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Como a construção industrializada pode ajudar a solucionar o deficit habitacional brasileiro?

22 de outubro de 2020

Uma pesquisa divulgada recentemente pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) revela que o deficit habitacional no Brasil chegou a 7,79 milhões de moradias em 2019. Ainda que tenha sido registrada uma queda de 1,5% nesse índice, no período entre 2017 e 2019, o número reflete a importância de haver políticas públicas consistentes para expansão da habitação popular no país.

O trabalho indica uma demanda de 30,7 milhões de residências até 2030, considerando o crescimento médio de 3% na formação de novas famílias. Destaque para a faixa de renda entre 3 e 10 salários mínimos, que precisará de 14,4 milhões de residências, e para as famílias com renda de até três salários mínimos, que vão exigir a construção de 13 milhões de novos domicílios.

Como você pode perceber, o desafio é enorme, ainda mais se considerarmos que a habitação não se restringe apenas à casa ou apartamento. Além de envolver uma edificação confortável, segura e salubre, a moradia popular não pode prescindir de serviços urbanos (transporte público e abastecimento de água e esgoto, por exemplo), infraestrutura urbana (rede de esgoto, iluminação e comunicação) e equipamentos sociais.

COMO FECHAR ESSA CONTA?

Viabilizar a construção de um grande volume de edificações com qualidade, custo e segurança é um objetivo que não pode ser superado com os métodos construtivos convencionais e artesanais, responsáveis por grandes taxas de desperdício de tempo e de recursos humanos e materiais.

Isso coloca em ênfase os sistemas construtivos industrializados, muito mais eficientes no atendimento ao tripé velocidade-qualidade-custo. No Brasil, entre as soluções disponíveis, podemos citar o wood frame, o steel frame, e as paredes de concreto. Em comum todos esses sistemas buscam, a padronização, racionalização dos materiais e otimização da mão de obra.

CONSTRUÇÃO OFF-SITE

Especialmente os sistemas modulares off-site são capazes de responder de forma rápida e econômica a intensa demanda por habitações populares. Estamos nos referindo a habitações cujos componentes (paredes, lajes, etc) são produzidos em fábrica, em máquinas de alta precisão, após um processo de planejamento e compatibilização rigoroso apoiado pelo BIM (Building Information Modeling). Uma vez prontos, esses elementos são transportados para os canteiros de obra para montagem e acabamento.

Figura 1 – Foto da fábrica TECVERDE. A empresa usa painéis em wood frame como principal matéria prima. (Fonte Site Tecverde)

Projetos de construção off-site podem ter um custo global mais competitivo em função dos ganhos de produtividade intrínsecos à produção industrial em série. Apenas para citar uma referência, o estudo “Reinventing Construction: A route to higher productivity”, da McKinsey, mostrou que a construção modular off-site pode reduzir em pelo menos 50% os prazos de obra e em 20% os custos de construção.

CASOS CONCRETOS

Em Londrina (PR), o residencial Flor de Lótus, é um case de habitação popular que utilizou a construção off-site. Com 288 unidades, o empreendimento enquadrado no Programa Minha Casa Minha Vida é resultado de uma parceria entre Tecverde e Prestes Construtora e Incorporadora. Segundo Felippe Spinello, diretor-executivo de operações na Prestes, o preço dos apartamentos é o mais baixo da região, o que foi possível graças a ganhos como a redução de 30% do efetivo alocado no canteiro, além do maior controle sobre os custos.

Figura 2 – Projeto Residencial Flor de Lótus (fonte: Prestes Construtora)

Quem também realiza movimentações interessantes rumo à construção off-site é a Tenda, um dos principais players no segmento econômico. A construtora acaba de anunciar que está apostando nos projetos construídos fora do canteiro com foco na viabilização de produtos para as famílias que adquirem seu primeiro imóvel pelo Programa Casa Verde e Amarela (PCVA).

“O mercado de habitação popular brasileiro tem um tamanho expressivo e aceita bem a padronização de tipologias. Esses dois componentes são muito importantes para viabilizar uma operação industrial de larga escala e com ganhos de produtividade”, afirmou Rodrigo Osmo, CEO da Tenda, em comunicado à imprensa.

A Unidade do CTE de Inovação & Tecnologia apoia diversos agentes do setor da construção na adoção de inovações aplicáveis a produtos ou a processos empresariais. O objetivo é otimizar os resultados com foco na produtividade, inovação, redução de custo, competitividade e industrialização. Entre em contato para saber mais.

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