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Agenda da construção para 2022

13 de dezembro de 2021

Iniciamos o ano de 2021 com a economia brasileira trabalhando com uma taxa de juros de 2% e devemos terminar o ano com uma taxa de 9,25%. Em paralelo a inflação disparou, ultrapassando os 10%, nos últimos 12 meses, com impactos negativos no poder aquisitivo dos consumidores.

No setor da construção, os custos de materiais e o INCC – Índice Nacional de Custo de Construção – ultrapassaram em muito as expectativas, elevando o custo das obras e o preço final dos imóveis.

Criou-se uma combinação explosiva e perigosa: queda do poder aquisitivo e juros altos de um lado, e de outro aumento dos preços dos imóveis. Sinônimo de retração do mercado.

Esse cenário macroeconômico e setorial, tem feito com que as empresas incorporadoras e construtoras reflitam e redefinam seus planos de negócios para 2022, e adotem algumas estratégias para manter sua competitividade e seu crescimento sustentável no mercado.

Para contribuir com esse reposicionamento, ressaltam-se alguns pontos que podem contribuir para a elaboração da Agenda da Construção para 2022.

Foco em planejamento e gestão — A expectativa é a de que, mesmo com a mudança no cenário econômico, o volume de negócios imobiliários continue crescendo, e os preços finais dos imóveis continuem pressionados pelo aumento dos custos dos terrenos, custos de materiais e de mão de obra. O mercado vai se restringir, porém as exigências dos clientes tendem a se elevar e a competição entre as empresas ficará mais acirrada. Nesse cenário, as empresas que tiverem foco em orçamentos realistas, planejamento Lean de suas obras, metodologias ágeis de gestão e controles que assegurem o cumprimento de prazos e custos, terão seus riscos minimizados.

Foco na qualidade e no atendimento à norma de desempenho — O aumento do volume de obras e a baixa qualificação profissional, serão fatores de pressão sobre a qualidade das obras, a gestão dos processos e o atendimento ao desempenho das edificações. Por isso recomenda-se o foco na capacitação de mão de obra, atendimento rigoroso à norma de desemprenho e demais normas técnicas e implementação de sistemas de gestão da qualidade consistentes que permitam garantir a qualidade e o desempenho dos empreendimentos.

Foco no ESG e na sustentabilidade — Os fundos de investimentos e os bancos, cada vez mais, vão priorizar as empresas que incorporem em sua gestão os princípios e práticas de responsabilidade ambiental, social e governança. A sustentabilidade e a certificação dos empreendimentos, tendem a ser valorizadas nesse cenário. Recomenda-se fortemente o engajamento das empresas da construção na jornada ESG, assim como a adoção de certificações e diretrizes de sustentabilidade nos seus empreendimentos.

Foco na industrialização — Os sistemas construtivos convencionais não serão capazes de atender aos índices de produtividade e eficiência exigidos por um mercado aquecido. A industrialização por componentes e a construção off-site, tendem a assumir um papel relevante para o aumento da produtividade das construtoras. Recomenda-se que as empresas, abram espaço para pesquisas e estudos de viabilidade, visando a adoção de novas tecnologias construtivas, hoje já disponíveis no mercado.

Foco na transformação digital — O movimento de adoção de tecnologias digitais pelas empresas da construção foi intensificado e agilizado pela pandemia, especialmente nos processos de marketing, vendas e contratos digitais, na implantação do BIM no desenvolvimento de projetos e na implementação de várias tecnologias nos canteiros de obras.  A demanda por soluções digitais deve permanecer em alta em 2022. Recomenda-se que as empresas se familiarizem e tenham acesso a essas tecnologias digitais e ingressem no movimento de transformação digital já em curso no setor.

Foco na inovação — Cada vez mais, a inovação e as startups adquirem protagonismo, ao apoiar o desenvolvimento de novos produtos, melhorar processos, e criar modelos de negócios inovadores. Recomenda-se que as empresas implementem programas de inovação aberta e se aproximem dos ecossistemas de inovação setorial e das startups, com o objetivo de mudar o mindset, se reinventar e gerar resultados para o seu negócio.

Roberto de Souza

Roberto de Souza

CEO do CTE

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