na Holanda. Ali os planejadores urbanos se deram conta de que a requalificação da cidade não dependia apenas de melhorias na habitação. A qualidade de vida também passava pela relação dos moradores com a cidade, usualmente dominada pelos carros. 

Um dos aspectos centrais do plano inicial era implementar estratégias para reduzir a velocidade dos automóveis, estabelecendo os chamados woonerven (áreas residenciais, em holandês). Tratam-se de ruas concebidas para que as pessoas e os veículos possam conviver de maneira mais harmônica.

VELOCIDADE REDUZIDA

As medidas relacionadas ao traffic calming envolvem ações educativas, regulamentação, fiscalização e intervenções viárias. Uma das ações iniciais é promover mudanças legislativas e reduzir a velocidade máxima nas vias que sofrerão intervenção. 

Estudos realizados pela Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) em 2013 demonstraram que a velocidade média de tráfego está diretamente relacionada à quantidade e à gravidade dos atropelamentos. A redução do limite de velocidade também gera importantes benefícios socioambientais, como a diminuição da poluição sonora e do ar. 

Nesse sentido, a certificação LEED for Communities, que visa à promoção de projetos urbanos sustentáveis, estipula a velocidade de 15 Km/h para as vias serem consideradas seguras, mesmo sem faixas exclusivas separando os carros das pessoas.

Quando o foco é redução de velocidade, soluções bastante conhecidas são as inserção de lombadas, lombofaixas, mini-rotatórias com faixa de pedestre, chicanes, entre outras.

Além da restrição de velocidade, outra estratégia para tornar o trânsito mais amigável se baseia  no controle  do volume de automóveis em determinada região. Combinadas e encadeadas, tais medidas abrem a possibilidade de transformações urbanas, visto que resgatam parte das vias para uso exclusivo dos pedestres.

Entre essas ações, podemos citar o fechamento de vias para automóveis (aberta somente para pedestres e ciclistas); construção de canalizações diagonais (diminuindo a largura do leito carroçável); e o fechamento total ou parcial de vias.

PLANEJAMENTO URBANO E URBANISMO TÁTICO

A reconfiguração de áreas da cidade a partir dos conceitos relacionados ao traffic calming deve considerar que o processo acarretará transformações mais amplas, com impacto em outras regiões. O planejamento exige considerar a acomodação de rotas de fluxo, a restrição à circulação de veículos de emergência e o isolamento de vias.

Tal planejamento pode ser feito da forma tradicional, envolvendo legislação, projetos de engenharia urbana e construção civil. Ele também pode ser dar através do Urbanismo Tático, prática inovadora de readequação do espaço viário mobilizada pelos seus usuários, através de elementos leves, às vezes, temporários.

Além de uma convivência mais harmoniosa entre pedestres e veículos, a requalificação urbana propiciada pelo traffic calming tem impactos positivos no comércio, na circulação de pessoas por áreas antes degradadas, na segurança de ciclistas e no embelezamento paisagístico de áreas urbanas.

O CTE, através de sua unidade Smart Cities, atua em projetos de escala urbana e de infraestrutura com consultoria técnica nas áreas de sustentabilidade, tecnologia, inteligência e inovação. Abordamos o desenvolvimento urbano considerando conectividade, pedestrianismo, conforto ambiental, biodiversidade, eficiência energética, conservação hídrica, gestão de resíduos, materiais sustentáveis, governança e desenvolvimento local da  conceituação à construção e operação. Entre em contato para falarmos mais a respeito!

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