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Conheça as exigências da Norma de Desempenho para as residências

7 de maio de 2024

Uma das principais referências técnicas para o projeto e a construção habitacional no Brasil, a Norma de Desempenho (ABNT NBR 15.575) cumpre um papel importante ao estabelecer requisitos mínimos de segurança, habitabilidade e sustentabilidade para casas e apartamentos.

O que é a Norma de Desempenho?

A ABNT NBR 15.575 Edificações habitacionais – Desempenho tem foco nos requisitos do usuário para edificações habitacionais unifamiliares e multifamiliares. Ela estabelece os requisitos e critérios de desempenho que devem ser atendidos pelas habitações.  

 O texto teve sua primeira edição publicada em 2008. Mas a norma só passou a ser aplicada, efetivamente, a partir de sua quarta edição, em 2013. Em 2021 o texto foi revisado parcialmente. Mais recentemente, em 2024, foi publicada a sexta edição da parte 1 da Norma.

Qual é a importância da Norma de Desempenho?

Norma de Desempenho

Em sintonia com o Código de Defesa do Consumidor, a Norma de Desempenho define a incumbência de cada agente envolvido na produção de uma moradia, incluindo incorporadores, projetistas, construtores e fornecedores de materiais. 

O texto frisa, inclusive, o papel de usuários e administradores do imóvel quanto à manutenção. A Norma de Desempenho indica o comportamento que um edifício ou sistema deve atingir quando em uso, não importando o método de construção. 

Ao informar o desempenho a ser atingido, sem prescrever os materiais a serem utilizados, a norma estimula a inovação, permitindo a utilização de novas tecnologias e apresentando parâmetros para que elas sejam comparadas com as soluções tradicionais.

Outro avanço é o conceito de Vida Útil de Projeto (VUP), que se refere ao período de tempo estimado em que um sistema construtivo é projetado para manter o desempenho adequado, desde que feitas todas as manutenções e garantidas as condições de uso.

Como é a estruturação da NBR 15.575?

A Norma de Desempenho é dividida em seis partes:

  • Parte 1: Requisitos gerais
  • Parte 2: Sistemas estruturais
  • Parte 3: Sistemas de pisos
  • Parte 4: Sistemas de vedações verticais internas e externas
  • Parte 5: Sistemas de coberturas
  • Parte 6: Sistemas hidrossanitários

A parte 1 estabelece os princípios fundamentais que norteiam toda a norma e fornece a base para a aplicação dos requisitos específicos presentes nos demais capítulos.

Quais são as exigências da NBR 15.575?

Bastante ampla, a Norma de Desempenho traz uma série de exigências agrupadas em três grupos: segurança, habitabilidade e sustentabilidade. Para cada um deles há subcategorias com requisitos a serem atendidos, como detalhado na tabela a seguir:

  • Categoria: Segurança
    • Subcategoria: Requisitos
      • Segurança
      • Desempenho estrutural
      • Estabilidade e resistência do sistema estrutural e demais elementos com função estrutural
      • Deformações ou estados de fissura do sistema estrutural
      • Impactos de corpo mole e corpo duro
      • Estabilidade e resistência estrutural de pisos
      • Limitação dos deslocamentos verticais em pisos
      • Resistência a impactos de corpo mole e corpo duro em pisos
      • Cargas verticais concentradas em pisos
      • Estabilidade e resistência estrutural dos sistemas de vedação internos e externos
      • Deslocamentos, fissuras e ocorrência de falhas nos sistemas de vedações verticais internas e externas
      • Impacto de corpo mole nos sistemas de vedações verticais internas e externas, com ou sem função estrutural
      • Ações transmitidas por portas
      • Impacto de corpo duro incidente nos sistemas de vedações verticais internas e externas, com ou sem função estrutural
      • Cargas de ocupação incidentes em guarda-corpos e parapeitos de janelas
  • Categoria: Resistência e deformabilidade para coberturas
    • Subcategoria: Requisitos
      • Solicitações de montagem ou manutenção para coberturas
      • Solicitações dinâmicas em sistemas de coberturas e em coberturas-terraço acessíveis aos usuários
      • Solicitações em forros
      • Ação do granizo e outras cargas acidentais em telhados
  • Categoria: Segurança contra incêndio
    • Subcategoria: Requisitos
      • Dificultar o princípio do incêndio
      • Facilitar a fuga em situação de incêndio
      • Dificultar a inflamação generalizada
      • Dificultar a propagação do incêndio
      • Segurança estrutural em situação de incêndio
      • Sistema de extinção e sinalização de incêndio
      • Dificultar a ocorrência da inflamação generalizada em pisos
      • Dificultar a propagação do incêndio, da fumaça em pisos e preservar a estabilidade estrutural da edificação
      • Dificultar a ocorrência da inflamação generalizada em sistemas de vedações verticais internas e externas
      • Dificultar a propagação do incêndio em sistemas de vedações verticais internas e externas e preservar a estabilidade estrutural da edificação
  • Categoria: Reação ao fogo dos materiais de revestimento e acabamento de sistemas de coberturas
    • Subcategoria: Requisitos
      • Resistência ao fogo do sistema de cobertura
      • Combate a incêndio com água
      • Combate a incêndio com extintores
      • Evitar propagação de chamas entre pavimentos em sistemas hidrossanitários
  • Categoria: Segurança no uso e operação
    • Subcategoria: Requisitos
      • Segurança na utilização do imóvel
      • Segurança nas instalações
      • Coeficiente de atrito da camada de acabamento de pisos
      • Segurança na circulação em pisos
      • Segurança no contato direto com pisos
      • Integridade do sistema de cobertura
      • Manutenção e operação do sistema de cobertura
      • Risco de choques elétricos e queimaduras em sistemas de equipamentos de aquecimento e em eletrodomésticos ou eletroeletrônicos
      • Risco de explosão, queimaduras ou intoxicação por gás
      • Permitir utilização segura de sistemas hidrossanitários
      • Temperatura de utilização da água
      • Habitabilidade
  • Categoria: Estanqueidade
    • Subcategoria: Requisitos
      • Estanqueidade a fontes de umidade externas à edificação
      • Estanqueidade a fontes de umidade internas à edificação
      • Estanqueidade de sistema de pisos em contato com a umidade ascendente
      • Estanqueidade de sistemas de pisos de áreas molháveis da habitação
      • Estanqueidade de sistemas de pisos de áreas molhadas
      • Infiltração de água nos sistemas de vedações verticais externas (fachadas)
      • Umidade nas vedações verticais externas e internas decorrente da ocupação do imóvel
      • Condições de salubridade no ambiente habitável para os sistemas de cobertura
      • Estanqueidade das instalações dos sistemas hidrossanitários de água fria e água quente
      • Estanqueidade das instalações dos sistemas de esgoto e de águas pluviais.
  • Categoria: Desempenho térmico
    • Subcategoria: Requisitos
      • Desempenho térmico da envoltória
      • Desempenho térmico dos sistemas de vedações verticais externas
      • Desempenho térmico de coberturas
  • Categoria: Desempenho acústico
    • Subcategoria: Requisitos
      • Isolamento acústico de vedações externas
      • Isolamento acústico entre ambientes
      • Isolamento a ruídos de impactos
  • Categoria: Desempenho lumínico
    • Subcategoria: Requisitos
      • Iluminação natural
      • Iluminação artificial
  • Categoria: Saúde, higiene e qualidade do ar
    • Subcategoria: Requisitos
      • Proliferação de microorganismos
      • Poluentes na atmosfera interna à habitação
      • Poluentes no ambiente de garagem
      • Contaminação da água a partir dos componentes das instalações hidrossanitárias
      • Contaminação biológica da água no sistema de água potável
      • Contaminação da água potável do sistema predial
      • Contaminação por refluxo de água
      • Ausência de odores provenientes da instalação de esgoto
      • Contaminação do ar ambiente pelos equipamentos
  • Categoria: Funcionalidade e acessibilidade
    • Subcategoria: Requisitos
      • Altura mínima de pé-direito
      • Disponibilidade mínima de espaços para uso e operação da habitação
      • Adequação para pessoas com deficiências físicas ou pessoas com mobilidade reduzida
      • Possibilidade de ampliação da unidade habitacional
      • Sistema de pisos para pessoas portadoras de deficiência física ou pessoas com mobilidade reduzida
  • Categoria: Manutenibilidade
    • Subcategoria: Requisitos
      • Manutenibilidade do edifício e de seus sistemas
      • Manutenção do sistema estrutural
      • Manutenibilidade dos sistemas de vedações verticais internas e externas
      • Manutenibilidade das instalações hidráulicas, de esgotos e de águas pluviais
  • Categoria: Adequação ambiental
    • Subcategoria: Requisitos
      • Projeto e implantação de empreendimento
      • Seleção e consumo de materiais
      • Utilização e reuso de água
      • Consumo de energia no uso e ocupação da habitação
      • Uso racional da água
      • Contaminação do solo e do lençol freático

Como implementar a Norma de Desempenho?

Norma de Desempenho

Se por um lado a ABNT NBR 15.575 representa uma evolução importante com relação à qualidade das edificações, por outro, ela exige mobilização e esforço por parte das empresas para a adequação de processos. 

Os impactos são sentidos desde a fase de projetos, à assistência técnica, passando por toda a etapa de construção. A Norma exigiu que, até mesmo as empresas que já detinham processos consolidados de qualidade e desempenho tivessem que melhorar seus controles. 

Esse é o caso da MPD Engenharia, que viu na elaboração do PCT (Plano de Controle Tecnológico) uma oportunidade de aperfeiçoamento. 

A ferramenta apresenta todos os ensaios que devem ser realizados no decorrer da obra, necessários para avaliar e comprovar o atendimento aos requisitos exigidos pela Norma de Desempenho

Mais ainda, o PCT detalha quando os testes precisam ser feitos, quem é o responsável por cada um deles e como devem ser armazenadas as evidências obtidas. Leia mais sobre esse case aqui.

Quem também vem melhorando os controles sobre seus projetos e obras para garantir o atendimento pleno à NBR 15.575 é a Porte. 

A construtora e incorporadora, que tem forte atuação na região leste de São Paulo, contratou a consultoria on-line CTE Desempenho. 

O trabalho contempla a elaboração de um plano de controle de cada serviço a ser executado, seguindo o cronograma da obra, a indicação de cada ensaio e verificação que devem ser realizados, e a organização das evidências de controle. Contamos mais detalhes sobre esse case aqui.

Conclusão

Para auxiliar as empresas da construção civil a atenderem às exigências da Norma de Desempenho, o CTE desenvolveu diferentes soluções baseadas em metodologia própria. Entre elas, destacam-se:

  • Consultoria para adequação dos processos de incorporação, projeto, suprimentos, qualidade, obra e assistência técnica;
  • Consultoria específica na fase de projeto, abrangendo todas as disciplinas (arquitetura e projetos complementares);
  • Elaboração de Plano de Controle Tecnológico (PCT) e consultoria específica na fase de execução de obra. Neste vídeo você tem uma explicação mais detalhada sobre como esse serviço funciona.
  • Capacitação sobre os requisitos, critérios e as atualizações da Norma de Desempenho.

Quer saber mais sobre essas soluções? Então entre em contato com nossa especialista, Thamires Aires, através do e-mail taires@cte.com.br.

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