Você sabia que o sistema construtivo em paredes de concreto viabiliza a execução de empreendimentos tanto de interesse social quanto de grande altura e elevadíssimo padrão?
E que as construtoras que executam suas primeiras obras com esse sistema construtivo precisam de uma verificação técnica de terceira parte para obter financiamento da Caixa Econômica Federal?
Com essa exigência, o objetivo do banco é garantir que sejam adotados controles e procedimentos que garantam o pleno atendimento à NBR 16055, norma técnica que estabelece os requisitos mínimos a serem atendidos pelas paredes de concreto moldadas in loco.
O que é a NBR 16055?
A ABNT NBR 16055/2022: Parede de concreto moldada no local para a construção de edificações — Requisitos e procedimentos é a principal referência técnica a ser seguida por quem utiliza essa tecnologia construtiva.
Ela estabelece os requisitos básicos para o sistema construtivo de paredes de concreto moldadas in loco, com formas removíveis e armaduras distribuídas em toda a parede.
Essas armaduras podem ser tanto barras e fios de aço ou telas de aço soldadas. A norma se aplica a edificações de modo geral, independente do número de pavimentos.
Publicada em 2012, a NBR 16055 passou por revisão quando completou dez anos de existência. Essa atualização foi necessária em função da utilização mais ampla desse sistema construtivo e da necessidade de incorporar conceitos relativos ao controle da retração, novos materiais, análise técnica de projeto, entre outros.
Uma das mudanças trazidas pela versão de 2022 da norma foi o uso de concreto reforçado com fibras em edifícios simplificados, ou seja, aqueles com até cinco pavimentos e com lajes de vão livre principal de, no máximo, de 4 metros.
A adição de fibras simplifica a execução, abreviando cronogramas e reduzindo a necessidade de mão de obra dedicada.
O que é o sistema construtivo de paredes de concreto?
Diferente do que acontece em estruturas convencionais, com pilares, vigas e paredes de alvenaria, nas paredes de concreto, a estrutura e a vedação são formadas por um único elemento de concreto moldado in loco em formas metálicas, de madeira ou de plástico.
Associada a elevado grau de racionalização e velocidade de execução, essa tecnologia é indicada para empreendimentos com algum grau de repetitividade. Por isso, as paredes de concreto são amplamente utilizadas na construção habitações de interesse social.
Mais recentemente, essa solução passou a ser utilizada, também, na construção de edifícios altos. Em Balneário Camboriú, SC, por exemplo, há exemplos com mais de 200 m de altura, como o Boreal Tower (com entrega prevista para o primeiro semestre de 2025) e o Sapphire Tower (com entrega prevista para 2027).
Por que construir com paredes de concreto?
Segundo dados da Caixa Econômica Federal, as paredes de concreto moldadas no local da obra têm prevalecido no programa Minha Casa Minha Vida, representando 60% das unidades executadas.
O interesse dos construtores por essa tecnologia se explica, principalmente, pelo potencial de elevação da produtividade, em função da execução da estrutura e das vedações verticais em uma única etapa.
Alguns construtores relatam ser possível construir até três vezes mais rápido com esse sistema, em comparação ao método com pilares, vigas e vedação vertical no fechamento da fachada.
Outras vantagens atribuídas às paredes de concreto são a redução de geração de resíduos e a diminuição de mão de obra, em comparação à execução tradicional.
Vale ressaltar que essa é uma característica bastante importante em uma época marcada pela escassez de trabalhadores qualificados.
Por que as construtoras devem atender a NBR 16055?
O atendimento às normas técnicas está previsto na legislação brasileira. Segundo o Código de Defesa do Consumidor, é vedado ao fornecedor colocar qualquer produto ou serviço no mercado em desacordo com as normas técnicas expedidas por órgãos oficiais competentes.
Isso significa que o não atendimento à NBR 16055 pode motivar uma série de riscos jurídicos e financeiros à construtora. Mas não é só isso.
Em especial no caso das paredes de concreto, que é um sistema construtivo com elementos de inovação tecnológica, o atendimento aos requisitos da norma é uma exigência da Caixa Econômica Federal, o principal agente financiador da construção de habitação popular no Brasil.
Para comprovar o atendimento aos requisitos da norma, bem como o atingimento da vida útil de projeto (VUP), as construtoras precisam recorrer a uma avaliação técnica independente, responsável pelo acompanhamento e monitoramento técnico de toda a obra.
Após o acompanhamento presencial das atividades no canteiro, essa consultoria, que precisa ser idônea e ter capacidade técnica comprovada, pode atestar o atendimento aos critérios objetivos e específicos estabelecidos.
Como garantir pleno atendimento à norma de paredes de concreto?
O CTE é uma das empresas reconhecidas pela Caixa Econômica Federal para a realização do monitoramento da execução de obras com paredes de concreto moldado in loco. A consultoria, realizada em obras de diferentes portes e de todo o país, envolve:
- Desenvolvimento de plano de monitoramento — Visa identificar detalhadamente os procedimentos a serem adotados nas diversas etapas da obra, segundo as características do sistema e as peculiaridades do empreendimento. Elaborado tomando como base a NBR 16055, o Plano apresenta as diretrizes para verificação da qualidade e conformidade do sistema construtivo, incluindo fundações, elevações, esquadrias, cobertura, instalações, acabamentos, impermeabilizações, etc.
- Realização de visitas técnicas mensais de avaliação — Por meio de visitas técnicas presenciais, são avaliadas a conformidade dos componentes e materiais empregados, a qualidade dos serviços executados na obra e a documentação elaborada. O resultado é consolidado em relatórios técnicos mensais.
Ficou interessado em saber mais sobre esse serviço? Entre em contato com nossa especialista, Thamires Aires, através do e-mail taires@cte.com.br.
Além de monitoramento para obras com paredes de concreto, o CTE oferece um conjunto de soluções para minimizar riscos e otimizar a gestão de prazos, de custos e da qualidade, garantindo a entrega de projetos e obras de alto padrão e valor agregado.
