Uma pesquisa divulgada recentemente pela Associação Brasileira de
Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) revela que o
deficit habitacional no Brasil chegou a 7,79 milhões de moradias em 2019. Ainda
que tenha sido registrada uma queda de 1,5% nesse índice, no período entre 2017
e 2019, o número reflete a importância de haver políticas públicas consistentes
para expansão da habitação popular no país.
O trabalho indica uma demanda de 30,7 milhões de residências até 2030,
considerando o crescimento médio de 3% na formação de novas famílias. Destaque
para a faixa de renda entre 3 e 10 salários mínimos, que precisará de 14,4
milhões de residências, e para as famílias com renda de até três salários
mínimos, que vão exigir a construção de 13 milhões de novos domicílios.
Como você pode perceber, o desafio é enorme, ainda mais se
considerarmos que a habitação não se restringe apenas à casa ou apartamento.
Além de envolver uma edificação confortável, segura e salubre, a moradia
popular não pode prescindir de serviços urbanos (transporte público e
abastecimento de água e esgoto, por exemplo), infraestrutura urbana (rede de
esgoto, iluminação e comunicação) e equipamentos sociais.
COMO FECHAR ESSA
CONTA?
Viabilizar a construção de um grande volume de edificações com
qualidade, custo e segurança é um objetivo que não pode ser superado com os
métodos construtivos convencionais e artesanais, responsáveis por grandes taxas
de desperdício de tempo e de recursos humanos e materiais.
Isso coloca em ênfase os sistemas construtivos industrializados, muito
mais eficientes no atendimento ao tripé velocidade-qualidade-custo. No Brasil,
entre as soluções disponíveis, podemos citar o wood frame, o steel frame, e as
paredes de concreto. Em comum todos esses sistemas buscam, a padronização,
racionalização dos materiais e otimização da mão de obra.
CONSTRUÇÃO OFF-SITE
Especialmente os sistemas modulares off-site são capazes de responder de forma rápida e econômica a intensa demanda por habitações populares. Estamos nos referindo a habitações cujos componentes (paredes, lajes, etc) são produzidos em fábrica, em máquinas de alta precisão, após um processo de planejamento e compatibilização rigoroso apoiado pelo BIM (Building Information Modeling). Uma vez prontos, esses elementos são transportados para os canteiros de obra para montagem e acabamento.
Projetos de construção off-site podem ter um custo global mais competitivo
em função dos ganhos de produtividade intrínsecos à produção industrial em
série. Apenas para citar uma referência, o estudo “Reinventing Construction: A route to higher
productivity”, da McKinsey, mostrou que a construção modular off-site
pode reduzir em pelo menos 50% os prazos de obra e em 20% os custos de
construção.
CASOS CONCRETOS
Em Londrina (PR), o residencial Flor de Lótus, é um case de habitação popular que utilizou a construção off-site. Com 288 unidades, o empreendimento enquadrado no Programa Minha Casa Minha Vida é resultado de uma parceria entre Tecverde e Prestes Construtora e Incorporadora. Segundo Felippe Spinello, diretor-executivo de operações na Prestes, o preço dos apartamentos é o mais baixo da região, o que foi possível graças a ganhos como a redução de 30% do efetivo alocado no canteiro, além do maior controle sobre os custos.
Quem também realiza movimentações interessantes rumo à construção
off-site é a Tenda, um dos principais players
no segmento econômico. A construtora acaba de anunciar que está apostando nos
projetos construídos fora do canteiro com foco na viabilização de produtos para
as famílias que adquirem seu primeiro imóvel pelo Programa Casa Verde e Amarela
(PCVA).
“O mercado de habitação popular brasileiro tem um tamanho expressivo e
aceita bem a padronização de tipologias. Esses dois componentes são muito
importantes para viabilizar uma operação industrial de larga escala e com
ganhos de produtividade”, afirmou Rodrigo Osmo, CEO da Tenda, em comunicado à
imprensa.
A Unidade do CTE de Inovação & Tecnologia apoia diversos agentes do setor da
construção na adoção de inovações aplicáveis a produtos ou a processos empresariais.
O objetivo é otimizar os resultados com foco na produtividade, inovação,
redução de custo, competitividade e industrialização. Entre em contato para saber mais.
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