SBTi: Metas baseadas em ciência ajudam a descarbonizar o setor de edificações

A necessidade de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e de impulsionar a transição rumo a uma economia de baixo carbono vem exigindo mobilização de diferentes setores da economia. No mercado de real estate esse movimento também é crescente. 

Os dados da IEA (International Energy Agency) apontam que os edifícios são responsáveis por 33,4% das emissões globais de CO₂.

É nesse contexto que iniciativas como a Science Based Targets (SBTi) têm se destacado para apoiar as empresas e os gestores de portfólios na definição de suas metas de descarbonização.

O que é a SBTi?

Uma das etapas percorridas pelas corporações em seus programas de descarbonização é a definição e a divulgação de metas públicas. 

Para isso, é possível adotar diferentes metodologias, com destaque para as metas SBTi, consideradas o padrão ouro na criação de estratégias globais de redução de emissões. 

A SBTi (Science Based Target Initiative) nasceu em 2015 por meio da mobilização de quatro organizações – Carbon Disclosure Project (CDP), Pacto Global da ONU, World Resources Institute (WRI) e World Wide Fund for Nature (WWF). 

Seu objetivo é alinhar a iniciativa privada às metas estipuladas no Acordo de Paris, limitando o aquecimento global a 1,5 °C em relação aos níveis pré-industriais, chegando às emissões líquidas zero até 2050.

Segundo a SBTi, uma meta baseada em ciência deve:

  • Ter escopo e ambição alinhados com os limites científicos que definem um espaço seguro para a humanidade, com objetivos sociais de sustentabilidade, visando um futuro justo para o planeta e para a sociedade
  • Ser mensurável e executável, permitindo que seja acompanhada e monitorada.

Por que adotar uma meta baseada em ciência?

Sbti

Em todo o mundo, mais de seis mil companhias, de diferentes portes e setores da economia, trabalham com metas baseadas em ciência, sinalizando seu compromisso com a transição para a economia de baixo carbono.

Ao fazerem isso, essas empresas:

  • Se posicionam ao lado das maiores companhias do mundo, unindo forças para enfrentar as mudanças climáticas, sem perder competitividade.
  • Demonstram compromisso com a sociedade, afastando-se do greenwashing (maquiagem verde).
  • Têm mais confiança por parte de investidores e de outras partes interessadas.
  • Minimizam riscos e incertezas regulatórias.
  • Fortalecem a reputação da marca.

No setor de edificações, em especial, a adoção de metas baseadas em ciência permite que as empresas:

  • Reduzam emissões de gases do efeito estufa.
  • Atendam a pressões regulatórias e de mercado por práticas sustentáveis e de baixo carbono.
  • Fortaleçam a reputação da marca.
  • Aumentem a confiança de investidores e outras partes interessadas por meio de ações transparentes e verificáveis.

Quais são os tipos de meta SBTi?

As metas baseadas em ciência incluem as emissões de Escopo 1, 2 e 3, segundo classificação do GHG Protocol.

  • Emissões de Escopo 1 — São emissões diretas de gases de efeito estufa provenientes de fontes de propriedade ou controladas pela empresa. Estão nesse grupo as emissões decorrentes de processos industriais realizados pela empresa, bem como as emissões relacionadas à remoção vegetal, muito comum nas atividades da construção civil.
  • Emissões de Escopo 2 — Referem-se às emissões indiretas de gases de efeito estufa provenientes da geração de eletricidade, calor ou vapor que a organização compra e consome.
  • Emissões de Escopo 3 — São todas as outras emissões indiretas que ocorrem na cadeia de valor da empresa, fora das suas próprias operações.

Em uma jornada de descarbonização, as empresas podem, e devem, trabalhar com metas baseadas em ciência de curto e de longo prazo visando à condição de neutralidade (net zero) até o ano de 2050.

De acordo com a SBTi, as metas de curto prazo baseadas na ciência são aquelas que têm como horizonte um período de 5 a 10 anos. Já as metas de longo prazo são aquelas que se destinam a conduzir a empresa para o status net zero. 

A Science Based Target Initiative define net zero como o empreendimento/projeto/empresa que tem suas emissões reduzidas de acordo com uma meta de longo prazo baseada na ciência e que neutraliza as emissões residuais por meio de remoções permanentes de carbono, por exemplo, via compra de créditos de remoção de carbono.

Os critérios da SBTi para o setor de edificações

A SBTi desenvolveu critérios específicos para empresas que possuem, desenvolvem, gerenciam ou financiam imóveis. 

Apresentados no SBTi Buildings Criteria Version 1.0, eles estabelecem os requisitos a serem atendidos pelas metas de redução de emissões para que elas sejam consideradas baseadas na ciência. 

Os critérios adotam uma abordagem de “edifício inteiro”, abrangendo todo o consumo de energia e emissões fugitivas (por exemplo, vazamentos) das operações. 

A ideia é garantir que todas as fontes relevantes de emissões sejam consideradas no processo de definição de metas. 

Para auxiliar as empresas na formulação de metas de intensidade baseadas na abordagem de descarbonização setorial, a SBTi disponibiliza a SBTi Buildings Target-Setting Tool

A ferramenta permite que as empresas modelem suas metas de redução de emissões conforme as especificidades do setor de edificações. O processo para estabelecer metas baseadas na ciência no setor de edificações inclui:

  • Cálculo do inventário de emissões;
  • Construção das metas relacionadas às emissões das edificações utilizando a SBTi Buildings Target-Setting Tool
  • Submissão para validação;
  • Comunicação e monitoramento.

Como é possível avançar em uma jornada de descarbonização?

As metas baseadas em ciência servem como indicador do que cada empresa precisa fazer para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. No entanto, elas não indicam quais estratégias precisam ser utilizadas para alcançar esse objetivo. 

A partir do conhecimento do perfil de emissões de carbono da companhia, é possível avançar na definição de estratégias de redução. 

Para tanto, há um amplo espectro de medidas que podem ser adotadas, desde aquelas para elevar a eficiência energética, às que envolvem a substituição de fontes poluentes por alternativas renováveis e medidas de compensação.

Com a expertise de quem impulsiona transformações positivas no mercado há mais de trinta anos, o CTE vem apoiando seus clientes na definição de metas de longo prazo para construir modelos de negócios de baixo carbono sustentáveis e resilientes. 

Personalizadas para atender as necessidades de cada empresa, as soluções de descarbonização desenvolvidas pelo CTE se estendem desde o nível do edifício à escala das cidades, com foco em quatro objetivos principais:

  • Minimizar riscos para o negócio;
  • Reduzir impactos ambientais, atendendo a pressões regulatórias e de mercado;
  • Diminuir custos operacionais;
  • Aumentar o valor dos ativos.

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